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farol n.º 3 - mil novecentos e cinquenta e oito ♦ cinquenta e nove, pág. 13.

A velha ponte

Domingos Manuel
(6.º Ano)

PONTE velha, mesmo velha,
Pedra com pedra, ou sem pedra,
Grandes calhaus entre areia
Trepam as ervas, ligeiras,
As sombras co' as trepadeiras,
P'las paredes amarelas
Do arco da velha ponte,
Tomba o Sol no horizonte
Corre a água de mansinho.
Desliza devagarinho,
Tão leve, que nem se sente;
Dois palmos de sentimento
Por cima da areia branca
Por baixo do Sol poente
Por entre o arco da ponte.

Não partas

Maria Deolinda Martins de Carvalho
(5.º Ano)

NÃO deixes padecer meu coração
Na hora amarga da despedida;
Não maltrates, amor, esta paixão
Que para mim tem o valor da vida.


Não partas... oh, não partas já,
Deixa-me olhar bem os olhos teus
Deixa o castanho do teu belo olhar
Fundir-se com o azul dos olhos meus.


Depois... adeus. Podes partir
Porque a tristeza que há-de vir
Será sofrida com maior saudade,


Ao recordar o tempo tão risonho.
Que a triste realidade forme sonho
E que sonho será, na Eternidade.

 

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05-06-2018