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farol n.º 2 - mil novecentos e cinquenta e sete ♦ cinquenta e oito, pág. 23

O Cais

Cândido M.

(6.º ano)


O mar é uma saudade constante e salgada.
É um poema escrito há muito
pelo criador do Nada...

 

É uma saudade constante e salgada
de quantos mastros partidos,
de quantos navios voltados,
de quantas vidas perdidas
e tesouros roubados...

 

O mar é um apelo a Deus
constante e cósmico...

 

Por isso eu ouço soluçar o cais
com saudade do mar alto.
Por isso eu sinto as pedras soltando ais
mais sonoros que trovões.
Por isso eu sinto tremendas convulsões
e um constante sobressalto
no meu ser
de pedra como o cais,
a sofrer
a saudade do mar alto.

 

Por isso eu choro com o beijo do vento
impregnado de sal marinho,
e sinto nos meus pés o sofrimento
por afrontar o mar sozinho...

 

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04-06-2018