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farol n.º 1 - mil novecentos e cinquenta e sete ♦ cinquenta e oito, pág. 26.

Solidão

Emília Gomes de Carvalho

EM vão tento fugir ao teu poder,
Em vão tento afastar-me da magia
Que envolve o teu olhar de nostalgia,
Ligando-o eternamente ao meu viver.


És a existência viva do meu ser
Que acompanha a minh'alma e a vigia,
Na tristeza ou em lances de alegria,
De manhã ou no escuro entardecer...


A ti sempre buscou meu coração,
Sem mesmo conhecer a tua imagem,
Apenas por sentir que tu o amas!


E, às vezes, quando sinto a doce aragem,
Se tento perguntar como te chamas,
Os ecos me respondem: – «Solidão»!

                                                         LANA

 

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04-06-2018