ALCINA VIEIRA,
Que na pauta escolar era a primeira,
Continua em lugar sensacional,
Mas, agora, na pauta social.
Se, no Liceu, apreciava os ócios,
Hoje em dia é uma fera nos negócios.
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Ó MARIA DO AMPARO,
Grande artista teatral,
Tu és a melhor cliente
Da PT de Portugal!
E, agora, sem brincar,
Falando bem verdadeiro,
Tu podes morar no Porto,
Mas serás sempre de Aveiro.
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Morou na Vivenda Pax,
Na rua de São Martinho,
Eu, em São Sebastião,
Era, a bem dizer, vizinho.
Grande artista de teatro,
Bailarina de eleição,
Nos bons tempos do Liceu,
A ENEIDA
fez sensação.
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ERMELINDA,
p 'rás colegas,
Para as amigas, Melim,
Longa vida, com saúde,
São os desejos de Mim.
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Cara MARIA JOÃO:
Ovos moles em barriquinha
É evidente que são
Doçaria sem farinha.
Mas presta muita atenção...
Na boca é só um segundo,
Mas nas ancas ficarão,
Até que se acabe o Mundo.
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Se tu fores a Tordesillas,
Nunca dês a identidade,
Porque "gallo" é prato típico,
Nas ementas da cidade.
"Pero si és una chica,
Que te pida el documento",
Dá-lho logo, amigo
GALO,
Não hesites um momento!
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MENDES,
Devias ter pensado ser político,
Terias ido longe, certamente,
Paleio e lata não te faltariam,
E eu teria um amigo Presidente.
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REDONDO,
só de baptismo,
De formação, cientista,
É nato o seu esquerdismo,
Melro é de muita alpista.
Poeta abstraccionista,
Etnógrafo, também,
Só não foi futebolista,
Por chegar tarde a Belém.
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Caro amigo LAVADINHO,
Andaste, em tempos de outrora,
Estudando esse bichinho,
Que ataca esta nossa flora.
Eu tenho cá para mim,
Que as pestes vão acabar.
Com os Governos que temos
Os bichos vão emigrar.
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FRIAS
Do Joe Lois tu tinhas o capado
E do Jess Owens a velocidade.
Agora recordamos o passado
Para esquecer a Puta da Idade!
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ANTÓNIO SOARES TOMÉ
Lá da rua do Lameiro,
Moras na Marinha Grande,
Mas és um gajo de Aveiro.
No "pretoguês" actual,
De "cooI" serias bué.
Ou seja um tipo porreiro,
António Soares Tomé.
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BASÍLIO
Aos vinte eras
Engenheiro,
Aos sessenta Marinheiro.
O que serás aos setenta?
Alquimista? Aventureiro?
Ou será que vais tentar
Ser Astronauta, primeiro?! |
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CARLOS MANUEL FERNANDINHO
Ex-jogador de andebol,
Ex -engenheiro de minas
Pesquisador de Pitrol.
Faz, agora, quatro anos,
Vi-me em grande aflição,
P'ra saber onde é que estavas,
Qual a tua direcção.
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Quando tu chegares ao Céu,
Vai perguntar-te o Porteiro:
– Qual é o teu nome, ó meu?
– CARLOS CANDAL.
Sou de Aveiro.
São Pedro olha p'ró ficheiro:
Socialista?... És ateu...
Mas foste um gajo porreiro,
O Reino dos Céus é teu!
Entra amigo, vem daí
Tomar uma cafezada.
Como a ASAE não entra aqui,
Fuma-se uma charutada.
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DIAMANTINO
Versos feitos ao
espelho
Por um velho
Estudante do Liceu
Que sou eu.
Olhei o Eu um instante
O Eu para mim olhou.
Nada vendo de importante
A musa não me inspirou.
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Amigo JOÃO LIBÓRIO,
Natural da Vila de Eixo,
Tás cum perfil elegante,
Já não tens o duplo-queixo.
Do Parque da Balsa à Lapa,
Fazes eterno vai-vem,
Que após os sessenta e cinco,
É a preço de vintém.
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VILÃO
Em Durban, almoçaste
com Girão,
Em Timor, jantaste com Candal.
O primeiro já foi Embaixador,
O outro, Ministro potencial.
E tu, ó capitão-navegador,
Perito em artes de marinharia,
Transformaste-te em calmo pescador
Nas águas remansosas desta Ria.
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José Luís Rebocho de
Albuquerque Christo,
Por onde é que andas tu que não te tenho visto,
Morando na mesma rua?!
Que vida é a tua?
Ó malhão malhão
Toma um abração
Dado cá por mim
Ó terrim, tim, tim!
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CACHIM
Nesta Toca do Lagarto,
E após este almocinho,
A Saudação Benfiquista
Tem que ser escrita baixinho.
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Nasceu em terras da Tocha,
Veio cedo para Aveiro.
Foi Presidente de Junta.
Seu nome: JOSÉ
LOUREIRO.
Funcionário camarário,
Brincalhão, bom companheiro,
Mudou-se para bancário...
Deu-lhe o cheiro do dinheiro.
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LEITE
da capa e batina,
Barrete Leite da Medicina.
Nascido em Ouca,
Vive em Arganil,
Para aqui chegar
Deu muito ao pernil.
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RIBAU
Músico nas hora vagas,
Mas ciclista era diário,
Fazia Gafanha-Aveiro,
Num tempo extraordinário.
O antigo parte-palhetas
E pedalador de truz,
Acabou por ter canudo,
Em lentes, Física e luz.
Diamantino Dias |
