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Figura 10: Pormenor da sertã
e dos potes do lagar de Canelas de Baixo, no concelho de Arouca.
Observando a
figura 8, poderemos
ver que a zona de prensagem se situa no topo oposto à entrada do
lagar, ao lado da caldeira que, como também já vimos, se encontra a
um canto. O sistema de prensagem, que passaremos a analisar em
pormenor, é constituído por três partes: a
prensa de vara, a zona
de empilhamento das seiras e os recipientes para recolha do óleo
libertado pela prensagem.
A prensa de vara não é mais do
que um enorme tronco de árvore, que funciona segundo o princípio de
uma alavanca inter-resistente. No lado mais delgado, a vara encaixa na
parede, numa cavidade rectangular formada por dois grandes blocos
verticais de pedra, as
virgens, por cima das quais costumam colocar,
neste lagar pelo menos, vários tacos
de madeira,
que irão servir para a prensagem.
Vejam-se, a título exemplificativo, as figuras 10 e 11. O eixo
da vara é constituído por uma agulha de ferro, solidamente firme nas
virgens. O extremo oposto da vara é de grande grossura,
correspondendo à zona de onde saíam as raízes. Designada pelo nome
de cabeça da vara, aí funciona o enorme fuso de madeira com o
respectivo peso, permitindo aumentar a pressão da prensa.
Aproximadamente ao meio, separando a zona de empilhamento das seiras
da zona de recolha do óleo, duas vigas verticais de madeira,
designadas por balaústes, amparam a vara, impedindo-a de derivar para
os lados. O fuso da vara, tal como se pode observar nas figuras 9 e
10, é um parafuso de madeira accionado manualmente por meio de uma
alavanca, a chamada panca.