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E quais são os mais rápidos?
– Flying-Deutschmam e, de uma maneira
geral, a velocidade
aumenta com a quantidade de pano, entendendo por pano a superfície
das velas.
– Tu és adepto passivo ou praticante?
– Participante, em todas as classes.
– Tens preferência por alguma?
– Gosto mais de velejar em Snipes.
– Consta-se que costumam acontecer uns «percalços», mesmo aos
bons velejadores. Tens algum episódio que aches digno de nota?
– No V Cruzeiro da Ria de Aveiro, após a largada de S.
Jacinto, em virtude da força do vento, a ferragem da proa foi
arrancada e o mastro caiu para trás. Consegui apanhá-lo antes de
rebentar o convés. Remámos a terra, prendemo-lo no cabeço da
bossa e seguimos caminho. Bom, isto sucede a qualquer um, mas é
duro demorar 5 horas a percorrer um trajecto que, em condições
normais, demoraria 3 horas.
– Em que lugar ficaste?
– Primeiro lugar!
– Mesmo depois do que sucedeu?
– Sim, visto que os sete restantes Snipes não tiveram tanta sorte
como eu. Uns desistiram, porque já não podiam mais, e outros
tiveram percalços que não conseguiram solucionar.
– Ganhaste mais alguma prova além desta?
– Ganhei várias, principalmente em Snipes.
– Pronto, julgamos estar «mais dentro» da vela do que antes de
te ouvir. Obrigado.
JOSÉ ANTÓNIO ALVES MOREIRA
Outro desporto, ainda
não focado no nosso jornal, constitui um passatempo da maioria dos
jovens. Para nos falar de Ténis de Mesa, temos perante nós José
António Alves Moreira, outro aluno do nosso Liceu.
– Sabemos que o Ténis de Mesa é um dos desportos que mais te
atrai. Como, de certa maneira, está ligado a ele, gostaríamos que
nos
elucidasses sobre a maior ou menor dificuldade que se tem aquando
do
primeiro contacto com a raquete.
– Se não me falha a memória, a primeira vez que peguei numa
raquete, senti-me um pouco embaraçado, pois não sabia como
fazê-lo correctamente. Na minha opinião, esse foi o momento mais importante
para
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começar a praticar Ténis de Mesa. Eu explico: a maneira de agarrar
a raquete é ponto fundamental da prática deste desporto, já que não
é só
uma questão de jeito, mas também um problema técnico que influi
sobremaneira na amplitude de movimentos. Depois. é uma questão de
praticar, observando as regras do jogo.
– Há quantos anos jogas?
– Não posso precisar, mas creio que há uns 12 anos.
– Actualmente, jogas simplesmente nas horas de ócio, ou
representas algum clube?
– Nunca representei nenhum clube. Tenho tido contactos com bons
valores do Ténis Nacional, entre os quais Alberto Ló, contactos esses que, embora não tenham sido revestidos de aspecto
competitivo, constituíram uma experiência deveras emocionante.
– Achas que os valores actuais do nosso país têm possibilidade
de confronto equilibrado com os estrangeiros?
– Em primeiro lugar eu acho que qualquer praticante pode chegar
a campeão do mundo, dado que a forma do indivíduo depende da intensidade de treinos e do material que utiliza. Quanto aos treinos,
eles devem ser feitos com um adversário melhor, treinando
sucessivamente posições de defesa, de ataque e colocação de bola.
Quanto ao material, convém estar apetrechado com uma raquete bem revestida, de maneira a
não ficar em desvantagem com o adversário.
– A propósito, certamente que houve, com o evoluir dos tempos,
uma simultânea evolução do material. Queres esclarecer este ponto?
– Sim, sem, dúvida que houve uma evolução,
não só no que respeita às raquetes como à mesa, bolas, equipamento e
iluminação. Nas
raquetes, a primitiva face de madeira foi dando lugar,
sucessivamente à lixa, corticite, borracha picotada, esponja, borracha sintética e,
ultimamente, a conjunção da esponja com a borracha picotada. Convém notar que
não é permitida, em campeonatos, a utilização de raquetes com duas
faces revestidas de diferente maneira. A mesa também evoluiu
especialmente
no que diz respeita ao tampo, que passou a ser inteiriço e às cores
que são pintadas, que, ultimamente, são baças, o que facilita imenso. O
material de que são feitas as bolas é mais resistente à
deterioração motivada
pelo impacto. Convém utilizar calçado leve, de sola aderente ao piso
em
que se joga, e, sempre que necessário, luvas, para uma maior
segurança
da raquete. Finalmente quanto à iluminação, é aconselhada a luz
branca,
costumando utilizar-se lâmpadas fluorescentes.
– Sabemos que há distinção entre jogo de singulares e jogo de
pares. Em que se baseia essa distinção?
– O jogo de pares difere essencialmente do de singulares, na
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colocação da bola. Há obrigatoriedade, ao bolar, em fazê-lo da
direita para
a esquerda, de modo que a bola toque os dois campos, saindo pelo
fundo
e nunca pelo lado. Em cada bolar, há troca de posição dos
componentes
das equipas, bolando sempre o da direita. Depois, é uma questão de rapidez de movimentos; mal a bola seja tocada, deve-se deixar o espaço livre para o par continuar a jogada.
– Achamos que os pontos menos conhecidos foram devidamente
abordados e esclarecidos portanto, damos aqui por terminada a nossa
breve conversa. No entanto, se tens algo mais a acrescentar...
– Sim. Gostaria de fazer notar que, no nosso Liceu existem
duas mesas que, embora não sejam das melhores, servem perfeitamente
para se dar uns toques. Acho até que seria interessantíssimo a
organização de um campeonato inter-turmas ou individual.
– Estamos de acordo contigo. Obrigado.
MÁRIO
JÚLIO
VARELA
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Equipa responsável pelo
"Farol"
João de Freitas Raposo – Director
Nilton José Sousa de Pinho – Subdirector
Mário Júlio Varela –
«Desportos»
José António S. Alves Moreira – «A Clave de Sol» |
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