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farol n.º 29 - mil novecentos e sessenta e oito ♦ sessenta e nove, págs. 20 e 21.

Mais um Campeão

Ricardo Jorge Fino Figueiredo

NUM desporto tão aliciante e audacioso como o automobilismo, é preciso decisão por parte dos competidores, para haver competição em toda a extensão da palavra e ela vai aparecendo de ano para ano. O desporto imperador dos motores está-se desenvolvendo à medida que é praticado em quantidades colossais em todo o mundo.

Em Portugal também este desporto já está a modificar-se. Noutros tempos o automobilismo era só para meia dúzia de burgueses.

Este ano realizou-se mais um Campeonato Mundial de Condutores, fórmula 1, de final empolgante e deliciosa, visto a rivalidade entre Graham Hill, Jacky Stewart e Denis Hulme, principalmente a dos dois primeiros, estar agravado por três pontos de diferença, antes da última prova.

No último Grande Prémio, o do México, que foi disputado em 3 de Novembro, imperava a ansiedade, a esperança, o temor e a pujança. Nos treinos Graham Hill fez 1'45"01, Stewart, 1'46"60 e Hulme 1'46"04, o que significava que todos teriam uma palavra a dizer.

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O tiro da partida vai efectuar-se; / 21 / na primeira fila estão Amou, Sffert e Hill. Logo de início Hill toma o comando e passa na 1.ª volta à frente de Surtres e Stewart e de todo o resto do pelotão comandado por Siffert. À quinta volta Stewart ultrapassa Hill. Hulme vendo o acontecido ultrapassa Siffert. À décima volta já Hill comanda com dois segundos de vantagem sobre Stewart que é precedido por Siffert, Hulme, Amou, Servoz, Mac' Laren e Oliver. Entretanto Beltoise desiste por avaria na suspensão. Na 12.ª volte o Mac' Laren de Hulme tem um acidente a uma velocidade de mais de 200 km/h..

As posições cimeiras mantêm-se e à 16.ª volta desistem Amon e Surtres e na 20.ª passagem, os três primeiros, Hill, Stewart e Siffert seguem bastante distanciados dos restantes competidores, Na 21.ª volta desistem Bianchi e Courage e na 26.ª Ourney é forçado a abandonar com alta avaria no seu Eagle.

Na 30.ª volta Stewart aperta, mas HiII, atento a todas as manobras do adversário, mantém as distâncias. Entretanto na 39.ª volta Stewart anuncia uma avaria no depósito, Na 40.ª volta a diferença entre os dois da vanguarda é de 20 seg., que vem a aumentar na 50.ª volta para um minuto. Pouco depois Stewart é ultrapassado por Mac' Laren, Oliver, Rodriguez, Bommier e Siffert que tivera de ir às «boxes» reparar uma ligeira avaria, mas que a partir da 54.ª volta começa a bater todos os recordes da pista e levando uma ideia em mente, ultrapassar Hill. Na 57.ª volta o suíço fez 1' 44" 02, batendo o recorde por um segundo. À 60.ª passagem Brabham encosta por momentos às «boxes» e nos lugares cimeiros Mac' Laren segue atrás de Hill e à frente de Rodriguez que ultrapassa Oliver.

Na 65.ª e última volta, Hill corta o risco isolado, só 1' 20" depois é que veio Mac' Laren e mais atrás Oliver que consegue destronar Rodriguez do terceiro posto.

O vencedor fez 325 km, em 1456' 43", à média horária de 167,053 km/h, o que constitui novo recorde da pista; o antigo recorde pertencia a Jim Clark desde 1967.

Classificação final:

1.º − Graham Hill − Lotus-Ford Cosworth V8 3 I. − 1 h. 56' 43".

2.º − Bruce Mac. Laren − Mac' Laren Cosworth −1 h. 58' 03".

3.º − Jack Oliver − Lotus Ford Cosworth − 1 h. 58' 24'"

4.º − Pedro Rodriguez  − Bo RoiM V-12 31. − 1 h. 58' 25".

5.º − Joachine Bonnier − Honda V.12 3 L. − A 1 volta.

6.º − Joseph Siffert − Lotus Ford Cosworth − A 1 volta.

Depois desta vitória Graham Hill foi consagrado Campeão Mundial de Condutores de 1968.

 

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11-06-2018