Ricardo Jorge Fino
Figueiredo
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desporto tão aliciante e audacioso como o automobilismo, é preciso decisão por parte dos competidores,
para haver competição em toda a extensão da palavra e ela vai
aparecendo de ano para ano. O
desporto imperador dos motores está-se desenvolvendo à medida que
é praticado em quantidades colossais em todo o mundo.
Em Portugal também este
desporto já está a modificar-se. Noutros
tempos o automobilismo era só para meia dúzia de burgueses.
Este ano realizou-se mais um
Campeonato Mundial de Condutores, fórmula 1, de final empolgante e
deliciosa, visto a
rivalidade entre Graham Hill, Jacky Stewart e Denis Hulme,
principalmente a dos dois primeiros, estar agravado por três
pontos de diferença, antes da última prova.
No último Grande Prémio, o
do México, que foi disputado em
3 de Novembro, imperava a ansiedade, a esperança, o temor e a pujança. Nos treinos Graham Hill fez 1'45"01, Stewart, 1'46"60 e Hulme 1'46"04, o que significava que todos teriam
uma palavra a dizer.
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O tiro da partida vai
efectuar-se;
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na primeira fila estão Amou, Sffert e Hill. Logo de início Hill
toma o comando e passa na 1.ª volta à frente de Surtres e Stewart e
de todo o resto do pelotão comandado por Siffert. À quinta volta Stewart ultrapassa Hill. Hulme vendo o
acontecido ultrapassa
Siffert. À décima volta já Hill comanda com dois segundos de
vantagem sobre Stewart que é precedido por Siffert, Hulme, Amou,
Servoz, Mac' Laren e Oliver. Entretanto Beltoise desiste por avaria
na suspensão. Na 12.ª volte o Mac' Laren de Hulme tem um acidente a uma velocidade
de mais de 200 km/h..
As posições cimeiras mantêm-se e à 16.ª volta desistem Amon e
Surtres e na 20.ª passagem, os três primeiros, Hill, Stewart e
Siffert seguem bastante distanciados dos restantes competidores, Na
21.ª volta desistem Bianchi e Courage e na 26.ª Ourney é forçado a
abandonar com alta avaria no seu Eagle.
Na 30.ª volta Stewart aperta, mas HiII,
atento a todas as manobras
do adversário, mantém as distâncias. Entretanto na 39.ª volta Stewart anuncia uma avaria no depósito, Na 40.ª volta
a diferença
entre os dois da vanguarda é de 20 seg., que vem a aumentar na 50.ª
volta para um minuto. Pouco depois Stewart é ultrapassado por Mac'
Laren, Oliver, Rodriguez, Bommier e Siffert que tivera de ir às
«boxes» reparar uma ligeira avaria, mas que a partir da 54.ª volta
começa a bater todos os recordes da pista e levando uma ideia em
mente, ultrapassar Hill. Na 57.ª volta o suíço fez 1' 44" 02, batendo o recorde por um segundo.
À 60.ª
passagem Brabham encosta por momentos às «boxes» e nos lugares
cimeiros Mac' Laren segue atrás de Hill e à frente de Rodriguez
que ultrapassa Oliver.
Na 65.ª e última volta, Hill corta o risco isolado, só
1' 20"
depois é que veio Mac' Laren e mais atrás Oliver que consegue
destronar Rodriguez do terceiro posto.
O vencedor fez 325 km, em 1456' 43", à média horária de 167,053
km/h, o que constitui novo recorde da pista; o antigo recorde
pertencia a Jim Clark desde 1967.
Classificação final:
1.º − Graham Hill −
Lotus-Ford
Cosworth V8 3 I. − 1 h. 56' 43".
2.º − Bruce Mac. Laren − Mac'
Laren Cosworth −1 h. 58' 03".
3.º − Jack Oliver − Lotus
Ford Cosworth − 1 h. 58' 24'"
4.º − Pedro Rodriguez
−
Bo RoiM V-12 31. − 1 h. 58' 25".
5.º − Joachine Bonnier −
Honda V.12 3 L. − A 1 volta.
6.º − Joseph Siffert − Lotus
Ford Cosworth − A 1 volta.
Depois desta vitória Graham Hill foi consagrado Campeão Mundial de
Condutores de 1968. |