Vasco Afonso da Silva
Branco
(3.º ano)
Tic! Tac! Tic!
Tac! O tempo
continua na sua marcha veloz e cruel. No mundo a população aumentou
a par do progresso da Ciência.
A velha, pequena e calma cidade de
Aveiro, agora chamada
X 3 K, está transformada num
aglomerado de casas cilíndricas, com o tecto plano, cimentado, para
os veículos aéreos aterrarem.
E... e as estradas? Vi com
tristeza que já não existiam, pois as automóveis, ainda os mais
modernos nos nossos dias, estão
agora num Museu de engenharia antiga.
Desolado, regressei a
casa, para almoçar. A comida era esplêndida. Perguntei então à minha «criada robot» de que tinha sido feita. A
sua resposta metálica: «De algas, sr. Doutor.», fez com que
me apetecesse bater no tempo, para que ele retrocedesse.
Era irritante pensar que a Ciência tinha evoluído
até àquele,
ponto.
Não consegui estar descansado a meditar, devido aos
foguetões
vindos da Lua, de Marte, de Vénus e até de Mercúrio: pareciam um
enxame de abelhas, quando aterravam no espaço-porto.
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Fui para o campo. Mas, onde estão as culturas? Oh! não, até estas
foram substituídas por culturas hidropónicas. Encostei-me a uma
parede da estufa.
Como querem os homens de agora que um poeta se inspire? Saberão eles
o que é um poeta? Ou será que a poesia também
foi abolida? |