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farol n.º 26 - mil novecentos e sessenta e seis ♦ sessenta e sete, págs. 18, 19 e 26.

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 1º Ciclo

NOITE DE NATAL

João F. da Paula Terrível
(2.º ano)
 

É Noite de Natal. Faz anos que nasceu o Menino Jesus.

Como era pobre e não tinha berço, a Mãe deitou-o numa rude manjedoura, sobre palhinhas secas.

A Noite era fria; mas vieram mansos animais aquecê-Lo com o seu bafo.

A Noite era silenciosa; mas desceram do Céu os Anjos, a anunciar que era nascido o Filho de Deus.

A Noite era escura; mas correram os pastores, a levar presentes ao Deus Menino: mel, leite, cordeiro e rolas.

Depois dos pastores, foram os Reis do Oriente oferecer-Lhe, de joelhos, ouro, incenso e mirra.

Todos se alegram com o nascimento daquele Menino.

Ele era o Menino, o Salvador do Mundo.


Ao Deus Menino

Júlio Gamelas Gonçalves
(1.º ano)
 

Oh! meu Menino Jesus,
Eu vos venho entregar
Esta linda pomba branca,
Para o Menino brincar.


Cheguei aqui a Belém,
E venho muito cansado,
Oferecer este cabrito
Ao meu Menino adorado.


Meia noite

Eduardo J. Mendes Bizarro
(1.º ano)
 

Meia noite tocou
Os anjinhos cantaram,
O Menino chegou,
As estrelas brilharam!


A festa de S. Gonçalinho

Manuel Vítor dos Santos Rigueira
(2.º ano)
 

Em Aveiro, há algumas festas populares muito interessantes.

Uma delas é a festa de S. Gonçalinho que se realiza no bairro piscatório da Beira-mar.

Num pequeno largo ajardinado ergue-se a capelinha de forma cilíndrica e telhado cónico. Em volta, na parte superior, há um varandim de onde se atiram as cavacas, tradição que julgo ser única no País.

Janeiro chega e, com ele, o dia 10, dia de S. Gonçalinho.

As ruas são ornamentadas. Erguem-se os coretos para as bandas de música.

Os altares da capelinha são enfeitados a capricho com as mais lindas flores.

As devotas e os devotos cumprem promessas. Há quem passe o dia na Capela a rezar e, de vez em quando apanhe cavacas que outros atiram.

A maior animação, porém, é no arraial. Junta-se imensa gente. E, quando do alto do varandim atiram sacos e sacos de cavacas ao som do repique festivo dos sinos, é uma grande balbúrdia. Grandes e pequenos todos procuram apanhar alguma. Uns trazem redes, outros abrem os chapéus de chuva e os estudantes estendem as suas capas. É um entusiasmo e uma alegria indescritíveis. Há quem se magoe, mas isso quase nem conta.

No dia seguinte continua a mesma animação.

À tardinha os Mordomos vão com a música dar as boas-festas aos novos Mordomos.

De gabão e barrete eles dançam alegremente. E, à noite, há a despedida.

Na capelinha todos cantam.

Nestes dias de festança,
Aqui vai nosso carinho,
Hás-de ir connosco na dança
Ó rico S. Gonçalinho,

 

Hás-de saltar as fogueiras
À noite no arraial
E com as velhas gaiteiras
Numa dança divinal.


RECREIO

Alberto D. dos Santos Madail
(2.º ano)
 

Mal toca a campainha para a saída, começa a grande animação nos rapazes.

Uns vão jogar à bola, pois é o jogo mais preferido, outros jogam ao pião, à mona, às corridas, andam de bicicleta, enfim é uma alegria.

Os mais sossegados preferem ler um livro, assentados à sombra duma árvore, jogar ao mata-fica, / 26 / ao mata-salva ou ver os jogos que os do 3.º ano fazem quando têm ginástica.

Durante cada intervalo, que dura geralmente 10 minutos, há muita animação. É a consumição dos contínuos. Acaba o recreio e até parece que os contínuos estão noutro mundo.

 

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09-06-2018