Reportagem de Maria
Helena Gautier Neto
UMA
vez que ninguém até agora se referiu à exposição dos berços, realizada no
período
passado na Secção Feminina do nosso liceu, e como ela pelo seu significado e pela
sua importância tem toda a categoria para ficar
registada no «Farol», eu o faço muito modestamente. Só vos peço que
olheis à minha boa
vontade, porque, embora sejam
reduzidos os meus dotes literários, procurarei ser claro e simples.
Ainda é assunto falado e comentado o da
nossa exposição. A ninguém
foi desconhecida e atingiu este ano entre nós o seu auge, na medida
em que não se contentou em ser um hábito tradicional do nosso
liceu, mos foi de todos nós, do nosso tempo e por todos vivida. Mais
um passo que demos ao reencontro dos pobrezinhos!
Todo o período nos ocupámos dos nossos trabalhos, aliando
ao desejo
de aprender, o gosto de oferecer aquelas peças delicadas e macias,
tento quanto possível confortáveis. que representavam não um
desperdício
de tempo, mas um acto de bondade, carinho e compreensão, de que
ainda esperamos beneficiar. Além de louvar todas as minhas colegas
pela boa vontade e plena colaboração que deram a este
empreendimento, não posso deixar de me dirigir à nossa professora de
lavores, sr.ª D. Felicidade que nos orientou na confecção de
enxovais, no arranjo da sala destinada à apresentação dos berços e
se encarregou da decoração da mesma, além da preocupação de lhe
criar o ambiente próprio. Também mereceu a nossa consideração e
estamos igualmente agradecidos à Sr.ª Directora do Centro da M. P.
F. pelo apoio e conselhos optimistas que nos dispensou. Todos
sabemos que o seu campo de acção é muito extenso, mas de longe e
discretamente a sua palavra é sempre bem acolhida.
Mas há muito mais a fazer! Os trabalhos duplicaram e os pedidos
foram muitos. Para todos satisfazer repartiram-se e distribuíram-se,
de maneira a
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a cada lar necessitado um
pouco de consolação e todo o amor que são testemunhos infalíveis
de quanto estimamos e nos lembramos dos nossos irmãos
desprotegidos.
Demais, eu, que estive presente à inauguração, verifiquei
o entusiasmo e contentamento geral que todos experimentámos depois
duma grande obra, e que mai soubemos conter. Os visitantes não dissimulavam a sua
admiração e interesse e sentiam o calor duma perfeita harmonia; tudo
ali esteve a condizer, com gosto e original beleza.
É tudo, embora muito mais tivesse para dizer. É que empreendimentos
como este não se descrevem, sentem-se! |