Agostinho V. Pinho
(6.º ano)
ENTRE
o jovem e os pais, há sempre um contacto íntimo e directo
no que diz respeito aos problemas do estudo; desta forma, os
pois têm por dever interessar-se pela educação intelectual do
filho e auxiliá-lo em tudo o que puderem. Não é lógico pensar-se que o aluno por si só pode singrar, se não houver alguém que
saiba compreender e alentar.
Muitas vezes, os pais são os causadores da derrota do jovem
estudante, impondo-lhe «condições» que, de modo algum, deveriam figurar nos meios educacionais. Assim, é dever flagrante dos mais
velhos (pais) ajudar os mais novos a adaptarem-se às circunstâncias
da vida e
do estudo, e dar-lhes um apoio compensador e dignificador.
É preciso ver que estamos
a dar os primeiros passos, ainda cambaleantes, para uma vida; a falta de experiência é
a causa de
«erros»,
que precisam de ser corrigidos, mas não de uma maneira reprovadora.
Se o aluno, imaginariamente, é posto a caminhar sobre um paredão de
30 centímetros de largura e dez centímetros de altura, consegue
alcançar o términus do percurso; porém, se é posto e caminhar sobre um
paredão de 20 metros de altura e 30 centímetros de largura,
acrescidos
das recomendações exageradas dos pais (que esteja atento, que poderá cair...), ele não consegue aguentar-se e cairá
mesmo...
A culpa não será do rapaz, mas deles, porque lhe alteraram
as
condições de normalidade em que poderia caminhar tão bem.
Quando se faz uma prova (já que existem «exames-provas»!), a
primeira condição requerida para o bom êxito é a ausência de preocupações de outra natureza; é preciso rodeá-lo de
uma atmosfera de
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normalidade e não de constrangimento familiar. Só assim será assegurado o resultado final do exame.
Há uma segunda
observação também importante: os pais, geralmente, não se preocupam com a formação do filho, mas sim com o
resultado: o que interessa é passar. Ora, não é bem isto: pode-se
passar
e tirar um curso e ser-se completamente inadaptado ao trabalho, a
que o curso diz respeito. É, pois, dever dos pais acompanhar o jovem durante todo o período dos estudos e não se preocupar demasiado com
a classificação, o que muitos não fazem, aguardando somente o resultado final.
Se os pais se habituam a esta mentalidade não podem ficar
surpreendidos perante uma possível reprovação dos filhos. O
problema
fundamental consiste na situação do jovem num ambiente de
actividade,
apoio e ocupação, em que possa desenvolver, da melhor maneira, os
alentos recebidos. |