A ti, soldado
português, que nessas terras longínquas defendes a tua
Pátria e todos os portugueses, a ti, eu dirijo estas humildes
palavras que, apesar
de virem do fundo do coração duma portuguesa que te admira, nunca
louvarão
capazmente a tua missão, a tua fé, a tua coragem.
Ao homem consciente que existe em ti, quero dizer de toda a
responsabilidade que tens sobre os ombros e que te não deve pesar, pois
desempenhas a
tua missão com dignidade e com firmeza, sabedor do que ela contém de
sublime e de patriótico.
Ao coração que possuis, soldado amigo, e que neste dia de Natal se
encontra mais confrangido do que nunca, eu peço encarecidamente que
não
esteja triste: pensa no que significa a palavra Natal e reconhece
que também
tens um verdadeiro Natal.
Nessa noite olha para o céu e verás uma estrela brilhando mais do
que
as outras e que te mostrará que também Cristo se lembrou de ti,
quando nasceu, e te anunciou a sua vinda ao mundo. Pensa ainda que
não estás sozinho, pois
mais do que nunca a tua família se encontra unida a ti, num só
pensamento,
numa só alma. Estão contigo as preces de milhares de portugueses que
te querem, que te respeitam e te admiram.
Ao voltares à tua terra, sentir-te-ás satisfeito contigo próprio e
reconhecerás que fizeste algo de grande valor que merece a consideração de
todos
nós. Pertences ao número dos heróis portugueses, soldado de
Portugal, por isso
deves ter ânimo e ser forte; enche-te pois de coragem, de fé e de
amor neste
Natal maravilhoso e sentirás o teu coração entoar, alegremente,
cânticos de
louvor que te anunciarão que o Menino Deus nasceu e com ele um novo
dia
para ti.
ANA MARIA |