Alípio Baptista
(7.º ano)
Realizaram-se em Tóquio,
com pleno êxito, os Jogos da XVIII
Olimpíada da era moderna.
Uma vez mais o ideal olímpico não foi esquecido e
assim os Jogos constituíram uma jornada de confraternização e intercâmbio cultural
entre povos de todos os continentes e de todas as raças.
Como hoje, já na Antiga Grécia os Jogos Olímpicos eram um elemento
de união de todo o povo grego que, embora separado politicamente, se
reunia na cidade de Olímpia, e daí o nome dos jogos, para a sua realização em honra dos deuses, mesmo em tempo de
guerra, que para
esse fim era suspensa. Estes Jogos foram, no entanto, abolidos no
ano de 394 por um decreto do imperador romano Teodósio, o Grande,
que os considerava «uma insolente sobrevivência do paganismo».
Somente cerca de 1500 anos depois foram restabelecidos os Jogos
Olímpicos, graças a um francês de nome
Pierre de Fredy, barão de
Coubertin, nascido em Paris
a 1 de Janeiro de 1863. Viajou ele por
vários países estudando as terras e os homens e trabalhou no sentido
de encontrar um clima único, o da unidade entre os povos através de
um elo firme como o desporto, ideal que serviu até à sua morte (2 de Setembro
de 1937).
O primeiro passo foi revelar o seu projecto, em 25 de Novembro de
1892, na União da Sociedade Francesa dos Desportos Atléticos, e
conseguir partidários em outros países. Daqui resultaria o alvitre
para um congresso que viria a realizar-se na Sorbonne em 25 de
Junho de 1894.
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19 /
Esse congresso aprovou o renascimento das Olimpíadas
pela opinião de 69 delegados, representando 14 países. O Comité Olímpico Internacional, logo fundado (há, portanto, 70
anos) começou a trabalhar, vencendo as muitas dificuldades
com que deparou e a Grécia foi o país escolhido para a realização dos primeiros Jogos Olímpicos
da era moderna.
Assim, no dia 6 de Abril de 1896, foram
abertos os Jogos
pelo rei Georges, da Grécia, no restaurado estádio de Atenas.
A chama olímpica, traço de união entre os Jogos Olímpicos
da Antiguidade e os da era moderna, apareceu pela primeira vez em 1928. O emblema olímpico é bem o símbolo do
ideal de
Pierre de Coubertin: cinco anéis entrelaçados, de
cores diversas, representando as cinco partes do mundo unidas pelo desporto
– azul da Europa, o amarelo da Ásia, o
negro Africano, o vermelho da América e o verde-mar da Oceânia.
O êxito dos jogos Olímpicos de Atenas foi tal que o
povo grego pretendeu que os Jogos se realizassem sempre na Grécia, visto serem gregos os Jogos Olímpicos da Antiguidade.
Mas Pierre de Coubertin venceu
uma vez mais e os Jogos
têm-se realizado em várias cidades do mundo, conforme se
verifico no quadro seguinte em que se apresentam também outros dados
estatísticos.
|
Datas |
Cidades |
N.º de atletas |
N.º de nações |
1896
1900
1904
1908
1912
1920
1924
1928
1932
1936
1948
1952
1956
1960
1964 |
Atenas
Paris
Saint Louis
Londres
Estocolmo
Anvers
Paris
Amesterdão
Los Angeles
Berlim
Londres
Helsínquia
Melbourne
Roma
Tóquio |
285
1066
496
2059
2541
2606
3092
3015
1408
4609
4468
5867
3539
5900
5541 |
13
20
11
22
28
29
44
46
37
49
59
69
68
86
94 |
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/ 20 /
Verifica-se por este quadro que não se realizaram os
Jogos Olímpicos nas Olimpíadas de 1916, 1940 e 1944, anos em
que as nações se viram envolvidas nas duas Grandes Guerras
Mundiais.
Para comemorar o 10.º aniversário do restabelecimento
dos Jogos Olímpicos realizaram-se uns Jogos em 1906, fora da
sucessão normal de 4 anos, na cidade de Atenas, como justo
prémio pelo êxito alcançado pelos Jogos da 1ª Olimpíada, realizados na Grécia.
Os atletas participantes nos Jogos Olímpicos deverão ser amadores.
Actualmente, porém, a divisa de Pierre de Coubertin – «não interessa vencer, mas sim comparecer e
praticar» –
tem sido um pouco atraiçoada, em virtude de alguns atletas
utilizarem os Jogos como «degrau» para o profissionalismo.
A Humanidade espera, no entanto, que haja sempre um «Pierre
de Coubertin» que lute pela união dos povos e pelo ideal do
desporto, evitando que os Jogos Olímpicos da era moderna terminem
como terminaram os Jogos Olímpicos da Antiguidade.
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