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farol n.º 13 - mil novecentos e sessenta e três ♦ sessenta e quatro, págs. 11 e 13.

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    do

 1º Ciclo

Vai o «Farol» iniciar...

Vai o «Farol» iniciar a publicação de uma página com a colaboração exclusiva dos alunos do 1.° ciclo.

Os leitores mais velhos do que nós não encontrarão nesta página, como podem calcular, obras primas de literatura: terão que lembrar-se que já foram da nossa idade...

Aos colegas do primeiro ciclo lembro que o «Farol» espera que cada um colabore, com o melhor que souber e for capaz, para que esta página se mantenha no nosso jornal. Somos pequenos mas havemos de ser grandes. Mãos à obra rapaziada!

ANTÓNIO GAIOSO (1.° ano)


A Pátria

Jorge Quininha
(2.º ano)
 

A Pátria é a mãe comum e o seu manto carinhoso obriga, por igual, todos os seus filhos. Não enjeita nenhum, mas nem todos, infelizmente, se mostram dignos dela.

Assim, há filhos que a renegam preferindo-a a nações estranhas, como há outros que não querem Pátria nenhuma: são os comunistas.

Admira-me – e não pouco – que haja Portugueses (que Portugueses não são)

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que se envergonham da sua Pátria.

É que a nossa Pátria é a Pátria de Afonso Henriques, Nun'Álvares e Albuquerque; é a Pátria de Santa Mafalda, Santo António e Santa Joana; é a Pátria de Pedro Nunes e Garcia da Horta; a Pátria de Martim Moniz, do Infante Santo e Carvalho Araújo; de Duarte de Almeida, mais conhecido pelo apodo de «O Decepado» que na célebre batalha de Toro, para defender o símbolo da sua Pátria, ali perdeu os braços mas ganhou, para si e para Ela, honra imortal.

D. João de Castro, precisando de contrair um empréstimo para serviço da Pátria, quis empenhar os ossos do filho; como eles não estivessem em condições próprias, empenha as próprias barbas.

E as mulheres? Essas não ficaram atrás. Mariana de Lencastre oferece os filhos à Pátria. Na mesma ocasião fez outro tanto D. Filipa de Vilhena; e, ao tempo em que os armava cavaleiros, naquela madrugada gloriosa de 1.º de Dezembro de 1640, ia-lhes dizendo:

– Ide, que a Pátria vos espera; voltai vencedores ou não volteis nunca, que vos não quero ver vencidos.

A nossa Pátria assistiu à tarde gloriosa de Aljubarrota e admirou o heroísmo dos seus filhos, como estava presente na hora bendita em que Vasco da Gama chegou a Calecute. As areias africanas embeberam-se do melhor sangue Português. O sertão brasileiro recebeu no seu seio os corpos de milhares de bandeirantes. Em todas as partes do Mundo o génio Português lançou, criou e firmou as raízes da sua Pátria. Com isso a engrandeceu, abatendo, sobretudo, o Crescente Árabe.

Mesmo nos nossos dias vemos os soldados de Portugal em luta pela defesa do nosso património em terras de Angola e Guiné; os próprios civis, animados do mais acrisolado amor Pátrio, agarram-se à Terra que defendem, e, de olhos em Deus, dentes cerrados e arma aperrada, juram em nome da Pátria: – Por cima ou por baixo da terra, aqui ficaremos!

Por tudo isto o filho que não ama nem defende a sua Pátria é um criminoso como aquele que embebe um punhal no seio de sua Mãe. É um réprobo!

 

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08-06-2018