por Maria Isabel Costa
Feijão
É sempre difícil e
até melindroso falar sobre alguém que nos é
superior e a quem devemos respeito e consideração; e essa tarefa
é dificultada, quando esse alguém é um professor a quem nos liga a
mais afectuosa simpatia.
Porém, ao ser incumbida de tal realização e cônscia da responsabilidade que a mesma
acarreta, já pelo que acima citei, já por não
ser eu talvez a pessoa mais
indicada, sinto-me honrada
e é com imensa satisfação que me proponho fazê-lo.
Lamento, apenas, não conseguir expressar tudo quanto nos vai no
coração agradecido, nem saber exprimir a grande saudade que nos deixou este querido Mestre, que
decerto recordaremos pela vida fora.
Não me cumpre julgá-lo, nem tão pouco enaltecê-lo; pretendo apenas,
numas linhas escritas despretensiosamente, testemunhar-lhe o mais sincero reconhecimento e admiração.
Desde já apelo para a benevolência de todos e, ao sr. Dr. Assis, peço
se digne aceitar este tributo de amizade que todos – disso estou certa
–, irmanados pelo mesmo sentimento, lhe
devotamos.
...Inteligente e culto soube realizar-se plenamente como
professor. Conseguia descer até aos alunos,
usando duma firmeza que nunca humilhou, duma compreensão feita de ternura, para desculpar os nossos deslizes. Um sorriso nos lábios,
um dito espirituoso, uma anedota a propósito, quebrava a monotonia
das
aulas, amenizando-as. Na
sua vida inteiramente dedicada ao exercício do Magistério, o sr.
Dr. Assis, mais que instruir, conseguiu
educar.
Uma figura de homem
excepcional. Com personalidade bem vincada, tinha o raro poder de
captar simpatias, uma bondade de coração inexcedível e, acima de
tudo, um desejo insaciável de fazer e ver todos felizes em seu
redor.
A jornada foi longa, os
caminhos nem sempre livres de escolhos, a meta a atingir era dura;
porém, todos os sacrifícios valeram a satisfação dum dever cumprido
e mereceram no fim, o galardão da vitória.
Ao sr. Dr. Assis, que
foi para nós um Pai extremoso, o nosso muito obrigado! |