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farol n.º 6 - mil novecentos e sessenta ♦ sessenta e um, pág. 19.

Outono

Carolina Rodrigues
(6.º Ano)

OUTONO! Entardecer da Natureza!

Os olhos perdem-se na imensidão do infinito, inteiramente veladas por uma sombra de melancolia.

Desaparece, pouco a pouco, o sol que iluminou a Natureza, que deu vida ao colorido das paisagens, que fez cintilar as águas brilhantes dos lagos. A Natureza adormece... As folhas, de verdes e viçosas que a tudo davam vida e luz, amarelecem e caem, juncando o chão. O céu escurece mais, e os ventos, cansados das calmas do verão, principiam o seu passeio pelas ruas e avenidas. Pouco a pouco, chuvas impiedosas vêm pôr uma nota mais triste na atmosfera já sombria que o Outono faz descer sobre a terra. Até a juventude parece acompanhar a marcha do tempo, também um pouco sombria, a caminho das escolas e liceus.

Outono! Palavra um pouco triste, mas ao mesmo tempo suave.

Desenha-se na nossa mente o quadro singelo de uma família reunida à lareira: o pai, naquela cadeira, além, lê o jornal, descansando das fadigas diárias; a mãe trabalha no enxoval do bebé que nascerá no próximo Natal; e àquele canto, a querida figura da avó, face engelhada pela idade, o olhar já sem brilho das lágrimas choradas pelos sofrimentos passados, contando aos netos a história de Jesus...

 

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06-06-2018