João Domingos Ferreira da Cruz
(N.º 16-3.° F)
BENDITO o dia em que tu, Henrique, pensativo contemplavas o mar imenso, tentando desvendar os seus
segredos!
Bendita a hora em que tu, Henrique, içaste às brisas
marítimas as velas das tuas naus!
Foi da tua pequena escola que saíram os grandes
navegadores desde o Gama a Cabral e tantos outros de vulto majestoso.
A tua glória é tão grande que o mar imenso cabe nela.
A tua glória é tão grande que, hoje, ao comemorar-se o quinto
centenário da tua morte, sábios de distantes terras vêm prestar
justa homenagem de que a tua glória é digna. A tua glória é tão
grande que, ela só, enche 8S páginas de ouro da mais bela
História Pátria.
A tarefa que te impuseste e que as tuas frágeis embarcações
levaram a termo, alcançando as mais longínquas paragens, abriu
ao mundo e à civilização as rotas dos Oceanos, transformou a
velha Lisboa na cidade esplendorosa e opulenta das sedas e das
especiarias orientais.
«Rainha dos Oceanos», o seu porto era demandado pelas
mais variadas naus, desejosas do seu comércio e a altivez e
poderio das Repúblicas Italianas vergou perante a tenacidade do
ilustre filho de D. João I e perante a audácia e bravura dos marinheiros de outrora.
Tu amaste o mar e ele recompensou-te, enchendo de glória
o teu nome e o País que foi teu berço. |