Cândido M.
(6.º ano)
O
mar é uma saudade constante e salgada.
É um poema escrito há muito
pelo criador do Nada...
É uma saudade constante e salgada
de quantos mastros partidos,
de quantos navios voltados,
de quantas vidas perdidas
e tesouros roubados...
O mar é um apelo a Deus
constante e cósmico...
Por isso eu ouço soluçar o cais
com saudade do mar alto.
Por isso eu sinto as pedras soltando ais
mais sonoros que trovões.
Por isso eu sinto tremendas convulsões
e um constante sobressalto
no meu ser
de pedra como o cais,
a sofrer
a saudade do mar alto.
Por isso eu choro com o beijo do vento
impregnado de sal marinho,
e sinto nos meus pés o sofrimento
por afrontar o mar sozinho... |