HÁBEIS MÃOS
Maria Lobato Guimarães – pág. 7
Não podia o Museu de Aveiro deixar
de se associar a esta justa homenagem. Sendo uma instituição que se
pretende viva e actuante no seio da comunidade em que está inserida, tem
por inerência a responsabilidade de apoiar e promover os valores
culturais e artísticos da região. José Augusto é, e será sempre, uma
referência, numa arte em que Aveiro tem tradição multissecular e à qual
sabe impor a sua marca inconfundível que cativa até o observador menos
atento. O museu integra com orgulho no seu espólio várias das suas
obras: Presépios e Santos, Joana, Gonçalo, António... convivem
familiarmente connosco, sacras figuras humanizadas de forma peculiar
pelas suas hábeis mãos, tomadas assim mais próximas e acessíveis,
transmitindo a ternura com que ele próprio as vê. A sua imaginação não
se esgota porém nos temas religiosos, o "profano" interessa-o também: o
amor à sua terra leva-o a perpetuar nas suas criações os usos e costumes
que por certo com pena, vê perder.
A cidade, vaidosa, agradece-lhe.
Nós partilhamos com muito gosto este momento.
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