S.
Jacinto é uma pequena povoação piscatória do distrito de Aveiro,
conhecida pelos seus estaleiros navais e pelo crescente desenvolvimento
turístico, que está intimamente ligada a uma presença militar.
O espaço
onde hoje se encontra o aquartelamento da Área Militar de S. Jacinto (A.M.S.J.)
é um caso especial, para não dizermos único, das Forças Armadas
Portuguesas. Desde 1 de Abril de 1918 – já lá vão oito décadas – foram
aquartelados sucessivamente os três ramos das Forças Armadas Portuguesas
(ar, terra e mar), tendo todos eles desempenhado papéis relevantes e
decisivos na defesa dos interesses de Portugal.
UM POUCO DE HISTÓRIA
A
povoação de S. Jacinto fica situada na extremidade da península com o
mesmo nome, que pelo norte separa a Ria de Aveiro do Oceano Atlântico.
Velha
aldeia piscatória conhecida no séc. XV pela denominação de Areias, S.
Jacinto só toma o nome deste santo dominicano, a partir de 1744, quando
pescadores, ao puxarem as redes junto da ermida, trouxeram dentro delas
uma imagem a que chamaram S. Jacinto.
Até ao
final do século passado era uma pequeno aglomerado de pescadores que
viviam em palheiros, habitações construídas com madeira e pintadas com
cores garridas e contrastantes, característicos das vilas de pescadores
desta região do Litoral Português. Hoje, pequena freguesia do concelho
de Aveiro, está separada da sede pela chamada ria de Aveiro. A distância
em linha recta que separa a aldeia da cidade não chega a uma dezena de
km. No entanto, o trajecto por estrada anda à volta de 45 km,
atravessando os concelhos de Estarreja e Murtosa. A ligação mais simples
é feita pelo transporte fluvial que parte do Forte da Barra –
pertencente ao Concelho de Ílhavo – até S. Jacinto.
A
população de S. Jacinto fixou-se na faixa Litoral a sul de Ovar e na
região das Gafanhas e de Mira. Tradicionalmente descendente de povos
oriundos do Norte da Europa, de gregos e de fenícios que se
estabeleceram nestas paragens, dotados de grande capacidade para o
trabalho e com grande iniciativa, vivem essencialmente da agricultura e
da pesca na ria e no Mar. Têm a sua actividade nos campos, nos
bacalhoeiros que partem ou partiam para a Terra Nova, nas traineiras,
nos saleiros, nos moliceiros na apanha do moliço da Ria, o adubo natural
que permitiu transformar os areais em campos de cultivo, nos estaleiros
navais e na marinha mercante. O homem da beira-mar, o Homem de S.
Jacinto, constituiu-se há muito como uma constante.
Esta
região caracteriza-se por um clima temperado marítimo. Dada a sua
proximidade com o Oceano Atlântico, as condições meteorológicas
caracterizam-se, em cada estação do ano, pelo pouco rigor, não se
verificando grandes variações relativas aos factores meteorológicos.
Genericamente as condições do tempo dependem da presença de um
Anticiclone que poderá estar centrado nos Açores, provocando
frequentemente céu limpo ou pouco nublado na região de Aveiro. Nesta
situação pode acontecer vento Norte, designado na região, como Nortada.
Nas manhãs de Verão esta situação provoca neblina e nevoeiros matinais,
que se dissipam por volta do meio-dia, dando lugar a dias de sol com
temperaturas que raramente são elevadas. No Inverno o Anticiclone pode
apresentar-se sobre o centro da Península Ibérica, transportando uma
massa de ar frio e seco sobre Aveiro. / 15 /
A RESERVA NATURAL
A reserva
Natural das Dunas de S. Jacinto (R.N.D.S.J.) está situada a norte da
Povoação de S. Jacinto, entre o braço Norte da Ria e o Mar. É uma
referência ambiental e paisagística da região de Aveiro. Foi criada em
1979 pelo Dec-Lei 41/79 de 6 de Março. A reserva tem uma extensão
aproximada de 666 há. É formada por um cordão dunar consolidado por
vegetação espontânea, com uma área florestada em finais de século
passado com o objectivo de fixar a duna, constituída na sua maior parte
por pinheiro bravo e acácia. No interior da área protegida foram abertos
charcos destinados a constituir refúgio e local de fixação para a
população de anatídeos da Ria de Aveiro.
As dunas
da área protegida da reserva são consideradas das mais bem conservadas
da Europa, tendo um património faunístico considerável, do qual se
destaca a colónia de garças mais setentrional do país, e conservando em
estado natural um património florístico próprio das dunas: estorno,
cardo-marítimo, couve marítima, camarinha, etc. |
A
palavra teatro vem do grego theatron, que quer dizer "o que se
vê". Na Grécia Antiga o teatro tinha uma grande função social, pois
embora se destinasse a distrair, tinha como objectivo transmitir o
ensinamento moral. Perante milhares de pessoas representavam-se comédias
em que se criticavam e ridicularizavam os vícios e tragédias que
representavam situações em que os homens lutavam conta o seu destino e
dialogavam com os deuses. As personagens do teatro grego e os seus
conflitos serviam de exemplo ao público que, através do riso ou
sofrimento, era levado a reflectir sobre si próprio e a purificar-se.
Em
Portugal, na Idade Média, predominavam os autos religiosos e pantomimas.
As representações faziam-se nas praças públicas, nos adros das igrejas,
nas feiras ou nos salões dos palácios.
No século
XVI é Gil Vicente quem vai recuperar a tradição teatral portuguesa,
fazendo convergir as dimensões lúdica e pedagógica do teatro. Nos seus
textos podemos encontrar situações cómicas, burlescas, a crítica social
e o ensinamento das virtudes defendidas pela moral cristã. Foi em plena
época renascentista que recomeçaram a construir-se edifícios para a
prática do teatro, facto que incentivou a criação de novas
representações.
Ao longo
do tempo, o teatro, nas suas múltiplas formas, tem sido para o homem uma
fonte de entretenimento e de encanto, uma fonte para o alívio do tédio e
do aborrecimento da vida quotidiana. Contar uma história no palco, num
estrado ou numa praça pública, fazer pensar, rir, sonhar, criar um mundo
impossível ou real numa cena tem sido também contar um pouco a história
dos povos e transmitir a sua cultura.
Trabalho
inserido no estudo da 5.ª Unidade de Português do ensino secundário.
Jorge Cardoso, Turma I |