| 
         
        Na 
        Reserva Natural de São Jacinto existem quatro espécies de chapins: 
        Parus major (chapim real), Parus ater (chapim carvoeiro), 
        Parus caeruleus (chapim azul), e Parus cristatus (chapim-de-Poupa); 
        todos eles residentes ou sedentários em S. Jacinto. Vou falar-vos do 
        Parus major, Parus seu nome latino, da família paridae, 
        da ordem dos passariformes, classe das aves, seu nome vulgar Chapim 
        Real, protegido pela convenção de Berna II, espécie não ameaçada. 
        
        
        
         Falando-vos 
        um pouco das suas características e do seu habitat, o chapim real é o 
        maior e mais pesado de todos. Tem vinte gramas de peso e 14 centímetros 
        de comprimento. A sua cabeça é preta, com os lados amarelos 
        esbranquiçados, o peito amarelo com uma faixa preta no sentido 
        longitudinal. Os seus juvenis apresentam as mesmas cores, mas em tons 
        mais esbatidos. São naturais de bosques de folhosa, mas crescem em todo 
        o lado onde existam árvores; em São Jacinto como não temos um bosque de 
        folhosas, auxiliamo-los com ninhos artificiais, dado a sua importância 
        no ecossistema, para o controle da praga de insectos, pois estas 
        insectívoras consomem 50% do seu peso, sobretudo aranhas e 
        processionários; no entanto, no Inverno, quando o alimento escasseia, 
        alimentam-se também de sementes ricas em gordura. 
        
        A fêmea é 
        quem escolhe a cavidade e constrói o ninho. Na falta de cavidades para 
        construir o ninho, o chapim real nidifica nos mais diversos locais: 
        tubos, muros, ferros velhos, buracos... Com muito cuidado enche a 
        cavidade ou o ninho artificial com musgo em forma de tigela funda e 
        revestindo-a de pêlos e penas, tornando o ninho muito quente, para uma 
        postura de dez a treze ovos, sendo estes ovos os maiores de todos os 
        chapins, com dezassete milímetros cada. Quando a postura está completa, 
        a fêmea inicia o choco. Normalmente a nidificação é em Maio, com duração 
        de catorze a quinze dias de choco. Quem choca os ovos é a fêmea e 
        enquanto isso é alimentada pelo macho. O chapim real tem uma voz 
        versátil, o seu canto chega a confundir-se com o de outras aves, pois 
        esta tem aptidões para as imitar, começando a cantar logo no inverno 
        quando os dias são amenos. O chapim é das aves que menos problemas tem 
        em se adaptar aos ninhos artificiais, desde que a entrada tenha mais de 
        trinta milímetros. Logo que surgem os filhotes, é o casal que cuida da 
        alimentação. Esta tarefa é repetida cerca de novecentas vezes por dia, 
        durante dezoito a vinte dias, até que as crias comecem a voar. 
        
        Depois 
        dos filhotes começarem a voar, a família ainda permanece unida durante 
        duas ou três semanas, continuando estes a ser alimentadas pelos pais. 
        
        
        Rosa Maria Serôdio – Aluna n.º 152  |