Alda Gomes
Vai fazer seis anos que eu estou na reforma, o que quer
dizer que a idade vai avançada e daí a minha desculpa por não saber as
datas em que estive no Conselho Directivo. Sr. Dr. Arsélio, terá de
averiguar. Eu acho que sempre tive os pés assentes na terra. Estou muito
admirada por me julgarem, em raras alturas, anjinho. Nunca participei
nos trabalhos da escola sem ser solicitada. A minha passagem por
diferentes conselhos directivos e inclusive um ano como presidente do
conselho directivo, foi por necessidade absoluta da escola. Recordo que
nesse ano em que escola estava num impasse eu estava nos meus tempos
livres, fora da escola; andaram à minha procura, porque um inspector
veio, e queria que eu, como professora mais antiga, assumisse a chefia
da escola. Eu neguei e disse: "Desculpe, mas isso eu não faço". Eu nunca
poderia assumir um cargo de direcção sem que a escola se pronunciasse se
me aceitava ou não aceitava. E então, normalmente como era costume, foi
reunida a Assembleia de Professores e por urna minoria dos votos, como
era lógico esperar, lá tive eu de assumir o cargo esse ano. Felizmente
tive aquilo que eu na altura dizia "alguém é o meu braço direito" e foi
o Dr. Arsélio.
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Portanto, ele melhor do que ninguém, poderá dizer, depois de eu falar,
(espero que ele também fale) o que foi aquele ano de gestão. Nos outros
anos, não há dúvida nenhuma que fui assumindo a minha responsabilidade
no cargo que a escola me pediu, sempre numa linha de serviço à
comunidade escolar; nem eu sabia fazer de outra maneira. Quase em todos
os outros anos em que estive ao serviço da escola foi em função do curso
nocturno. Porque não tinha encargos familiares, tinha disponibilidade de
tempo, tinha como pessoa uma certa facilidade em relação humana, tanto
com colegas como com os alunos, era normal que me pedissem um serviço
desses. Foi com muito gosto que o fiz e mesmo agora sinto-me feliz por
ter participado.
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