Descendo para o rio Antuã, encontra-se, a cerca de 2 km.,
o referido Hospital, onde há um "Ninho de Pequeninos» da iniciativa da
Junta da Beira Litoral, um asilo de velhos e algumas enfermarias em
actividade. Depois, atravessa-se a ponte de alvenaria que dá acesso a
Estarreja, vila de 4212 habitantes, sede de concelho, e de comarca
de 2.ª classe, a pouca distância da margem direita do Antuã. É povoação
relativamente moderna e não possui monumentos de interesse. O seu
primitivo nome era Antuã ou Antuão. Pertencia à coroa:
«esta é régia» diziam os fintadores reais aos que pretendiam alcançar
foros além da sua zona; daí teria vindo o nome ao local.
Foi-lhe dado foral por D. Manuel I em 1519; Camilo
refere-se a Estarreja na Brasileira de Prazins.
Uma espaçosa avenida ladeada de bons edifícios modernos,
que constitui um ramal da E.N. n.º 28-2.ª, com a extensão de 250 metros,
liga-a ao caminho-de-ferro.
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Pensões: Moderna; Fortunato (junto à estação). –
Automóveis de praça. Serviço de camioneta combinado, para a Murtosa, a
todos os comboios (p. 564) – Restaurante: Miranda (regular), na Praça. –
Telégrafo e telefone de cabine pública: Rua da Cadeia. – Iluminação
pública: eléctrica – Águas em geral boas, a melhor é a do Bedueiro, na
freguesia de Salreu, mas a pouca distância da vila. – Clubes:
Recreativo; Centro. – Descanso semanal: 2.ª feira. – Feriado Municipal:
1.º de Maio. – Feiras: nos dias 15 e 30 de cada mês (feira de St.º
António). – Indústria popular: esteiras.
A vila pertence à freguesia de Beduído. É pequena em
área, mas tem alguns bons prédios, como o que pertenceu ao advogado
portuense dr. João Carlos Temudo. Antigamente teve uma importante
indústria de fabrico de óleo de peixe, hoje desaparecida. Possui uma
importante fábrica de arroz e de moagem, e pequenas indústrias caseiras
de fabrico de peles de agasalho. Oficinas de reparação de automóveis.
A avenida de acesso desemboca na Praça, bastante
espaçosa. Entre as construções que a ladeiam, há a notar, a Oeste, a
Casa da Praça, do antigo morgadio de Vagos (Visconde de Valdemouro),
construção bem lançada, do séc. XVIII. Na mesma ala, a capela de St.º
António, de fraco valor artístico, mas de grande devoção local. Em
frente ficam os Paços do Concelho, cuja construção moderna e
agradável se deve a Francisco Barbosa Sotto Maior. Próximo fica um
pequeno largo ajardinado, onde foi erigido o monumento aos Mortos da
Grande Guerra. Na praça e no largo da cadeia, realiza-se um mercado
semanal, aos domingos, muito animado; predomina o comércio dos cereais.
Excursões de Estarreja
– De Estarreja podem-se fazer algumas excursões interessantes:
1.º) A Angeja (8 km. Sul, pela E.N. 28-2.ª) (ver
pág. 544).
2.º) A Pardilhó (7 km. Noroeste, por estrada
municipal). A estrada atravessa uma região de pinhais bastante pitoresca
(pág. 552).
3.º) À Béstida (Torreira) (9, 5 km. pela E.N.
32-2.ª).
Entre a Béstida e a Praia da Torreira, há um serviço de
lanchas e barcas (travessias de 20 a 30 minutos). A 138 metros, passagem
de nível da linha férrea do Norte. A estrada segue entre campos de milho
e pinheirais e depois por uma região extremamente povoada.
A primeira povoação que se encontra, a 800 metros, é a
Póvoa, donde a vista de Estarreja, na sua colina, apresenta um belo
aspecto. A seguir está a freguesia de Veiros, (2,8 km.), a última
do concelho de Estarreja, aglomerado de casas que ladeiam a estrada.
Passada a igreja, há, à direita, uma vivenda bem situada, dos Pereiras
de Melo. Nesta freguesia houve, em tempos, uma indústria de fósforos de
pau, os chamados «espera-galegos», que teve um certo incremento. Também
se fabricaram – e fabricam – esteiras de bunho (espécie de junco, da
família das ciperácias, Scirpus lacustris, L), de grande
extracção local. Oficinas de pintura de proas de moliceiros.
A 5 km., em Santa Luzia, cruzamento, à esquerda,
com uma estrada municipal que leva à (2,15 km) Murtosa.
Continuando pela estrada da Béstida, (5,6 km.) chega-se à freguesia do
Monte, do concelho da Murtosa, ligada a Pardilhó por uma estrada
municipal (à direita).
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