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Igreja das Carmelitas

A rua de Gustavo Pinto Bastos, que parte a sudeste da Praça da República, junto aos Paços do Concelho, desemboca na Praça Marquês de Pombal, ajardinada, a oeste da qual fica o Governo Civil (PI. n.º 23). (Das sacadas do último andar, vasto panorama sobre a cidade e seus arredores).

Aveiro – Vista Geral da cidade de avião

Ao sul, o novo edifício dos Correios e a igreja das Carmelitas (monumento nacional; PI. n.º 24), da invocação de S. João Evangelista.

Era pertença de um recolhimento fundado em 1657 por D. Raimundo de Lencastre, 4.º duque de Aveiro, em obediência a uma disposição testamentária de D. Brites de Lara e Meneses (m. 1648). As primeiras freiras (1658) vieram de Lisboa e Carnide. A igreja foi concluída por D. Gabriel, 7.º duque de Aveiro, em 1738.

Frontaria vulgar. No tímpano o brasão carmelitano. Interior belo, aparatoso e harmónico, pressentindo-se manifesta influência da igreja de Jesus. Sobre a nave um tecto encurvado e apainelado (as pinturas representam cenas da vida de Santa Teresa de Jesus). Rodapés de azulejos barrocos, azuis e brancos, (embora sejam de 1737), com cenas religiosas; no alto das paredes, talhas doiradas emolduram quatro painéis regulares (de 1773), com santos carmelitas. Retábulos de talha barroca doirada. Na grade coral subsistem as / 482 / puas de ferro; acima dela, mais pinturas e talhas doiradas É similar a ornamentação da capela-mor, cuja talha em grande parte esculpiu o mestre Francisco José, do Porto. Azulejos em rodapé, também de 1737; no alto das paredes, seis telas pintadas por um Oliveira, medíocres, de cenas bíblicas, emolduradas com talhas. Bom retábulo de talha doirada, barroca. Tecto encurvado e apainelado, com pinturas. O brasão da casa de Aveiro no arco triunfal.

Ainda na praça do Marquês de Pombal, o palacete dos antigos viscondes de Almeidinha.

Tomando, no extremo oeste da praça, para o sul, a rua do Capitão Pizarro, entra-se na Avenida de Artur Ravara, tendo em frente a entrada do Jardim Público e Parque do Infante D. Pedro (festivais nocturnos, iluminações, danças e descantes populares pelos ranchos regionais), que se estende (com o parque, anexo) sobre 4 hectares de terreno e no qual se tem vistas sobre Verdemilho, a Gafanha e a Ria. Da pérgola do Jardim desce-se para o Parque Municipal, ao centro do qual se encontra um lago artificial, (bastante amplo e com água renovada por um rumoroso manancial) com duas pontes, barcos gondolares de recreio, de aluguer, e, no seu extremo mais escondido, um bem povoado viveiro de cisnes. Em volta desta discreta toalha de água, sobre a qual se inclinam volumosas massas de folhagem, há agradáveis arruamentos, pequenas espessuras para a garrulice primaveril da passarada, mirantes com tufos de canas da Índia, silvados, declives de jardinagem e um pavilhão para venda de flores. É um dos mais aprazíveis recintos municipais da província.

Ao sul do parque, os campos de jogos: de ténis (Pl. n.º 30), de futebol (Pl. n.º 31), e outros desportos. Do lado oeste do parque está o Hospital da Misericórdia (entrada pela Av. de Artur Ravara). Ao sul do Jardim ficam o quartel de Infantaria 10 (PI n.º 27) e a

Igreja de Santo António, donde ainda hoje sai a procissão da Cinza.

Pertenceu ao convento de Santo António, dos franciscanos da província da Soledade, vulgarmente chamados Capuchos. Principiou a edificar-se em 1524, por iniciativa de João Nunes Cardoso, rico armador de navios. A nave foi reconstruída em 1653. Fachada vulgar, singela, com galilé. Nave pobre. Interessantes azulejos barrocos (cenas de vida de St.º António) e um bom retábulo de talha doirada, de igual tipo, na capela-mor. Os elementos decorativos da sacristia (análoga à de St.ª Maria do Bouro) formam um conjunto harmónico. Nos azulejos, em rodapé, cenas da vida de St.º António (desenho fraco). Bom arcaz de pau preto, à volta do qual, nas paredes, figuram quatro pinturas (a da Virgem e o Menino têm merecimento) emolduradas em talhas doiradas, barrocas. / 483 / Tecto apainelado e entalhado, cujas pinturas, fracas, representam santos da ordem. Claustro pequeno e modesto.

A par da igreja de St.º António, com a qual comunica internamente, está a igreja dos Terceiros de S. Francisco, levantada em 1743, de fachada mesquinha.

Interior homogéneo e agradável, em que se regista o anacronismo da decoração barroca. Nave de abóbada policromada. Nas paredes, painéis de azulejos (cenas da vida de S. Francisco). Tem bons retábulos de talha dourada, a qual reveste o arco triunfal. Guarnecem as paredes da capela-mor pinturas religiosas de tela, inferiores, emolduradas com talhas doiradas. No retábulo, entalhado e dourado, há dois meios relevos estofados e dourados.

 

 

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