| 
         
        
        DEPOIMENTOS DOS ALUNOS – ANO LECTIVO 1997/1998 
        
        
        – 
        Turma 12.º L 
        
        – 
        
        
        (As fotos desta turma foram feitas por Inês Ferreira – 
        12.º L e por José Henriques –12.º J) 
          
        
        
        ADRIANA TAVARES – 17 ANOS 
        
        
        
         Primeiro era apenas uma disciplina gira, diferente... uma 
        disciplina que dava para descontrair, para me divertir e, 
        simultaneamente, tirar boas notas – o que não significa que as 
        expectativas à volta dela não fossem grandes! Depois tornou-se em algo 
        mais sério; continuou a ser tudo aquilo que eu esperava, só que com uma 
        profundidade, um significado, uma importância maior do que alguma vez 
        imaginei que tivesse. Ajudou a derrubar obstáculos, a vencer barreiras, 
        sobretudo a ver e a encarar certas situações de um outro modo. Isto não 
        significa que tenha sido tudo sempre um "mar de rosas", houve também 
        bastantes situações de desilusão, de insatisfação... até mesmo vontade 
        de virar as costas e vir embora! Contudo, penso que o balanço a fazer 
        destes dois anos é bastante positivo! Só tenho pena é que a turma não 
        tenha aproveitado bem, a oportunidade que OED nos deu de nos tornarmos 
        verdadeiramente unidos! 
        
        
          
        
        
        ANA LUÍSA AMARAL – 17 ANOS 
        
        
        
         Ao optar pela disciplina de OED fi-lo com a ideia de 
        aprender a fazer teatro... Ao longo do tempo fui-me apercebendo que esta 
        disciplina envolvia bastante mais do que o “fazer teatro"... OED 
        ajudou-me a sentir, a querer, a olhar, a falar com direito a fazê-lo e 
        sem medo de ser mal interpretada ou de errar... E isto, claro, com o 
        empenho do professor Duarte, que foi uma pessoa muito importante no meu 
        crescimento e amadurecimento. Através de jogos de contacto, de tocar nas 
        pessoas, de gritar com vontade, de deambular, de dançar 
        "descontroladamente", de concentração... as pessoas conseguiram 
        conhecer-se melhor, quer a si próprias, quer a quem as rodeava; no 
        entanto e, apesar de muito ter sido proveitoso (e aqui falo 
        especificamente de mim...), o protagonismo também existiu e as pessoas 
        nem sempre foram verdadeiras... No primeiro ano, em OED, aprendi muito 
        sobre mim própria, coisas que desconhecia e tive vontade de descobrir. 
        Muito ficou ainda por descobrir e por melhorar, mas agora sei que posso 
        procurar burilar as "personagens" em mira, crescer com as minhas 
        diferenças e assumir as minhas capacidades (apesar de ainda me custar). 
        Em mim ficou o conseguir olhar as outras pessoas nos olhos e dizer o que 
        realmente penso, sem inibição e simplesmente com sinceridade. 
        
        / 
        50 / 
        
        
          
        
        
        MARGARIDA CERVEIRA – 17 ANOS 
        
        
        
         Na casa da minha infância havia um Carvalho, tão grande 
        que eram precisas duas pessoas para lhe abraçar o tronco. Aos quatro ou 
        cinco anos, já gostava muito de ir ter com ele. E lá ficava, sentia a 
        erva molhada debaixo do traseiro, o vento fresco nos cabelos e na cara. 
        Respirava e sabia que havia uma ordem superior das coisas e que eu 
        estava incluída nessa ordem, juntamente com tudo aquilo que via. Embora 
        não soubesse música, algo cantava dentro de mim. Não saberei dizer que 
        género de melodia era, não havia um refrão preciso. Era como se um fole 
        soprasse com um ritmo forte e poderoso na zona próxima do meu coração e 
        esse assobio, espalhando-se pelo interior do meu corpo e da minha mente, 
        produzisse uma grande luz. Sentia-me feliz por existir e, para além 
        dessa Felicidade, para mim não existiria mais nada. Ingenuamente, 
        pensava no Carvalho como um Ser Divino, orientador de todo o meu ser. 
        Mas depois disso, muita coisa mudou: com a mudança de casa, deixei de 
        ver, sentir e cheirar o Carvalho, o meu Carvalho. A partir daí a minha 
        vida obrigou-me a procurar escapatórias. Sentia-me condicionada... A 
        coisa mais fácil do mundo é encontrar escapatórias, quando não queremos 
        olhar para dentro de nós mesmos. Aos 17 anos encontrei de novo um 
        Carvalho. Compreendi de onde devia partir, onde devia chegar – um 
        processo demorado, cheio de obstáculos, mas apaixonante. Compreendi que 
        o único mestre que existe, o único verdadeiro e credível, é a nossa 
        consciência. Para a encontrarmos, temos de estar em silêncio, temos de 
        estar na terra nua, nus e sem nada à nossa volta. TEMOS DE EXPERIMENTAR 
        OED! Sentada debaixo do Carvalho, não sou eu mas o Carvalho, no bosque 
        sou o bosque, no meio dos homens estou com os homens. Algo tinha mudado. 
        Continuava a não ver nada, mas já não era uma cegueira total. No fundo 
        da escuridão começava a ver um clarão. Era uma luz pequena, débil, uma 
        chamazinha apenas. Todavia, o facto de existir dava-me uma leveza 
        estranha. Não havia euforia, exaltação. Não me sentia mais sábia, mais 
        elevada. O que crescia dentro de mim era apenas uma serena consciência 
        de existir. Prado no prado, Carvalho debaixo do Carvalho, pessoa no meio 
        das pessoas. Obrigada OED, por me fazeres ver, de novo, o enorme 
        Carvalho que vive dentro de mim! 
        
        
          
        
        
        CAROLINA FERNANDES – 16 ANOS 
        
        
        
         (...) 
        
        
        Tenho em mim todos os sonhos do mundo (...) 
        
        
        (...) 
        
        
        Que sei eu do que serei, eu que não sei o que sou? Ser o 
        que penso? Mas eu penso ser tanta coisa! E há tantos que pensam ser a 
        mesma coisa (...) 
        
        
        (…) 
        
        / 
        51 / 
        
        
        Desci pela janela das traseiras de casa. 
        
        
        Fui até ao campo com grandes propósitos. 
        
        
        (...) 
        
        
        Quantas aspirações altas, nobres e lúcidas 
        
        
        Sim, verdadeiramente altas, nobres e lúcidas 
        
        
        E quem sabe se realizáveis, 
        
        
        Nunca verão a luz do sol real nem acharão ouvidos de 
        gente? 
        
        
        (...) 
        
        
        Procuro dizer o que sinto 
        
        
        sem pensar o que sinto 
        
        
        Procuro encostar as palavras à ideia 
        
        
        (...) 
        
        
        In: Vários Poemas de Fernando Pessoa 
          
        
        
        CATARINA MIGUEL – 17 ANOS 
        
        
        
         Foi no ano de 1996 que, sem qualquer hesitação, decidi 
        matricular-me na disciplina de Oficina de Expressão Dramática. Até ao 
        momento apenas tinha fantasiado ser Nossa Senhora, nos tempos longínquos 
        do infantário, e de Poluição, no ano lectivo anterior. Foi então que o 
        sonho começou a nascer... Chegou por fim a tão esperada aula de OED e, 
        timidamente, entrei num universo onírico que, no entanto, continha tanto 
        de real... Após a tão esperada experiência, nada de consolador restava, 
        o gosto amargo na boca era de uma realidade extrema, afinal não era nada 
        daquilo que eu estava à espera! Será que no futuro a exposição teria de 
        continuar? Será que era necessário conhecer-me tão bem? Afinal de contas 
        a minha inibição não conta? Tantas dúvidas, tantas angústias, tantos 
        obstáculos a transpor... Seguiram-se inúmeras aulas e eu sentia-me a 
        mudar. A confiança em relação ao espaço que me rodeava era magnificente, 
        a comunicação, bem, era a oitava maravilha do mundo, as palavras fluíam 
        como o vento, a predisposição para a vida transfigurava-se e eu..., eu 
        sentia-me a mudar! Conquistei, aprendi, reflecti, sonhei... Pouco ou 
        nada a dizer, apenas digo que cresci... O calor que emanava dos jogos 
        corporais e o trespassar das fantasias para o mundo concreto começavam a 
        deixar as suas marcas, o tempo tinha passado e tinha deixado saudades. 
        Foi um caminho longo e, para mim, bastante conturbado e doloroso – mas 
        quem é que disse que a dor não envolve prazer? Foi a oferenda mais 
        significativa que fiz, foi dar-me de corpo e alma ao TEATRO! E foi assim 
        que cheguei ao ano das grandes decisões, o tão amado e odiado 12.º ano. 
        Saturada da minha estadia na estalagem José Estêvão, comecei a pensar 
        seriamente naquilo a que toda a gente chama FUTURO... Perdoem-me, disse 
        estalagem? Hotel, queria eu dizer. E explico porquê. 
        
        
        Pensando devotamente no meu futuro, descobri que o maior 
        obstáculo a passar ainda não tinha sido alcançado. É que após algumas 
        "lavagens cerebrais” havia algo que sempre permanecia, havia algo 
        entranhado nas paredes do meu cérebro, em cada célula do meu corpo – o 
        TEATRO. Tomei a decisão. Futuramente iria entregar-me por toda a vida. 
        No 
        
        / 52 / 
        entanto a angústia continuava no peito, sufocando-me aos poucos. Não 
        tenho um futuro risonho pela frente, por que é que tudo foi tão fácil 
        até agora não pode continuar a sê-lo? Acordei e o mundo estava à minha 
        frente, eu tinha de lutar, era vital. Cá estou decididíssima a tirar um 
        curso de teatro, mas confesso, não sou a mais corajosa das mulheres. 
        Tirarei uma licenciatura primeiro, não sei bem qual, pois só penso em 
        teatro, e então depois vou directa ao assunto, Vou agora então explicar 
        o motivo da denominação de HOTEL. Apresento aqui, nestas poucas linhas, 
        a minha sincera gratidão, e apresento-a, porque foi precisamente pela 
        oportunidade que me deram que eu descobri a minha história. Foi esta 
        oportunidade que me fez desvendar o meu destino. Os meus sinceros 
        agradecimentos a todos os que se deixaram encantar pela arte e por tudo 
        o que, mesmo não parecendo, é belo. Para todos vós vai um abraço 
        apertado e um humilde obrigado por confiarem em pessoas como nós, e 
        muito especialmente por acalentarem um amigo tão cordial, o meu 
        professor – Duarte Morgado. Apresento, então, esta escola como um hotel, 
        pelo simples facto de albergar pessoas tão especiais como vós. 
        
        
          
        
        
        CLÁUDIA COSTA – 18 ANOS 
        
        
        
         Oficina de Expressão Dramática foi para mim uma espécie 
        de medicamento. Ajudou-me bastante a ultrapassar certos receios, ainda 
        que não totalmente... Mas, também, não é nenhuma disciplina com poderes 
        mágicos! E, no entanto, penso que mudei bastante (directa e 
        indirectamente por determinados exercícios). No início, esta disciplina 
        deixou-me um pouco céptica... Afinal, era uma coisa bastante diferente 
        na forma e no conteúdo. Nunca tinha sido incentivada a revelar-me tão 
        natural e tão desinteressadamente. É claro que eu própria coloquei as 
        minhas próprias barreiras, as minhas próprias defesas, mas a pouco e 
        pouco fui-me libertando de toda essa "tralha" que carregava comigo 
        (confesso que não totalmente!) Hoje, penso que ainda ninguém me conhece 
        totalmente... Acho que nem eu. Antigamente, eu pensava que a culpa seria 
        dos outros, que eles não se interessavam por mim... Agora, vejo que, de 
        facto, eu é que não os deixo aproximarem-se...) e descobri-me bem mais 
        leve, bem mais livre (e pensar que eu pensava que o era!...). Comecei, a 
        pouco e pouco, a afastar certos receios, certas vergonhas; comecei a 
        tornar-me mais extrovertida, mais sociável com todos e não apenas com 
        quem eu, "à priori", escolhia. No entanto, na hora de realmente me 
        confortar com os outros (ou mesmo comigo!) eu encolhia-me... Recordo que 
        um dos exercícios que me levou a mudar esta acção foi o da improvisação 
        com um objecto. Com esse exercício aprendi a adaptar-me a mim, aos 
        outros e a novas situações. Comecei então a valorizar-me um pouco, a ver 
        que afinal eu não era aquela pessoa tão fraca e tão frágil a que eu me 
        tinha habituado. Abri-me a mim e posteriormente aos outros e às suas 
        ideias. Lembro-me que, apesar de todos estes progressos, ainda sentia 
        dificuldades em olhar as pessoas de frente, de as enfrentar devido à 
        falta de segurança que sentia em relação a mim e aos outros; outros 
        exercícios vieram mudar um pouco isso: relaxamento e jogos de confiança 
        – sentir-me dependente (por momentos) dos outros, 
        
        / 53 / 
        tentar esquecer que eles me poderiam deixar cair... Foi muito bom para 
        ultrapassar grande parte das dificuldades que eu sentia. Com OED eu 
        aprendi a retirar as 1001 máscaras que eu tinha oferecido a mim própria 
        e a apenas colocá-las na hora devida, na altura devida, na situação 
        devida. Sei, no entanto, que também falhei em relação à disciplina... 
        Tornei-me um pouco comodista! E, o erro não foi da disciplina ou das 
        aulas em si, mas meu. Estava demasiado preocupada com o rumo instável 
        que eu estava a tomar; preocupada com a melancolia insistente que eu 
        sentia, preocupada com as depressões em que caía. Eu tentei atingir a 
        "perfeição" (se é que ela existe), mas não consegui... Nem comigo, nem 
        com os outros (principalmente com os meus pais) – num mundo imperfeito, 
        quem é que consegue exigir de si o mínimo que seja de perfeição? Agora, 
        penso que essas fases estão a ser ultrapassadas e, no entanto, sinto-me 
        uma estúpida, porque, quando finalmente me sinto preparada para me 
        entregar e assumir OED quase a 100%, verifico que o ano está a acabar... 
        E com ele sonhos, projectos, fantasias... Quase um futuro! 
        
        
          
        
        
        FILIPA NETO – 17 ANOS 
        
        
        
         Entramos num mundo diferente, onde nos encontramos com os 
        nossos sonhos e com os nossos medos. É-nos dada uma máscara, que pomos e 
        tiramos conforme a disposição, mas que na maior parte das vezes 
        permanece para além das quatro paredes da sala – é o véu da arte 
        dramática. A disciplina de OED desentranhou-me algumas das minhas 
        máscaras pessoais e ajudou-me a acreditar mais nas outras pessoa e no 
        poder da arte. OED sou eu, os meus colegas, o professor, a sala, as 
        palavras, as imagens... É tudo aquilo que acreditamos que somos capazes 
        de criar. E se sonhar é viver, criar é saborear o "tutano" da vida”. 
        
        
          
        
        
        INÊS FERREIRA – 17 ANOS 
        
        
        
         Noutro dia, estava exactamente a pensar no que eu era 
        antes de entrar para OED. Reparei na pessoa "atulhada" de complexos e 
        preconceitos que era: se falasse mais alto dava "mau aspecto"; se me 
        apetecesse começar a rir às gargalhadas, passava por maluca ou 
        exibicionista. Penso no que sou hoje, depois de dois anos de 
        "tratamento". Já não me consigo imaginar sem os meus berros estridentes; 
        sem as sentidas gargalhadas que dou, mesmo nos ambientes mais 
        conservadores; sem a "viagem" antes de cada momento de tensão; sem a 
        pitada no quotidiano, que constitui a disciplina e os humores do meu 
        professor; entre muitas outras coisas que enchem a minha vida e ajudaram 
        à formação da minha personalidade. Nas linhas que escrevi, caí num mau 
        hábito meu, falar de mim e analisar-me. Mas, pensando bem, estou a falar 
        de um dos princípios fundamentais para executar 
        
        / 54 / 
        qualquer actividade nesta disciplina e na vida – conhecermo-nos a nós 
        próprios. Confesso que fui para OED porque queria ser actriz; e apesar 
        de agora ter optado por outro tipo de palco (o da Política, que acaba 
        por não ser muito diferente), nunca esquecerei quanto me tremeram as 
        pernas e quão seca ficou a garganta durante todas as vezes que pisei o 
        palco; das vontades constantes de ir à casa de banho antes "do momento"; 
        de todos os medos, alegrias, êxtases; e fica a promessa (que já fiz a 
        mim mesma) que tentarei sempre manter-me activa neste campo. Tenho 
        orgulho de ter crescido, nestes últimos dois anos, como discípula de tão 
        nobres ensinamentos. 
        
        
          
        
        
        JAIME SEMEDO – 19 ANOS 
        
        
        
         A disciplina de OED é alucinante e ao mesmo tempo real, 
        pois faz ver a realidade de um ponto de vista mais preciso e objectivo e 
        também fora do normal. Esta disciplina fez-me olhar para as expressões 
        artísticas (teatro, cinema, escultura, pintura, etc.) de um modo 
        diferente, ajudou-me a compreender melhor as artes no geral e a saber 
        apreciá-las. Desenvolveu o meu espírito crítico e autocrítico, alterando 
        alguns comportamentos em mim e formando uma personalidade mais forte. 
        Ajudou-me muito psicologicamente, na interpretação e na relação com o 
        meio que me rodeia. A nível físico sinto que desenvolveu algumas 
        capacidades motoras, com maior coordenação e precisão nos movimentos, e 
        mesmo na minha expressão oral. Estimulou muito a minha sensibilidade em 
        relação a objectos, a pessoas e aos seus variados conteúdos. Ajudou-me a 
        expressar-me e a criar artisticamente (como por exemplo "curtas 
        metragens" teatrais) desenvolvendo a minha criatividade e a minha 
        capacidade de improviso. Agora, sob o ponto de vista da minha relação 
        curricular com a disciplina, em relação à minha situação escolar, também 
        existiram modificações. A minha assiduidade e pontualidade pouco mudaram 
        (há hábitos que não mudam), mas o meu sentido de responsabilidade e de 
        empenho sofreu alterações profundas e de um modo positivo. A minha 
        relação com o grupo e com os grupos extra-solidificou-se, criei novos 
        amigos através desta disciplina e consegui aprender a preservá-los. 
        Respeitei as diferenças (intervindo muitas vezes sem oportunidade, mas 
        pronto...), cooperei e recebi ajuda sempre que precisei e senti-me 
        acolhido, pois mudei de grupo mas não de orientador. Em relação ao 
        orientador, o Duarte é 100%, pois é o elemento principal de toda esta 
        teia. É ele que nos mostra como é que a disciplina funciona, quais os 
        seus objectivos, o que ela representa na realidade e qual o seu papel na 
        sociedade, a sua aplicação prática no novo quotidiano e, o mais 
        importante, a sua interdisciplinaridade. É uma grande pessoa de valor 
        interminável, estimável e inesquecível. É muito solidário, preocupa-se 
        com os outros, é diferente de alguns professores e sempre se preocupou 
        com os meus problemas e ajudou-me a ultrapassá-los, pelo qual lhe estou 
        eternamente grato. É criativo, o que faz dele uma pessoa muito 
        divertida, do quem se pode esperar qualquer situação. Tomou-me numa 
        pessoa psicologicamente mais aberta. O imprevisto e o improviso 
        tornam-no muito dinâmico, a ele 
        
        / 55 / 
        e à disciplina. É muito claro e explícito na sua comunicação, mas o que 
        falha muitas vezes é a atenção da nossa parte, sendo muitas vezes causa 
        disso o conteúdo temático, não despertando o interesse colectivo. Mas o 
        processo e o rigor das concepções elaboradas é sempre levado 
        racionalmente. O à vontade com que nos sentimos nas aulas é a sua 
        principal qualidade. E "lá tudo". Esta disciplina é recomendada a todos 
        os estudantes do 7.º ao 12.º ano. 
        
        
          
        
        
        JOANA SOARES – 17 ANOS 
        
        
        
         Oficina de Expressão Dramática foi uma grande experiência 
        para mim. Ajudou-me a descobrir alguns aspectos sobre mim que eu 
        desconhecia; a reflectir sobre alguns momentos da minha vida e permitiu 
        que a relação com os meus colegas não fosse tão superficial e se 
        tornasse mais íntima, mais calorosa; não só numa relação entre colegas 
        mas também entre amigos. A relação de grupo que se estabeleceu foi uma 
        relação unida pelo espírito de inter-ajuda, pelo respeito pelas 
        diferenças de cada um, mas também pelas semelhanças, pelo empenho, pela 
        sensibilidade, pela dedicação ao trabalho, entre outras coisas. Os 
        trabalhos que realizámos foram desenvolvidos sempre com empenhamento, 
        com rigor possível e com qualidade. Para além disso, OED permitiu 
        libertar, olhar, escutar, de outra forma ou de outra maneira, mas também 
        a compreender e a descobrir os outros e a mim. Com OED passei a ser 
        menos tímida, mais extrovertida, a ter mais confiança, a ser mais 
        optimista e também a criar, a ser eu mesma, a rir, a chorar, a brincar, 
        tudo ao mesmo. 
          
        
        
        LUCY RODRIGUES – 18 ANOS 
        
        
        
         A disciplina de OED é um "passaporte" para o mundo dos 
        sonhos. Desde muito pequena que o teatro faz parte da minha vida. A 
        capacidade de me envolver na sua magia e de me levar para um mundo 
        distante foi sempre um verdadeiro encanto. Lembro-me, várias vezes, de 
        entrar em palco e sentir-me completamente transformada e totalmente 
        influenciada pelo ambiente, quase onírico, que me rodeava. Acho que esse 
        é o aspecto que mais valorizo: o facto de poder dar "asas à imaginação" 
        e ser alguém ou algo totalmente distinto da realidade cinzenta e 
        monótona do nosso dia-a-dia. O teatro sempre foi um grande sonho, com um 
        significado muito especial. (Era quase um refúgio da vida sem cor, nem 
        Arte!) Infelizmente no teatro, tal como na vida real, nem tudo é 
        perfeito... ou melhor, é-nos exigido muito esforço, trabalho, anos e 
        dedicação, pois nem todos merecem (ou conseguem) conquistar um lugar 
        nesse mundo. Ora, é neste preciso aspecto que sinto a necessidade de 
        salientar a importância das aulas de OED. O palco, já não era novidade
        
        
        / 56 / 
        para mim (felizmente, tive a oportunidade de viver uma experiência 
        inesquecível, com uma companhia de teatro londrina na Rússia, mas 
        juntamente com esta aventura ficaram as saudades, sem conta, e uma 
        enorme vontade de concretizar, novamente, o meu sonho: de tornar a pisar 
        o palco). Assim, aproveitei logo a primeira oportunidade que tive para 
        garantir o meu "passaporte" para aquele lindíssimo mundo de fantasia: no 
        11.º ano matriculei-me nas aulas de OED. Para muitos, o principal 
        objectivo desta disciplina é ajudar a combater o medo de contactar com o 
        público. Devo dizer que as aulas desta disciplina ajudaram-me a 
        fortalecer a minha confiança e personalidade. Ligado a este aspecto, 
        entre outras coisas, está o "aprender" a trabalhar em grupo, o que não é 
        tão fácil quanto parece. Quanto ao meu ponto de vista, além destes 
        objectivos, estas aulas criam a "ligação" entre o mundo da criatividade 
        e o nosso mundo do dia-a-dia. Tal como referi anteriormente, as aulas de 
        Oficina de Expressão Dramática são o "passaporte" entre ambas as 
        realidades. A experiência que melhor revela, ou demonstra, este facto, 
        foi a actuação (em Janeiro deste mesmo ano) no Centro Cultural de 
        Congressos na Semana da Educação da Presidência da República – Uma 
        recordação que nunca irei esquecer... Por instantes, o meu mundo esteve 
        única e simplesmente dependente da minha imaginação, originalidade e do 
        significado que tinha para mim! Por estas razões, entre outras, gosto de 
        ligar a Oficina de Expressão Dramática ao trabalho gestual e verbal, mas 
        prefiro pensar nesta como o "passaporte" para o mundo dos MEUS 
        SONHOS!... 
        
        
          
        
        
        MAGDA BENTO – 19 ANOS 
        
        
        
         É difícil fazer o balanço final das aulas de OED, porque 
        é difícil fazer o balanço final do que se quer prolongar! Das aulas 
        ficou-me a sensação que venci certos medos, mas outras fobias virão... 
        De qualquer maneira, vou dar-vos o exemplo concreto de como funcionou a 
        função "arranca desinibições": consegui conviver (através de comovidas 
        gargalhadas) saudavelmente com as minhas figuras patéticas e isso foi 
        muito importante para mim. Bastou levantar a questão do que é ser 
        patético afinal (?) e o ambiente "meio alienado" das nossas aulas foi o 
        ambiente propício para esses mergulhos existenciais que tanto 
        caracterizam a adolescência, daí o SENTIR-ME BEM e portanto, levantar 
        questões! Fica a recordação de uma sala mágica, repleta de diferentes 
        categorias de sentimentos, desde risos histéricos a tímidas amarguras... 
        
        
          
        
        
        FÁTIMA DIAS – 17 ANOS 
        
        
        
         Muito basicamente, quando me questiono acerca do "que é 
        que OED me fez" as ideias que surgem imediatamente resumem-se no 
        seguinte: fez-me crescer 
        
        / 57 / 
        psicologicamente, na medida em que passei a saber ouvir e compreender as 
        opiniões de outras pessoas, o que implica a comunicação com outros; 
        logo, trabalho em grupo. Este trabalho em grupo teve um orientador que 
        por acaso foi o professor. É claro que nem sempre orientador e 
        orientados estiveram em sintonia, bem como orientados / orientador, daí 
        que tenha surgido a tal necessidade de compreensão. Ainda dentro deste 
        trabalho em grupo, como em todos os trabalhos, houve alturas sérias e 
        alturas de autêntica "coboiada" e foi muitas vezes aqui que surgiram 
        imprevistos que muitas vezes foram úteis para solucionar pormenores do 
        trabalho em decurso. Resumindo, OED é uma disciplina de verdadeira 
        libertação de stress em que, simultaneamente com esta libertação, se 
        cresce psicologicamente. Concluindo, este não é um texto exemplar, mas é 
        o "meu" texto e o que realmente sinto em relação à aula de Oficina de 
        Expressão Dramática. 
        
        
          
        
        
        MARIA JOÃO PICADO – 17 ANOS 
        
        
        
         Como definir uma longa caminhada? Uma caminhada que está 
        a chegar ao fim. É sempre difícil começar uma disciplina nova, pois não 
        sabemos o que nos espera. OED foi das mais difíceis de encarar, 
        principalmente quando entramos pesados, com um grande fardo às costas. 
        Quando entrei na sala carregava timidez, vergonha, desconfiança, 
        insegurança, dúvida, medo e nervosismo. Mas, à medida que cada aula 
        passava, sentia-me mais leve, sentia-me mais segura e crente nas minhas 
        capacidades. Fiz-me outra pessoa e vi realmente aquilo do que era capaz. 
        Hoje o peso não existe mais. Aprendi a encarar a vida e aquilo que ela 
        nos traz de uma forma mais saudável e alegre, aproveitando cada minuto 
        de cada dia. 
        
        
          
        
        
        RAQUEL COSTA – 16 ANOS 
        
        
        
         É sempre difícil falar de OED, pois esta não é uma 
        disciplina como outra qualquer e por mais que tentemos que assim seja, 
        procurando desligarmo-nos (o mais possível) afectivamente desta 
        disciplina, não o conseguimos. OED é como que uma experiência em que 
        estão incluídos sentimentos, reflexões individuais e em grupo, o "eu" e 
        o "outro", uma experiência inefável. No entanto, os resultados desta 
        experiência são transmissíveis, apesar de jamais poderem ser expressos 
        de uma forma puramente teórica. A verdade, e uma das diferenças entre 
        esta e as outras disciplinas, é que a teoria que se aprende em OED fica 
        dentro de cada um – são os exercícios, as improvisações, os 
        imprevistos... – e só é transmitida se partilhada. Daí poder dizer-se 
        que OED muda a vida de uma pessoa... Não é apenas uma influência, é uma 
        mudança, é o fortalecermos a nossa personalidade construindo ou 
        reconstruindo, conhecê-la, conhecer os outros, aprender a aceitar e a 
        respeitar as diferenças 
        
        / 58 / 
        – é aprender a PARTILHAR vivências, a trabalhar em grupo, a criar coisas 
        bonitas, chegar à conclusão que a VIDA é um bem maravilhoso e que pode 
        ser bastante simplificada com a ajuda dos outros colegas, professor, ou 
        melhor, orientador, é compreender que as coisas até podem acontecer por 
        acaso e que o acaso pode e deve ser aproveitado... é o falar de uma 
        forma tão apaixonada de uma “simples" disciplina! O professor é para nós 
        não um amigo, mas uma espécie de “paizinho”. Ri connosco quando é altura 
        de rir, compreende os nossos choros, inquietações, tolera algumas 
        rebeldias, dá-nos sermões quando é necessário fazê-lo e muitas vezes 
        achamos que, tal como o pai, nem sempre tem razão. Mas não é por o 
        tratarmos por "tu" que o desrespeitamos... respeitamos e muito, mas não 
        é por ser o nosso professor ou por ser mais velho, não é um respeito 
        imposto pelas normas da sociedade, é um respeito sentido: respeitamo-lo, 
        porque as pessoas que nos respeitam merecem ser respeitadas. São estas 
        pequenas coisas que fazem a diferença, que me tornaram mais tolerante, 
        mais compreensiva, mais apaixonada pela Vida, mais amiga daqueles a que 
        chamo apenas colegas. Lembro-me de uma frase que, juntamente com uma 
        amiga, escrevi acerca de OED, pouco tempo depois de a começar a ter: 
        'Quebrou-se a indiferença"... A verdade é que, deixei de olhar para 
        certos colegas de uma forma indiferente, o que acontecia antes de ter 
        esta disciplina; olhando-os com bons ou maus olhos (pois nem tudo é um 
        mar de rosas), eu olho para eles e não me passam despercebidos. Claro 
        que nem tudo é o paraíso. É natural que ao aproximarmo-nos de uma 
        pessoa, descubramos algo que não nos agrada tanto (ou que nos desagrada 
        por completo), é natural que não concordemos com tudo e que surjam 
        conflitos. Conflitos, por vezes, extremamente desgastantes, que nos 
        fazem pensar à noite, que são o tema principal dos almoços em grupo, que 
        nos fazem ficar irritados, porque 20 pessoas com personalidades 
        diferentes e extremas, numa sala, onde se podem expressar por completo, 
        nem sempre conseguem ter uma relação 'cor de rosa'. Mas mesmo assim 
        aprendemos a marcar a nossa posição, sem passar por cima dos outros (?), 
        aprendemos que podemos ser sensíveis e fortes ao mesmo tempo... e somos! 
        E é claro, que esta aprendizagem se reflecte na nossa vida, porque ela 
        passa a ser a nossa vida, não é uma matéria, somos nós. Depois sabe tão 
        bem mostrar aos outros o que criámos nestas aulas: certamente fazemo-lo 
        em cima do palco, naturalmente apresentamo-lo na nossa vida! É o fazer 
        da vida um palco, infelizmente nem sempre é possível fazer do palco a 
        nossa vida... mas nós tentamos. Tentamos e perdemos o medo de tentar 
        fazer da nossa vida o que queremos, nem que seja por apenas 30 minutos, 
        50 m, 1 h e qualquer coisa! 
        
        
          
        
        
        SARA CARDOSO – 17 ANOS 
        
        
        
         A disciplina de OED surgiu como algo de novo e divertido. 
        Criou novas expectativas em todos os elementos da turma. Contudo, vou 
        ser bastante sincera, não mudou a minha personalidade. Não suscitou em 
        mim nem novas qualidades nem novos defeitos (que já são tantos!). Apesar 
        de não parecer, gosto de OED... Acho que nos consegue retirar de toda a 
        monotonia das outras disciplinas e deixar-nos à vontade; é tipo um 
        escape, um local 
        
        / 59 / 
        em que, apesar de se trabalhar, podemos rir e chorar livremente sem 
        corrermos o risco de sermos repreendidos ou questionados. A relação que 
        existe entre nós (turma) não é das melhores, mas não é das piores. Tal 
        como o Duarte já disse, sou um pouco comodista. Não o nego. Podia não o 
        ser se não tivesse um certo receio da opinião de alguns elementos da 
        turma. Por isso prefiro não me exprimir. Felizmente temos um orientador 
        que está sempre predisposto a opinar, a dar ideias, a ensinar-nos a 
        aprender a trabalhar em grupo. Apesar do esforço relevado por algumas 
        pessoas és, sem dúvida, a "alavanca" do nosso trabalho. Não tenho muito 
        mais a dizer... Foi mais um desabafo de tudo o que penso. 
        
        
          
        
        
        SÓNIA NUNES – 16 ANOS 
        
        
        
         Oficina de Expressão Dramática surgiu como uma disciplina 
        de opção de carácter tecnológico no 11.º ano. A expectativa era grande, 
        pois ficámos a saber que esta disciplina era "diferente” de todas as 
        outras, e ao fim de algum tempo, verifiquei que isso era verdade. É uma 
        disciplina que, como todas as outras, exige rigor e dedicação, tanto da 
        parte dos alunos como da parte do orientador, mas que nos dá uma grande 
        liberdade de expressão. Foi através desta disciplina que houve um maior 
        contacto entre o grupo de pessoas que forma a nossa turma; descobri que, 
        apesar da carga horária, pode-se ter algum tempo para contar um problema 
        ou até uma alegria, sem se ser pressionado por outras pessoas (facto que 
        não acontece nas outras disciplinas). Não vou afirmar que foi através de 
        OED que ficámos uma turma mais unida, mas ela contribui para a 
        existência de um espírito de inter-ajuda entre todos, o que ajudou a 
        criar uma harmonia entre a turma. Apesar de todos as diferenças que nos 
        separam um pouco como turma e como pessoas, foi bom saber que podemos 
        (numa sala de aula) ser um pouco mais espontâneos e felizes sem 
        menosprezar um processo didáctico que o professor e os alunos têm a 
        cumprir... Não é em todas as disciplinas que uma pessoa tem a liberdade 
        de chorar, de rir, de se entregar plenamente na realização e execução de 
        um trabalho... (apesar disso não acontecer comigo, pois sou uma pessoa 
        bastante fechada e cheia de receios...). Mas a sensibilidade por parte 
        de todos supera os pequenos aspectos negativos que possam existir. 
        
        
          
        
        
        SORAIA MENANO – 17 ANOS 
        
        
        
         O que inicialmente era para mim apenas uma disciplina de 
        teatro em que me inscrevera apenas por curiosidade, até porque eu sempre 
        acreditei que não tinha jeito 
        
        / 60 / 
        nenhum para o teatro, transformou-se numa aula completamente diferente 
        das outras, um local de amadurecimento, preferindo-se na maioria das 
        vezes dar mais valor às relações de grupo do que ao trabalho teatral, 
        embora este também tenha muito valor. Assim a disciplina não é apenas 
        uma disciplina igual a tantas outras, é um local onde todos nós 
        crescemos com os nossos próprios erros, segundo certas regras 
        essenciais: o respeito pelas diferenças de cada um, sim porque embora 
        sejamos maioritariamente raparigas à excepção do Jaime (diferente em 
        tudo) somos todos bastante diferentes, cada um tem a sua própria 
        sensibilidade, entre outras coisas, o que nos leva a completarmo-nos 
        como um todo. É necessário que haja espírito de inter-ajuda e uma 
        entrega total de cada um, para que movidos pelos diferentes sentimentos 
        que nos unem, possamos atingir os nossos objectivos, seja na aula ou cá 
        fora na relação com os outros. Particularmente, sinto que OED me ajudou 
        a perceber a pessoa que está dentro de mim e sobretudo a valorizar, a 
        respeitar também aquilo que eu realmente sou, embora por vezes, por mais 
        que tente, não me consiga libertar totalmente do que me rodeia, dos 
        problemas que à entrada da sala deveriam ficar lá fora e é suposto 
        esquecerem-se por algumas horas. Este é um dos aspectos que ainda tenho 
        de amadurecer. Na minha perspectiva, OED possibilitou-me a abertura de 
        novos caminhos, à minha construção como pessoa que sou. 
        
        
          
        
        
        TERESA OLIVEIRA – 17 ANOS 
        
        
        
         As aulas de OED fizeram-me compreender que o meu corpo 
        tem uma linguagem própria, intensamente mais vasta e útil do que todas 
        as linguagens verbais, porque nela se materializam não só todas as 
        minhas emoções, anseios, sentimentos como também toda a infinidade de 
        Estados de alma que a minha imaginação consiga conceber. A expressão 
        corporal nunca passa despercebida ao outro e hoje sei comunicar de uma 
        forma mais confiante o que pretendo. Consigo compreender o outro melhor, 
        observando-o. Ponho também cada vez mais de parte uma série de lugares 
        comuns, gestos e palavras que repetia muitas vezes e que compunham a 
        "Máscara" tão conhecida por parte daqueles que sentem uma certa 
        relutância em se expor a si próprios. Julgo que hoje ajo de uma forma 
        mais coerente com o que sinto; e esta foi talvez a minha maior evolução. 
        A disciplina de OED possibilitou-me, por último, esse prazer 
        extraordinário que é estar em cima do palco, sentir a ilusão de que eu 
        não sou eu e sou alguém que pode dominar o mundo, que vai começar pelo 
        público que tem à frente. Isto é das coisas mais fascinantes que já 
        alguma vez experimentei. 
   |