Acesso à hierarquia superior.

Memórias de José Pereira Tavares - pp. 121-129

 

VIII

Deu-se o que eu previra. Ao assumir as funções do seu cargo, o reitor João Joaquim Pires viu-se logo em conflito com o prof. Apolinário José Leal, que desde a primeira hora jurou contrariá-lo, tomar-lhe a vida de reitor difícil e promover a sua destituição! O Dr. Pires chamou a si a parte administrativa dos gabinetes de Física e Química, contrariamente ao meu modo de proceder, que dava todas as facilidades ao aludido professor, com a simples recomendação de que não deveria exceder as dotações orçamentais dos serviços a seu cargo. Em condições de tutela, não quis o professor Apolinário continuar a dirigir os gabinetes, sem embargo de protestar, junto da Direcção-Geral, quando o novo reitor propôs e conseguiu a nomeação doutro director, o prof. Ferreira Neves, do 8.º grupo. Resultado do protesto: manutenção do director nomeado e nota da Direção-Geral de que o prof. Apolinário não tinha o direito de se imiscuir em tais assuntos...

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Em 14 de Julho de 1931, fui nomeado para fazer uma sindicância aos actos do professor da Escola Primária da Válega, José Teixeira, missão de que me desempenhei em Setembro.

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Em 23 de Outubro desse ano, fui nomeado para fazer parte do júri dos exames de admissão ao 1.º ano do estágio no Liceu de Pedro Nunes. Estive em Lisboa, para o efeito, de 12 a 20 de Novembro.

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É de 18 de Dezembro o Dec. 20741, que reorganiza o Ensino Secundário.

Esta reforma de Gustavo Ramos é a mais notável do regime ditatorial. / 122 /

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As férias do Natal de 1931 passámo-las em Lisboa, em casa do Comandante Santos. Foi nessa altura que conheci pessoalmente o editor Sá da Costa, com quem ficou assente a edição dos livros de Português que então andava organizando para apresentar a concurso.

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Em 4 de Março de 1932, faleceu o Sr. José Gamelas, pai do Dr. José Vieira Gamelas. Assisti-lhe aos últimos momentos com a nora, D. Mafalda Cardoso.

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Em 21 de Abril do mesmo ano, apresentei a concurso o Livro de Leitura e a Selecta Literária, que vieram a merecer aprovação e tiveram esplêndida aceitação nos Liceus.

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Em 10 de Junho, na sessão camoniana, dissertei sobre Camões e a Língua Portuguesa. Nessa sessão, falou também o crítico João Gaspar Simões.

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No dia 20 de Novembro, fui ao Pinheiro falar, na sede da banda pinheirense, acerca da fundação dessa agremiação (1881), de que meu pai foi um dos sócios fundadores.

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Em 18 de Julho desse ano, fui a Coimbra fazer uma conferência sobre − "O culto e o Estudo da Língua Portuguesa" −, a pedido de uma agremiação em que pontificava Tomás da Fonseca, entre outros ("Universidade Livre").

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Em virtude da guerra que o prof. Apolinário Leal continuava fazendo ao / 123 / reitor Dr. João Joaquim Pires, resolveram os restantes professores prestar homenagem ao seu chefe, em sessão que se realizou na sala da biblioteca no dia 22 de Julho de 1933. Pronunciei então as seguintes palavras:

«Senhor Reitor: Consultado há dias sobre a projectada realização desta modestíssima cerimónia de homenagem a V. Ex.ª, pus-me imediatamente, e incondicionalmente, ao dispor daqueles que dela tomaram iniciativa; convidado para em nome do todos tomar a palavra neste lugar e nesta hora, não tergiversei um segundo, e aqui estou com todo o prazer a desempenhar-me da grata missão de que me encarregaram pelo simples motivo de ser eu o professor mais antigo deste liceu. Fala aqui, em primeiro lugar, o antigo Reitor, antecessor de V. E.ª; em seguida, o professor e colaborador, e o amigo, sincero e leal. O antigo Reitor bate as palmas, aplaude a obra daquele que lhe sucedeu na direcção desta casa. No acto da posse de V. Ex.ª, disse eu que não abandonava o cargo de Reitor com saudades; frisei que o lugar, dada a complicação, cada vez maior, dos serviços, é de sacrifício, o que aliás V. Ex.ª não ignorava. Nessa ocasião, e a propósito das minhas palavras, fez V. Ex.ª afirmações que calaram no espírito de quem as ouviu, e os actos de V. Ex.ª como Reitor têm provado que as soube, sabe e saberá cumprir. A maneira brilhante como tem vindo desempenhando esse espinhosíssimo cargo, com o trabalho, canseiras, arrelias e mais essas coisas desagradáveis que lhe são inerentes, tornam V. Ex.ª digno de que todos, professores e estranhos, o auxiliem, o amparem, lhe dêem a solidariedade de que carece para se não deixar tomar de desânimo nas ocasiões mais difíceis, que não são poucas. O professor e colaborador garante a V. E.ª a amizade, a franqueza, a lealdade e solidariedade dos que aqui se acham presentes. Sabe V. Ex.ª muito bem que os actos de quem ocupa lugares de direcção nem sempre agradam a todos. Quem está de fora não sabe avaliar – muitas vezes não o quer saber! − que alguns dos actos censuráveis − só os censuráveis! − são filhos da própria precipitação com que muitos dos serviços têm de ser feitos. Quem está de fora desconhece a soma de energia que é preciso despender para se manter esta complicada máquina em condições de produzir o melhor / 124 / trabalho. Pode, pois, um ou outro de nós discordar de V. Ex.ª uma ou outra vez. Isso é natural e não surpreendendo ninguém. Mas V. Ex.ª precisa de convencer-se de que todos quantos aqui estamos, e por certo também, perante a sua consciência, aqueles que não quiseram ou não puderam assistir a esta pequena festa de homenagem, lhe fazem a justiça de lhe reconhecer a preocupação, o desejo de acertar, o desejo de defender sempre os interesses do ensino e os dos professores, e principalmente aqueles predicados que são apanágio dos bons caracteres e capazes, só por si, de manter a necessária unidade moral do Liceu − a honorabilidade, a franqueza e a lealdade. Tem V. Ex.ª passado já seus momentos difíceis; não se sabe quais e quantos os que lhe estão pendentes sobre a cabeça. Pois muito bem! Pode V. Ex.ª ter a certeza de que nós, os professores deste Liceu e colaboradores de V. Ex.ª, não nos esqueceremos de que os amigos certos se devem conhecer nas ocasiões incertas, e de que estaremos como um bloco ao lado do nosso chefe, a oferecer-lhe o nosso incondicional apoio e a nossa firme solidariedade!»

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Em 1933, escrevi, para ser representada no Teatro Aveirense, numa festa da Companhia de Bombeiros "Guilherme Gomes Fernandes", a peça em um acto Duas Chamas, que efectivamente subiu à cena no dia 10 de Dezembro desse ano.

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Em 1934, organizei o Método Elementar de Latim, para concurso, que veio a ser aprovado oficialmente e teve lisonjeira aceitação na maior parte dos Liceus.

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Data de 10 de Janeiro de 1935 a resolução, tomada pelo António da Rocha Madahil, pelo Ferreira Neves e por mim, da publicação do Arquivo do Distrito de Aveiro. Foi logo lançado um prospecto de propaganda e listas para recolha de assinaturas; mas os três, que se arvoraram em directores da publicação, / 125 / logo desembolsaram, cada um, 700$00 para o custeio do primeiro número.

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No dia 15 de Fevereiro do mesmo ano celebrou-se no Liceu, em sessão pública, o 75.º aniversário do edifício em que funciona o Liceu, na Praça da República. Fui eu o encarregado de falar, traçando a História dessa instituição aveirense.

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Nesse ano, foi demitido do cargo de professor liceal o prof. Agostinho da Silva, por se negar a assinar a declaração, exigida a todos os funcionários, de que não pertencia a qualquer associação secreta! Assim se viu despojado o Liceu de um professor de real valor, estimadíssimo por colegas e alunos...

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No mesmo ano de 1935, em Julho, estive em Coimbra, como membro do júri dos Exames de Estado de 1° grupo (Liceu de José Falcão).

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Em 10 de Outubro de 1935, realizou na biblioteca do Liceu uma conferência sobre "A Cultura Portuguesa em Bordéus" o professor do Liceu de Viseu Dr. Alfredo Carvalho.

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No ano lectivo de 1935-1936, realizaram-se no Liceu notáveis récitas das Solidárias do 1.º e 2.º ciclo, a primeira no dia 14 de Dezembro de 1935, em que subiu à cena, entre outras, uma peça infantil, da minha autoria − "Véspera de Feriado" − (1.º ciclo), e a segunda em que se representou outro original meu − a comédia em um acto − "Curar por Música"- (2.º ciclo), conjuntamente com um arranjo vicentino do prof. Salgado Júnior − "Uma Lição de Gil Vicente", notabilíssimo. / 126 /

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Foi nesse ano, também, que se deu na biblioteca, quando de uma conferência do Dr. António Lebre sobre − "Etnografia de Angola" (25-IV-1936), uma cena muito desagradável do Governador Civil de então, um tal Peres, de Arouca, que no final declarou que o conferente havia feito a apologia da poligamia (!!!) e que, dos alunos exigia que estudassem, e dos professores que... seguissem a doutrina do Estado Novo! Um escândalo!

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Em Junho de 1936, estive de novo no Liceu de Coimbra nos Exames de Estado do 1.º e 2.º grupo.

São de 14 de Outubro de 1936 os decretos-leis n.ºs 27 084 e 27085, do ministro Carneiro Pacheco (Reforma do Ensino Liceal e respectivos programas, a mais nefasta obra, em matéria de Ensino Secundário, que se publicou durante a vigência do regime ditatorial).

A despeito dos gerais clamores, não era lícito aos professores esboçar sequer quaisquer reparos, sob pena de castigo... S. Ex.ª o Ministro julgava intangível a sua obra. Só um homem teve o desassombro de publicar um protesto − a obra Educação NacionalFormação Intelectual. Moral e Física − Coimbra, 1938. Foi o Dr. Serras e Silva.

É dessa decantada Reforma o monstruoso 7.º ano com o estudo da Literatura Portuguesa num semestre (Outubro - Fevereiro), do Latim (Março - Junho), das Ciências Biológicas (Out. - Fev.º), das Ciências Geográficas (Março Junho), com programas desenvolvidíssimos.

Daria um bom volume a crítica pormenorizado a este aborto ministerial!...

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Nos fins do ano de 1936, organizei para o 4.º, 5.º e 6.º anos o meu Método Elementar de Latim, que igualmente mereceu aprovação, como a mereceram o Livro de Leitura, Selecta Literária, Epítome de Gramática, Gramática Elementar da Língua Portuguesa, uma edição de Fábulas de Fedro, do De Bello Galico / 127 / e de três livros da Eneida, elaborados seguidamente.

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No dia 18 de Junho de 1937, nova homenagem ao reitor Dr. João Joaquim Pires. Nessa sessão, li as seguintes palavras:

«Ex.º Sr. Reitor: No dia 22 de Julho de 1933, foi V. Ex.ª a trazido a esta mesma sala (Biblioteca) para receber as homenagens de todos os professores que então trabalhavam nesta casa. Fui eu o encarregado de pronunciar as palavras de amizade, carinho e sobretudo de justiça que lhe eram devidas, − incumbência que levei a cabo, diga-se de passagem, com todo o prazer, tal-qualmente como hoje. Aos motivos que determinaram aquela pequenina festa de homenagem ao Reitor que então ocupava esse cargo havia apenas dois anos, outros, de maior peso e de maior vulto, se juntaram para justificar a homenagem de hoje ao Reitor que dirige este estabelecimento de educação há seis. Não podia, pois, cifrar-se esta homenagem na simples confraternização de momentos entre Reitor e colaboradores e na meia dúzia de palavras que fui encarregado de proferir. Quiseram os colaboradores de V. Ex.ª ir mais longe: resolveram inaugurar o retrato do seu Reitor, para que ele fique, através dos tempos, junto do doutros reitores que não fizeram, a favor do Liceu, mais do que V. Ex.ª e nem tanto. − Há quatro anos, fiz aqui, entre outras, as seguintes afirmações, que ainda hoje posso perfilhar em absoluto. Isto disse eu, e as circunstâncias só se modificaram no sentido de eu ter de pronunciar essas palavras com acento da convicção ainda maior do que em 1933. Durante estes quatro anos, quanta energia não teve V. Ex.ª de consumir para obter os progressos materiais do Liceu, desde as coisas mais insignificantes até as obras de maior vulto, como por exemplo a instalação da Cantina! − Mas não é só isso. E as arrelias? E os entraves que pessoas mal intencionadas tantas vezes se comprazem em levantar, para que a acção de quem tem de obedecer aos superiores hierárquicos se não exerça com aquela rigidez e implacabilidade que os regulamentos impõem? E os inimigos do Liceu? E os ataques dos que, por inveja, ou por despeito, ou por perversidade, se entretêm a perturbar o severo labor de quem tem a consciência, bem / 128 / nítida, das suas responsabilidades profissionais e sociais?

Parece impossível que contra um Liceu onde sempre tem havido a preocupação de cumprir, o melhor possível, aquilo que as leis e regulamentos nos impõem; onde sempre se tem procurado educar a juventude nos bons princípios morais, sociais e cívicos, alguém dê curso à aleivosia de que os professores do Liceu de Aveiro professam ideias subversivas e de que aqui se consente que os alunos cantem a Internacional? Parece impossível, mas a verdade é que nos têm sido dirigidos desses ataques, por indivíduos fundamentalmente maus e sem escrúpulos. Essa infâmia, que enérgica e indignadamente repelimos, muito nos tem acabrunhado apesar da revoltante injustiça que representa. V. Ex.ª, que é o protótipo do funcionário zeloso e leal, e implacável cumpridor das ordens superiores, tem com certeza vivido, nestes últimos tempos, por esse motivo − sentimo-lo bem! − as horas mais dolorosas da sua reitoria. Ao funcionário, ao amigo, ao colega honrado, leal e infatigável era devida esta manifestação. Aqui estamos, pois, para afirmar a V. Ex.ª que o nosso chefe se não encontra sozinho a repelir todas as protérvias que inimigos conhecidos e desconhecidos se têm lembrado e porventura lembrem de nos assacar. Desculpe, Sr. Reitor, a ratoeira que armámos à sua modéstia. A nossa comparência neste local, a inauguração do retrato e os momentos de confraternização que vão seguir-se são actos que traduzem a nossa admiração por V. Ex.ª e a solidariedade a que um Reitor que, como V. Ex.ª o sabe ser, tem incontestável direito.»

Anteriormente, em 5 de Maio desse mesmo ano de 1937, fora eu nomeado do para exame de Estado (1.º e 2.º grupos), no Liceu de D. João III.

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No dia 22 de Abril de 1938, fui nomeado para Exames de Estado (1.º e 2.º grupos), no Liceu de D. João III.

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Desde 1937, sofria o reitor Dr. João Joaquim Pires de horrível ataque hepático. Retirou-se para a sua terra natal; esteve hospitalizado em Coimbra; mas, / 129 / desanimado, regressou a casa, onde faleceu, com atroz sofrimento, no dia 11 de Maio de 1938. O funeral, imponentíssimo, realizou-se para o cemitério central no dia 12, com passagem pelo Liceu. Aí falaram o Vice-reitor, Dr. Tavares de Lima, e o presidente da Academia, Mário Emílio de Morais Sacramento. A revista “Labor” prestou-lhe homenagem em seu n.º de Junho, págs. 705-713.

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Depois de fugacíssima passagem do prof. Feliciano Ramos pela reitoria do nosso Liceu (férias grandes de 1938), veio a ser nomeado reitor o prof. Euclides de Araújo, transferido do Liceu de Bragança, que constrangidamente tomou conta do cargo e logo começou a estudar a forma de ser substituído.

Indicou-me para seu sucessor e obteve do Dir.-Geral do Ensino Liceal, no começo do ano lectivo de 1939-1940, autorização para organizar a distribuição do serviço docente como se eu, com efeito, fosse reitor. Isto, apesar de eu repetidas vezes lhe haver afirmado não acreditar que o Ministro (Carneiro Pacheco) me nomeasse, visto a conhecida antipatia que ele tinha pelo Liceu de Aveiro, ao qual chamava, por escárnio, "Liceu dos catedráticos"...

Abrem as aulas, e aí começo eu a dar 6 horas de serviço que como reitor me competiriam...

A certa altura, um emissário do Ministro procura-me para me informar de que eu seria nomeado reitor com uma destas condições: ou sair da Direcção da “Labor”, ou a revista declarar que apoiava incondicionalmente a política pedagógica do Governo.

É claro que não fui nomeado, pois a minha resposta foi a de que nem abandonaria a direcção da “Labor”, nem a Revista faria qualquer declaração.

E o prof. Euclides de Araújo só conseguiu ver-se substituído no começo de 1940-1941, em que o novo Ministro da Educação, Doutor Mário de Figueiredo, me convidou telefonicamente a reassumir as funções de Reitor (1/X/1940). Fui nomeado em 21 desse mês e tomei posse dois dias depois.

 

 

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