Bombeiros Voluntários de Arrifana
A laboriosa freguesia de Arrifana pode orgulhar-se, com
inteira legitimidade, dos seus Bombeiros Voluntários: em mais de
quarenta e três anos de serviço − a Associação foi fundada em 15 de
Junho de 1927 − os Bombeiros arrifanenses, quer no sector dirigente,
quer no dos seus comandos, quer no seu corpo activo, tem dado provas
sobejas de devotação à causa humanitária, de competência, de
consciencialização e de aprumo.
Para além do reconhecimento público e anónimo dos que
justificadamente aplaudem e louvam os méritos dos Bombeiros Voluntários
de Arrifana, os múltiplos e valiosos galardões oficiais ou oficiosos dão
testemunho eloquente do apreço em que é tido o corpo dos Voluntários
arrifanenses: em 21 de Junho de 1952 e em 23 de Março de 1959, a Câmara
Municipal da Feira, em que administrativamente se integra a freguesia de
Arrifana, concedeu aos seus Bombeiros, respectivamente, a «Medalha de
Prata:. e a «Medalha de Ouro»; também com «Medalha de Ouro» a Liga dos
Bombeiros Portugueses distinguiu os Bombeiros Voluntários de Arrifana;
e, por decreto de 30 de Julho de 1957, a prestigiosa corporação foi
distinguida com o Grau de Cavaleiro da Ordem de Benemerência.
Associação Humanitária dos Bombeiros
Voluntários de Aveiro
Noite de S. João do ano de 1871. Duas horas e meia da
madrugada. Nas torres dos templos e conventos de Aveiro, como na dos
Paços do Município, os sinos tocaram aflitivamente a rebate: ardia, com
inconcebível violência, o palacete do Visconde de Almeidinha, no velho
Terreiro, em pleno coração da cidade. Logo afluiu gente de toda a parte
− gente de todas as categorias sociais. Pelo denodo dos que acorreram,
salvaram-se móveis e evitou-se a propagação do incêndio para além do
edifício sinistrado; mas o edifício ficou reduzido a cinzas. E, ainda se
não tinha desvanecido a lembrança do trágico acontecimento, logo em 12
de Janeiro do ano imediato, outro sinistro devorou o histórico Convento
de Sá.
Nesse mesmo dia, o então Presidente do Município, Manuel
Firmino de Almeida Maia, propôs à Vereação que urgentemente se
adquirisse tudo o que de fundamental respeitasse ao serviço de extinção
de incêndios − proposta aceite com entusiasmo por toda a Câmara, que
sugeriu ainda a imediata formação de «um corpo de Bombeiros Voluntários,
capaz de desempenhar-se satisfatoriamente do encargo que tão nobre e
elevada missão impõe.»
Assim foi lançada a semente da criação de um corpo de
bombeiros em Aveiro; e dezasseis dias após − em 28 desse mês de Janeiro
de 1882 − concretizava-se o desígnio municipal: um punhado de homens
decididos formava, então ainda provisoriamente, a «Companhia de
Bombeiros Voluntários», que mais tarde se designaria por «Associação
Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Aveiro», Todavia, a sua
fundação legal só aparece documentada em acta de 28 de Novembro desse
mesmo ano de 1882, que refere a magna e decisiva reunião, nos Paços do
Concelho, de um grupo de aveirenses para o efeito comissionados. Logo em
29 do mês imediato, aprovados, oficialmente, na véspera, os respectivos
Estatutos, era entregue ao recém-criado corpo de bombeiros, na casa que
servia «de estação das bombas e machinas», o material de incêndios que a
Câmara possuía. De passagem se refere que já em 1852 existiam em Aveiro
duas bombas, adquiridas pela Câmara Municipal.
A história da Associação Humanitária dos Bombeiros
Voluntários de Aveiro foi criteriosamente feita pelo saudoso Dr. Alberto
Souto, por largos anos devotado Presidente da sua Assembleia Geral e
mais tarde ilustre Presidente do Município Aveirense, e pelo Dr.
Humberto Leitão, distinto médico e personalidade dedicadíssima à causa
dos bombeiros citadinos. (Cf. «Humanitária», 1932, págs. 3 e sgs., e
«Humanitária», 1957, págs. 5 e segs. − números comemorativos,
/
27 / respectivamente, das Bodas de Ouro e
das Bodas de Diamante da Corporação).
E, porque quem quer poderá compulsar essas
documentadíssimas páginas, em que aos primores da forma se ajunta o
rigor dos factos, apenas aqui se dirá que a Associação Humanitária dos
Bombeiros Voluntários de Aveiro foi agraciada pelo Governo Português,
conforme decreto de 9 de Março de 1929, com a Ordem da Benemerência,
galardoada com a Medalha de Ouro, oferta da cidade adquirida por
subscrição pública, com a Medalha Municipal de Prata − e reconhecida
Instituição de Utilidade Pública por decreto de 10 de Agosto de 1932.
Estas, entre outras manifestações de reconhecimento, a nível nacional e
local, avalizam o cumprimento dos fins altruístas, ao longo dos seus 88
anos de vivência, da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de
Aveiro, popularmente conhecido por «Bombeiros Velhos» desde a fundação
da sua prestigiosa congénere citadina, Companhia Voluntária de Salvação
Pública Guilherme Gomes Fernandes.
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