REPITO a
sentença conhecida: Onde quer que uma pessoa procura o bem, aí se acende
um foco de luz espiritual.
Mas a luz é mais intensa, sempre que o bem se realiza com
sacrifício, e atinge o seu esplendor maior, quando por amor se expõe a
própria vida.
Por isso mesmo, o Bombeiro que se lança na arrepiante,
trágica voragem dos incêndios, ou se apresta para fazê-lo, à primeira
voz do chamamento, é cruzado da benemerência social, que teve o seu
máximo expoente em Cristo, Senhor Nosso, o qual, depois de derramar
ondas de luz e de perdão na inteligência e no coração dos homens − dos
homens do Seu tempo e dos homens de todas as idades − generosamente
morreu numa Cruz, para redimir a humanidade pecadora.
Efectivamente, quando o Bombeiro, com dedicação sublime,
arrosta a fúria louca das labaredas implacáveis, é em acto herói duma
ordem superior; e é-o ainda, mesmo fora dos sinistros temerosos, pela
disposição abnegada de sacrificar a sua vida, para salvar a vida e os
haveres do seu semelhante, talvez desconhecido e porventura adversário
irredutível.
Esta a razão por que um Bispo da Madre Santa Igreja não
pode deixar de, comovidamente, admirar e estimar os Bombeiros, nobres
soldados da paz, que por seu impressionante sacrifício também servem a
Deus, quiçá sem o saberem.
JUNHO DE 1959
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