UM VOTO
UMA
vez mais, vão reunir-se, em Congresso, os Bombeiros Portugueses, desta
vez, na acolhedora e sempre bela cidade de Aveiro.
E conscientes da sua responsabilidade e da alta missão a
que voluntariamente se entregaram, hã0-de preparar-se, estudar os
assuntos a submeter à discussão, no propósito único de se obter uma
maior valorização dos nossos Corpos de Bombeiros.
Certamente que chegaremos a conclusões que se
encaminharão para as autoridades competentes, para que as estudem também
e lhes dêem as soluções que julgarem mais convenientes.
Infelizmente é difícil atingir a perfeição e quantas
vezes o nosso desejo de acertar, e de fazer trabalho construtivo, não é
bastante para conseguir deferimento para aquilo que julgamos errado e
que necessita de ser alterado.
Mas havemos de compreender que outros problemas mais
graves assoberbam os governantes e que, por não estar ainda devidamente
compartimentado o sector de que dependemos, há demora nas soluções que
urge encontrar rapidamente, por falta de pessoal só dedicado ao seu
estudo.
O número de Corporações e de Bombeiros já existentes, e o
incremento que tiveram nos últimos anos, bem justificam a criação de uma
Repartição, só a eles dedicada, não só para solucionar os casos que lhe
forem presentes, mas até para tomar a iniciativa de medidas que tendam a
melhorar a situação por vezes precária de alguns Corpos de Bombeiros.
Acreditamos em que a nossa reunião de Aveiro vai ser
frutuosa, que além do aspecto social, sempre do maior interesse, terá um
cunho técnico acentuado e que será mais uma manifestação da
potencialidade do nosso voluntariado e uma certeza de que este Ideal
frutificará.
Mas, para além de tudo, há um «render da guarda»
consubstanciado na eleição dos dirigentes que hão-de ficar com o encargo
de nos representar a todos, e dar, com a sua presença, um sinal de
vivência em todos os Corpos de Bombeiros, que, no espaço português,
alimentam e dão vida à missão mais generosa e cristã que se conhece.
Havemos todos de escolher bem, dando a nossa confiança,
aplauso e incentivo aos eleitos, para que se sintam amparados e
prossigam e ampliem o que já foi feito em prol do Voluntariado.
A missão que lhes incumbe não é fácil. Necessita de muita
dedicação, espírito de sacrifício e até de renúncia a muito do que têm
legítimo direito de usufruir. Mas a hora é de trabalho, para, todos
unidos, obtermos o que desejamos.
Uma vez mais, vamos dar uma prova de civismo e havemos de
ser dignos da nossa missão. A cidade de Aveiro, em festa para receber os
Bombeiros Portugueses, vai ser o cenário digno para, em euforia, todos
agradecermos a Deus a graça de nos ter feito romeiros da caridade e de
ter possibilitado que nos realizássemos espiritualmente, servindo os
outros.
Aqui fica uma palavra de esperança e um agradecimento
àqueles que, através das várias Comissões, não se têm poupado a esforços
para que a «Cidade da Ria», com o rendilhado das suas margens, possa
também ficar ufana do altíssimo serviço que prestou aos Bombeiros de
Portugal.
ANTÓNIO DE MOURA E SILVA
Presidente do Conselho Técnico e Administrativo
da Liga
dos Bombeiros Portugueses
Vice-Presidente do C. T. I. F.
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