Susana Tavares
10.º N
A família é importante, não só por serem pessoas que têm
o mesmo sangue, mas porque os seus elementos, quando têm problemas
podem, socorrer-se do seu apoio desinteressado. Mas será que a família
hoje existe de facto?
Não! Apenas se diz "família" de pessoas que vivem na
mesma casa e onde existem laços de sangue. "Família" dá um sentido de
aproximação. Mas será que elas são assim? Claro que não!
A maneira de ver as coisas da vida é diferente de pais
para filhos. À maneira que a sociedade vai evoluindo, os jovens vão
acompanhando-a, isto é, nascem inseridos nela; aprendem o que nela há,
mas enquanto isso os pais, avós e outros não a conseguem acompanhar;
nasceram num mundo diferente; tudo isto leva ao chamado fosso de
gerações: o jovem quer viver de acordo com aquilo que vê, que lhe é
transmitido, os pais querem que eles vivam segundo os seus valores e
hábitos. Quem vence? Ninguém! O jovem chega a casa dirige-se ao quarto
e, dedo numa tecla, "click", e aí está a sua música "bum, bum"
– está aí até à hora de se deitar. Os pais, esses, juntam-se num sofá em
redor de uma máquina que dá sons e imagens. Por estarem sentados à volta
desta máquina quererá dizer que são uma família unida? Nada disso, cada
um para seu lado, e ali estão apenas olhando e ouvindo aqueles sons, nem
sequer se ouve um leve sussurro – "Então, como foi o teu dia?". Nada,
nada se ouve, ou talvez se ouça uma pessoa roncando, um a desfolhar
jornais ou revistas, ou uma criança a chorar, porque lhe mudaram o canal
de televisão preferido.
Que mundo é este? Um mundo que está em evolução? Sim!
Um mundo que nos dá e transmite coisas? Também!
Um mundo que nos permite ter sentimentos? Sim!
Mas sentimentos um pouco estranhos; AMOR, mas um amor
diferente; Ambição, mas uma ambição maluca, exagerada.
Mas será que este mundo tem união, famílias? Pode ter
famílias apenas de nome, mas união, não.
Onde está o diálogo entre as pessoas? Desapareceu quase
por completo. Ele já poderia ser pouco, mas agora, então, é quase
inexistente.
É isso! O nosso mundo pode ser um mundo em evolução, mas
até que ponto irá esta evolução? Ao ponto de "destruir" a família, de
lhe roubar os seus espaços de diálogo, a sua união?
Onde está o diálogo entre as pessoas? Desapareceu quase
por completo. Ele já poderia ser pouco, mas agora, então, é quase
inexistente.
É isso! O nosso mundo pode ser um mundo em evolução, mas
até que ponto irá esta evolução? Ao ponto de «destruir» a família, de
lhe roubar os seus espaços de diálogo, a sua união? ■
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