CONTROVÉRSIAS?... CERTAMENTE NÃO!
"AVALIAÇÃO CONTÍNUA… AVALIAÇÃO FORMATIVA"
Há cerca de duas décadas que é nosso entendimento ser a
"AVALIAÇÃO UM PROCESSO SISTEMÁTICO E CONTÍNUO".
Sua Excelência, o Senhor Ministro da Educação vem
recordá-lo no recente Despacho 162/ME/ de 09/09/1991, publicado em OUT
91, talvez para prevenir qualquer estado amnésico no que é o mais
elementar na formação dum professor profissionalizado.
Era a década de 70, fazendo jus à nossa
profissionalização, já praticávamos a Avaliação Contínua, incluindo como
é obvio a Avaliação Formativa... dado "ter esta um papel preponderante
no ensino-aprendizagem, pelas possibilidades que oferece de
auto-correcção (feedback) para o aluno e para o professor.
Foi o período em que fizemos a opção para o "porquê da
falha ou sucesso dum programa de instrução, em substituição da simples
verificação desse sucesso ou dessa falha.
Era a transferência, sob o ponto de vista da AVALIAÇÃO,
da ênfase na FORMATIVA E NÃO NA SUMATIVA.
Pela relativamente longa participação na "Formação de
Professores", já tivemos oportunidade de referir num número desta
Revista e sobre o tema Avaliação:
«Fundamentalmente é um meio para aperfeiçoar o processo
educativo, controlando-o e comprovando-o através dos resultados que se
vão obtendo.»
Essa avaliação permite o "feedback" que fazem do
ensino-aprendizagem, uma relação de bi-univocidade.
O professor pela Avaliação Sistemática e Contínua
determina a eficácia da sua programação; metodologia utilizada; meios...
ritmos de aprendizagem; alunos que carecem de ajuda especial e tipo de
ajuda; etc. ...
A prática desta AVALIAÇÃO CONTÍNUA impõe o recurso a
vários instrumentos de controlo (mapas de conceitos; diagnóstico
sistemático da estrutura cognitiva do aluno; listas de verificação;
provas formativas escritas diversas;...).
E como devemos proceder, nós professores implicados no
processo, para superar aquelas situações em que a dotação orçamental da
Escola não permite suportar as quase ridículas (em termos do O.G.E.)
despesas com alguns instrumentos de controlo?
Certamente que Vossa Excelência, Senhor Ministro da
Educação, vai ficar surpreendido com esta minha respeitosa confidência:
«Nós professores do ensino não superior, como que num
missionarismo, vamos buscar à exígua retribuição salarial concedida a um
licenciado (e posterior estágio para profissionalização), os escudos
necessários ao pagamento de alguns daqueles instrumentos de avaliação
formativa distribuídos pelos alunos (de cada vez, uma fotocópia por
aluno; outros materiais;... e turmas com mais de 30 alunos!).»
Os outros licenciados, os tais Técnicos Superiores,
também têm este procedimento? E a Ilustre Classe Castrense também
subsidia os tiros (em sentido figurado) que dispara?!
Medito nas palavras do Prof. Doutor Luís Valadares,
publicadas em 19/10/1991:
«É bem sabido que as sociedades europeias mais
desenvolvidas investiram prioritariamente nos sistemas educativos desde
o final dos anos 50, durante mais de 20 anos.
Os profissionais de Educação (dos quais os professores,
são por certo, os que desempenham papel mais importante) devem
desenvolver as carreiras em clima de exigência…» ■
______________________________________________________
* Professor do Quadro de Nomeação Definitiva do 11.º B
O Plano de Actividades da Escola Secundária de José
Estêvão, para o ano 1991/92, assenta no seguinte esquema conceptual:
1. reconhecer e reconstruir a nossa identidade
geográfico-cultural através:
1.1. do aprofundamento do estudo da língua-mãe, "como
factor afectivo e factor de alma";
1.2. do diálogo litoral/interior – dois espaços
diferenciados duma mesma realidade;
2. estimular o sentimento europeu pelo conhecimento
melhorado das línguas e das diversidades espácio-culturais;
3. desenvolver a cidadania universal pela participação em
projectos pedagógicos de cariz científico, artístico, literário com a
utilização de novas tecnologias;
4. reflectir sobre as novas epistemologias e espaços de
conceptualização em que assentam os conteúdos científicos e pedagógicos
dos nossos programas;
5. desenvolver atitudes e interiorizar valores na
perspectiva da educação ambiental:
5.1. pelo retomar do pensamento ecológico;
5.2. pelo reconhecimento do património paisagístico
cultural regional e inter-regional de o preservar;
6. recuperar e revalorizar, através dum trabalho
interdisciplinar, o património escolar;
7. perspectivar o trabalho manual como processo de
reabilitação das artes artesanais;
8. envolver toda a escola num aspecto lúdico que vise não
só reavivar os grupos tradicionais como interferir no desenvolvimento
dum espírito de abertura e tolerância.
_________________________________________________
A primeira lista das actividades do PAE tinha sido
publicada no Aliás n.º 4. Voltaremos a ela em balanço. |