História:
Em 1989, Arsélio Martins e Aurélio Fernandes, professores
do 1.º grupo, apresentaram à Apple/Interlog.Informática, S. A. um
projecto para produção de software educativo e sua aplicação em ambiente
de sala de aula. O departamento de Educação da Apple/Interlog considerou
a proposta e adiantou o interesse em que a escola se integrasse num
projecto educativo internacional utilizando computadores para
telecomunicações; a ideia essencial é a seguinte: apoiados por
professores, os alunos da escola podem comunicar livremente com alunos
de outros países, podem integrar-se em projectos científicos ou
culturais propostos por outras escolas. Na proposta apresentada por esta
escola para a rede internacional (AppleLink) o projecto específico
avançado consistia no reconhecimento e levantamento de traços da cultura
portuguesa em comunidades educativas (com acesso à rede AGE) dos
diversos continentes. A adesão da escola foi aceite e foram assinados
vários protocolos, a saber: para utilização do satélite, para utilização
da Telepac/Transdata, para acesso ao nó de Paris do AppleLink.
Em 1989, a Interlog disponibilizou o equipamento
indispensável para o projecto, em acordo com as instruções do Supervisor
de AGE Project: Um Computador Pessoal Macintosh SE HDFD, um Disco duro
externo Apple 208C, um modem para ligação à rede Transdata e uma
impressora ImageWriter ll.
O processo do estabelecimento das comunicações foi
demorado, por várias razões: a escola teve de pedir autorização e
instalar uma linha telefónica própria, as autorizações (palavras-chave,
endereços, e códigos de acesso) e o software acabaram por só
estar disponíveis no primeiro trimestre de 1991.
Entretanto, os responsáveis do projecto, a quem se junta
o Prof. Manuel Arcêncio da Silva, desenvolveram iniciativas para
aumentar o número de computadores ligado ao Projecto, para permitir a
utilização directa por estudantes e professores e para construir de raiz
um parque que permitisse rentabilizar os equipamentos informáticos,
produzindo espécimes informativos de qualidade, quer a respeito do
Projecto AGE, quer a respeito da Escola. Obtiveram disponibilização de 3
computadores Apple Macintosh Plus – apoio da Interlog e Apple Europa –,
de um computador Mac 512Kb – apoio da Universidade de Aveiro – e
adquiriram, a partir de Concurso Prodep com o Projecto Global/Local (da
Escola/Câmara Municipal/lnterlog), um Digitalizador de Imagens
AppleScanner, uma impressora LaserWriter IINT. Durante este período
receberam-se os apoios da DOW Portugal e da Direcção Regional de
Educação do Centro, que serviram, para além de suportar as despesas de
comunicação, para realizar o "upgrade" do MacSE FDHD para MacSE30 com
disco de 40 MB e 4 MB de RAM e de um computador MacPlus 1 MB RAM para
2,5 MB de RAM.
Trabalho realizado:
1. Começaram as comunicações de estudantes e professores,
utilizando a rede Transdata e o AppleLink, com resultados satisfatórios.
Embora ainda se verifique uma adesão e uma colaboração relativamente
pobre dos professores e estudantes, há um conjunto de projectos em
andamento, impulsionados por professores de Inglês e de Geografia.
2. Produziram-se vários programas educativos,
especialmente para Matemática e da autoria de Aurélio Fernandes e
iniciaram-se alunos na produção de programas educativos (que realizaram
um programa para ensino de vocabulário de Inglês). Os programas foram
disponibilizados para toda a rede, para outras escolas e para todos os
utilizadores Apple.
3. O Projecto Global/Local destina-se a utilizar a favor
da comunidade escolar, do meio e das diversas escolas e instituições da
comunidade as informações recolhidas com os recursos de digitalização e
de impressão que foram adquiridos. Até ao momento, o projecto
Global/Local apoiou a escola em várias tarefas administrativas e de
organização, publicou o órgão «Aliás, Escola Secundária de José
Estêvão», apoiou a publicação do jornal «Número UM» da Escola Secundária
N.º 1 de Aveiro, apoiou iniciativas do Seminário de Santa Joana, de
Câmaras, de Colectividades e da Associação de Estudantes, promoveu a
publicação do livro «Um ou outro olhar» de textos dos estudantes de
Religião e Moral Católica.
O Projecto disponibiliza ainda toda a informação vinda da
rede AppleLink que se deposita na Biblioteca da Escola para consulta.
O Projecto AGE, com apoio do Conselho Directivo e dos
professores, disponibilizou provisoriamente, para a sala de professores,
um computador Apple para aprendizagem prática com produção de materiais
em ImageWriter Il.
Trabalho em perspectiva:
1. Das primeiras trocas internacionais, salientamos o
"apetite" demonstrado por diversas instituições e escolas por Portugal e
pelo seu sistema de ensino. Não só recebemos imediatamente comunicações
a dar conta da existência de comunidades portuguesas onde não se
esperavam (por exemplo de MAUI, Aloha/Haway, sobre uma comunidade de
vaqueiros portugueses instalados
/
24 / desde 1900 que ainda mantêm essa
actividade), como recebemos pedidos de participação em estudos e debates
sobre as mais diversas disciplinas (caso exemplar, o dos alunos e
professores de Latim, de vários países da Europa), bem como perguntas
sobre o ensino (por exemplo de Matemática, de professores finlandeses).
Iniciaram-se trocas também sobre políticas de ensino especialmente
avaliação e selecção de manuais escolares.
2. Vários projectos entretanto tomaram forma dentro do
Projecto. Um deles consiste na introdução das comunicações AGE nos
currículos. Há as mais diversas perspectivas vindas dos diversos países
e instituições. Pensamos que essa discussão poderá ter interesse
especial para Portugal, considerando a Reforma Curricular e a área
Escola. Há estudantes da escola interessados num projecto mundial de
levantamento de "perspectiva histórica": os estudantes levantariam a
opinião e conhecimento dos mais velhos sobre determinado acontecimento e
comparariam com a sua opinião e os seus conhecimentos. A ideia contempla
exposições locais e a participação em bases de dados mundiais e no seu
debate.
Não perdemos de vista a possibilidade de participar
noutros projectos científicos e lançar alguns, no domínio da Geografia,
das Ciências de Educação, etc., e especialmente não desistiremos do
nosso interesse específico no levantamento dos traços culturais da
passagem dos portugueses (quer da Expansão, quer das diversas migrações
através dos séculos). Continuaremos ainda a produzir programas
educativos em HyperCard, etc., que são trocados através da rede.
Propusemos à Apple a realização de programas de
administração de Bibliotecas, com aplicação experimental na Biblioteca
desta escola, bem como de organização geral da Escola.
O gestor do Projecto, Arsélio Martins, participou no 1.º
Meeting Universitário Apple e vai participar, com o professor Manuel
Arcêncio da Silva, no 1.º Meeting Internacional Apple Global Education
em Cambridge.
3. O Projecto Global/Local pretende continuar a
publicação do «Aliás, Escola Secundária de José Estêvão», vai promover a
publicação de dois livros «Poesia» e «Prosa» distinguida pelas edições
de 1985 a 1991 do Prémio Literário José Estêvão. Por vários meios e
feita a selecção, o Projecto vai publicar informações AGE, para a escola
e para a cidade.
4. Considera-se a ligação da Escola a rede nacionais –
Apple FORUM (em criação e com um banco de dados e de debate sobre a
educação, em que participaremos), PORBASE, das Universidades
portuguesas, especialmente Aveiro, de centros científicos e, por
intermédio destas, considera-se a possibilidade do acesso a bancos
internacionais de dados científicos e educacionais.
5. Uma das vertentes do Projecto será sempre servir a
formação de todos os estudantes de Inglês. Mas especialmente terá de
criar programas especiais para os estudantes da área de Jornalismo –
produtores de notícias e para os estudantes de Arte e Design – desenho
por computador, paginação e composição – talvez a realização de "Jornal
diário da escola e de Aveiro para o mundo". O projecto pode e deve ser
um apoio importante para o Clube Europeu.
Meios necessários:
1. Humanos
Em termos de recursos humanos, o Projecto conta com os
professores Arsélio Martins e António Aurélio Fernandes. Para as
comunicações internacionais e para resolver problemas do Hardware
e Software, o Projecto precisa do Professor Manuel Arcêncio da
Silva. Os restantes recursos humanos são encontrados nos estudantes e
nos professores animadores. Para os primeiros não irá ser necessário
considerar qualquer redução se continuar a ser atribuída a António
Aurélio Fernandes a responsabilidade pelo Projecto Minerva e caso seja
considerada a equiparação a bolseiro para Arsélio Martins (Mestrado em
Ciências de Educação). Caso se venha a verificar a colocação, nesta
escola, do Professor Manuel Arcêncio da Silva, conviria considerar uma
redução de 5 horas lectivas.
Para a realização do trabalho ligado a Arquivo e
Biblioteca e ligação à base de dados da Biblioteca Nacional será preciso
considerar a contratação em regime de part-time de um técnico de BAD,
quer para dirigir o trabalho, quer para a formação dos funcionários da
Biblioteca.
2. Físicos
Há uma instalação do equipamento no Museu de História
Natural. Seria conveniente melhorá-la e integrá-la mais nesse ambiente.
O equipamento adquirido esgota a capacidade do Museu. A prazo será
preciso considerar a aquisição de uma unidade de discos amovíveis, para
suportar a informação AGE e a base «Biblioteca e Arquivo». Para a
produção de programas educativos e para permitir a sua utilização em
ambiente de sala de aula, será preciso pensar na aquisição de um
computador com placa vídeo (há disponíveis no mercado por cerca de 400
000$00)
3. Financeiros
Com a utilização da rede Telepac/Transdata, as
comunicações não são tão caras como seriam se o Projecto utilizasse a
rede telefónica normal. O Projecto precisa de apoios para garantir o
aluguer de uma linha telefónica dedicada, taxa de Transdata, taxa de
satélite – 45 dólares anuais e uma verba para comunicações da ordem dos
500.000$00. Temos esperança de conseguir apoios à medida que o projecto
se vá desenvolvendo e saindo da escola para a comunidade. Mantemos o
apoio da Interlog e da Apple, dado que a Escola é a pioneira deste
projecto. O projecto Global/Local precisará, como até aqui, de apoios
para as suas publicações, que espera (e deve) conseguir no terreno da
comunidade em que se insere e que serve.
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