Escola Secundária José Estêvão, n.º 26, Julho de 2000

PLANO DE ACTIVIDADES PARA O ANO 1999/2000

 

Limitações do plano

Este é o primeiro plano apresentado nas condições definidas para o novo modelo de gestão das escolas. Trata-se do primeiro plano de actividades apresentado pelo Conselho Executivo que se sujeita à discussão e aprovação ou reprovação pela Assembleia de Escola. Ainda não vai ser aquilo que deve ser um plano como instrumento de gestão, definidor de metas próprias da escola com prazos bem determinados. De facto, temos de assumir que a maior e mais importante parte da actividade da escola está pré-definida pela configuração de escola pública que foi sendo criada em conformidade com directivas centrais e para suprir necessidades educativas definidas num quadro regional e nacional e não pode nem deve ser facilmente alterada. Também é verdade que a organização escolar não tem qualquer autonomia financeira que lhe permita apresentar um orçamento autónomo de suporte a iniciativas de grande porte. Em todos os planos anuais anteriores, a direcção da escola – Conselhos Directivo e Pedagógico – tem assumido essa parte importante e decisiva da actividade da escola como uma referência, que ao nível do plano de actividades se transforma em breve referência escrita, ao mesmo tempo que desenvolve a lista de intenções dos diversos colectivos da escola, principalmente dos grupos de docência e, em menor escala, actividades dos próprios conselhos e ou de grupos de pessoas. Afinal, cada plano de actividades não tem sido mais do que uma lista de actividades, sem custos ou com poucos custos, que são indicadas à partida, Raramente ou mesmo nunca são orçamentadas e a direcção não tem outro papel que não seja o de facilitador das iniciativas. Vai-se fazendo o melhor que se sabe, vai-se vendo o que se pode fazer, aprecia-se subjectivamente e nem têm de se prestar contas pelo que acontece nem pelo que não acontece, apesar de prometido. Este plano ainda vai ser do mesmo tipo no essencial, porque não sabemos e não podemos fazer muito mais do que isso.

 

A escola que acontece

▪ Serviços de educação e ensino regular

Até ao fim deste ano lectivo 1999/2000, a escola regular garante serviços de ensino básico (ao nível do terceiro ciclo) e de ensino secundário.

a) Os serviços de 3.º ciclo do ensino básico são prestados a uma população escolar provenientes das freguesias da Glória, Vera Cruz e S. Jacinto, sendo a proveniência ditada tanto pela efectiva residência como pelo local de trabalho dos pais ou de algum dos pais. Mas convém esclarecer que se admitiram alunos para frequentar o .º ano de escolaridade nesta escola porque a Escola João Afonso / 19 / de Aveiro não comporta todos os alunos do ensino básico destas freguesias, O ensino básico limita-se a 8 turmas, sendo duas do 7.º ano e três em cada um dos 8.º e 9.º anos de escolaridade.

b) Os serviços de ensino secundário são prestados a uma população de proveniências geográficas mais diversificadas. Uma parte significativa da população proveniente das freguesias da Glória e da Vera Cruz ou de S. Jacinto, quando prossegue estudos nos agrupamentos científico-naturais ou humanísticos, pode escolher entre as três escolas de Aveiro que oferecem os mesmos serviços. E, por isso, a sua proveniência social e as razões da escolha da escola podem variar consideravelmente de ano para ano e não pode ser caracterizada por qualquer comportamento estável na escolha. Os estudantes que se candidatam à frequência do agrupamento de arte e design ou dos cursos tecnológicos de qualquer dos agrupamentos são provenientes do concelho de Aveiro, mas também de vários concelhos limítrofes. A escola mantém em funcionamento 37 turmas do ensino secundário, 13 turmas em cada um dos 10.º e 11.º anos e 11 no 12-º ano de escolaridade.

As condições de prestação destes serviços estão no fundamental pré-estabelecidas a este plano e a maioria dos docentes ligados a estes serviços na sede são professores do quadro de nomeação definitiva.

▪▪ Uma psicóloga escolar assegura serviços de acompanhamento psicológico e de orientação escolar e profissional, uma professora dá apoio aos casos de alunos com necessidades educativas especiais e um técnica ligada a projectos do Instituto de Emprego dá apoio aos estágios e à orientação profissional dos estudantes. Estes técnicos trabalham em ligação estreita com os Directores de Turma. No próximo ano, mantemos a continuidade destes serviços.

 

Serviços de ensino recorrente.

Também estão pré-estabelecidos em relação a este plano os serviços de ensino recorrente que se prestam não só na sede, mas, por acordos com organizações das comunidades, também em vários pólos: dois em S. Jacinto (com uma extensão à Bósnia onde se acompanha o estudo de soldados deslocados), um no estabelecimento prisional, um em Santa Joana, um em Nariz, um em S. Bernardo e outro em Oliveirinha.

No plano de actividades para 2000, garante-se a continuidade da prestação destes serviços nas condições pré-definidas pelos acordos celebrados entre a escola (com representação do CAElDREC) de as instituições que nas comunidades apoiam e promovem iniciativas de educação dos adultos.

Nos serviços de ensino recorrente da sede, a maioria dos docentes são dos quadros de nomeação definitiva. A prestar serviços nos pólos encontram-se, maioritariamente, professores contratados para prestar serviços nesses locais.

 

Serviços de formação de professores

A escola presta serviços de formação (inicial prática) proporcionando estágios a estudantes das licenciaturas em ensino da Universidade de Aveiro e de Coimbra. Os serviços de orientação pedagógica são assegurados por docentes dos quadros de nomeação definitiva, com excepção de dois casos. Para a formação contínua, a escola está associada ao Centro de Formação José Pereira Tavares, / 20 / cuja direcção pedagógica integra. No plano de actividades para 2000, pretende manter estes serviços e associações, bem como apoiar as actividades com eles relacionadas. A escola apoia e apoiará todas as iniciativas dos organismos regionais e centrais – departamentos, direcções e coordenações – do Ministério da Educação ou de outros ministérios que visem a formação de professores.

 

A direcção

A direcção central de todos estes serviços é assegurada pelo Conselho Executivo, por dois assessores e um coordenador. Uma assessora trata de toda a escola regular acompanhada por duas coordenadoras (das direcções de turma) e pelos directores das turmas. Outro assessor trata de todos os cursos nocturnos do ensino recorrente, em colaboração estreita com uma coordenadora geral dos pólos e vários coordenadores pedagógicos.

Ao nível da gestão e articulação curricular, os serviços de ensino são coordenados por departamentos curriculares. Os coordenadores dos departamentos curriculares integram o Conselho Pedagógico, onde também estão os coordenadores das direcções de turma e um coordenador do ensino recorrente, bem como representantes dos orientadores pedagógicos e dos projectos existentes na escola.

 

Assim vai continuar, no essencial.

Os Serviços de Administração Escolar, na sede, asseguram todos os serviços de apoio e controle administrativo à sede e a todos os pólos, bem como são assegurados pela sede a prestação dos serviços de apoio da reprografia. O pessoal auxiliar de acção educativa concentra-se na sede, à excepção de uma tarefeira que apoia o pólo que funciona no salão paroquial de S. Jacinto. Em todos os outros pólos, eventuais serviços auxiliares são providenciados pelas Juntas de Freguesia ou pelos dirigentes das instituições.

 

A escola que se faz acontecer

Com poucos meios e sem uma planificação antecipada, iniciativa por iniciativa, algumas medidas com grandes implicações no futuro têm sido sistematicamente prosseguidas.

Instalações e equipamentos

Por um lado, a direcção tem vindo a insistir com sucesso na restauração das instalações. As últimas obras realizadas foram as instalações sanitárias dos alunos e o campo de jogos. Para o próximo ano, a insistência da direcção vai para a renovação da oficina de artes e do soalho ou piso do ginásio da escola, para a construção de instalações sanitárias, agora para professores e restantes funcionários, e para a reorganização de espaços com vista à instalação dos serviços de administração escolar e sala de funcionários não docentes. Ao mesmo tempo, procura-se criar algumas condições de trabalho para os dirigentes de todas as organizações intermédias. A renovação das instalações tem em vista a necessidade, não só de criar melhores condições de trabalho para os serviços de administração escolar, mas também para alterar radicalmente o atendimento dos utentes dos serviços. No que respeita ao equipamento, têm sido feitos esforços sistemáticos no equipamento a um nível mínimo de diversas salas específicas. No ano que ora finda, renovaram-se equipamentos de salas de informática, tanto na sede como nos pólos, sala de estudo, etc., e laboratórios (incluindo o laboratório de Matemática). Mantém-se sempre a actualização da biblioteca, procurando responder a novas necessidades (incluindo as / 21 / necessidades dos pólos).

 

Atendimento e ligação à comunidade educativa.

A prestação dos serviços de ensino recorrente constitui uma ligação importante às comunidades e a afirmação de uma verdadeira política de serviço público. De facto, a forma como as autarquias e outras instituições participam das iniciativas e dos processos de instalação dos diversos pólos cria uma nova forma de colaboração e de interacção. A escola continuará a participar dos processos de animação social comunitária e manterá uma real disponibilidade para todos os projectos apresentados pelas diversas instâncias das comunidades do concelho de Aveiro, procurando reforçar por todas as formas a sua colaboração com as autarquias e fará esforços especiais para aprofundar a cooperação e criar novas formas de colaboração com a Câmara Municipal. Mas os esforços feitos em torno da afirmação da autonomia das Direcções de Turma e da participação dos pais e encarregados de educação têm tido resultados muito positivos. A escola vai fazer esforços no sentido de melhorar todos os serviços de ligação aos pais e encarregados de educação e procurar novas condições para novas formas de atendimento dos pais e novas modalidades de efectiva participação dos membros da comunidade educativa na vida da escola. Com vista à preparação do ano lectivo 2000/2001, vamos insistir em medidas de melhoria do atendimento, que passam por renovação de instalações, mas também por novas experiências com a figura de tutor e de professor acompanhante de grupos de alunos ou de projectos de estudo e investigação. Insistiremos ainda na preparação a médio prazo de iniciativas (científicas ou não) viradas para a formação científica e humanística dos alunos. Por exemplo, deve haver escolhas temáticas e preparação de visitas para Novembro de 2000 que não dependem da iniciativa e acordo prévio dos alunos, mas têm guiões de estudo decididos pelos departamentos para os diversos cursos. E podem preparar-se, desde Janeiro, campanhas e projectos para o ano lectivo 2000/2001.

 

Novas formas de estar, novos serviços aos estudantes

A criação da sala de estudo como um espaço em que há um verdadeiro e desejado atendimento dos alunos, sem a marca das aulas, é o primeiro passo de uma série de outros passos que é preciso dar para melhorar a prestação dos serviços de ensino aos estudantes. A escola vai prosseguir na melhoria dos espaços existentes – biblioteca e sala de estudo – e particularmente insistirá na melhoria dos serviços prestados. Insistiremos na necessidade da animação da biblioteca a partir da leccionação das disciplinas e no desenvolvimento de competências ligadas à utilização da biblioteca, dos computadores, internet, vídeo e televisão, da sala de estudo.

Insistiremos no ensino e aprendizagem virados para a consulta das fontes, em métodos de estudo, em leitura e estudo acompanhados. Iniciaremos os serviços de substituição dos professores em falta e criaremos sistemas ou facilidades de utilização das salas livres pelos alunos do 12.º ano para estudo e trabalhos de grupo. Com grupos de estudantes e com a sua Associação, procuraremos valorizar os espaços frequentados pelos estudantes fora das aulas. Utilizaremos a limpeza e higiene como demonstração de interesse e a animação e participação artística como forma de mobilização com vista à criação e manutenção dos espaços e das suas construções. / 22 /
 

As iniciativas autónomas

▪ dos Departamentos

O Conselho Executivo, à semelhança dos conselhos directivos em anos anteriores, constitui-se como facilitador das iniciativas dos departamentos curriculares. Há uma grande diversidade de iniciativas dos grupos disciplinares que merece ser realçada. Cada uma dessas iniciativas pode e deve ser realizada e pode adquirir uma visibilidade própria. As autorizações e os apoios para cada uma das iniciativas têm de ser decididas, caso a caso, para não se atropelarem e para não colocarem em risco as actividades lectivas.


▪ dos Núcleos de Estágio

Saúda-se o trabalho conjunto dos núcleos de estágio que apresentaram um plano conjunto com várias iniciativas por cada disciplina, e viradas para estudantes e docentes. Tudo será feito no sentido de facilitar e apoiar a iniciativa dos diversos núcleos.

 

▪ das Direcções de Turma

Os projectos de área-escola das diferentes turmas e as suas apresentações públicas, a sala de estudo e as visitas de estudo aprovados pelo Conselho Pedagógico mobilizam a escola e a comunidade. Constituem uma parte importante das intenções deste plano de actividades.

 

▪ das Coordenações do Ensino Recorrente

Pela primeira vez é apresentado um plano global de iniciativas autónomo por parte das coordenações do ensino recorrente. Aprova-se o plano para ser realizado sob a coordenação do Assessor responsável que será facilitador das iniciativas mas garante de decisões equilibradas no sentido de não prejudicar o ensino.

 

▪ dos Clubes

Os clubes escolares em funcionamento – Fotografia, Museu, Leitura, Francês, Artes de Bordado – apresentaram as diversas actividades para 2000 com estudantes e professores. Aprova-se o projecto autónomo de cada um dos clubes em funcionamento e autoriza-se a iniciativa para a instalação de um novo Clube: Multimédia. Apoiam-se também as iniciativas dos projectos Riscos & Ecos, bem assim como todos os projectos de animação científica, humanística ou artística dirigidos aos alunos, professores, funcionários ou comunidade educativa.

 

▪ dos funcionários não docentes

Pela primeira vez, os funcionários não docentes apresentaram iniciativas autónomas como parte do plano de actividades. Aprovam-se.


A tensão não superficial.

Se este plano de actividades é ainda, e no fundamental, garantia da continuação da prestação de serviços de ensino pré-estabelecidos e garantia facilitadora para a iniciativa autónoma dos diversos grupos de intervenientes na escola, com o registo de algumas entradas importantes, já contém em si novos elementos de instrumento de gestão;

As medidas propostas a nível de instalações e de organização:

▪ equipamento dos laboratórios de biologia e reorganização ou revalorização das salas em que estão instalados \item renovação das oficinas de arte da ala sul e do piso do ginásio / 23 /

▪ construção de instalações sanitárias para funcionários docentes e não docentes

▪ obras de reorganização de espaços com vista à instalação dos serviços de administração escolar

▪ sala digna para funcionários não docentes

 

estão ligadas a mudanças no atendimento dos serviços, o que exige um acompanhamento com formação e a participação na decisão dos diversos intervenientes.

Estas medidas são para ser executadas em tempos diferentes, têm consequências importantes ao nível da organização escolar, dependendo do apoio do Centro da Área Educativa / Direcção Regional de Educação, e implicam estudo do impacto nas ofertas de serviços de ensino com a redução de salas de aula. As medidas têm de ser acompanhadas com iniciativas de apresentação e debate com a comunidade educativa.

 

Acompanhamento e avaliação

As iniciativas autónomas já calendarizadas e as iniciativas centrais têm de ser relatadas e serão avaliadas pela Assembleia de Escola. Lamenta-se não haver condições para apresentar calendários precisos para as diversas realizações centrais. As diversas organizações e o Conselho Executivo apresentarão relatórios à Assembleia sobre a execução do plano aprovado. Mas solicita que a Assembleia constitua comissão de acompanhamento das medidas centrais do plano que não se limite a assistir mas participe na mobilização de vontades para forçar as realizações que não podem ser suportadas pela escola nem podem ser executadas sem autorização.

(seguem-se no texto original os quadros descritivos das actividades)

 

 

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