Escola Secundária José Estêvão, n.º 22, Junho de 1998

No final deste ano lectivo, cumpre-nos fazer o relatório/balanço do que consideramos ter sido o "ano 0" da Sala de Estudo na nossa Escola. Utilizamos esta designação visto ter-se tratado de um ano de constante experiência em que se foi verificando o que resultava, o que não resultava e se foram descobrindo novas potencial idades desta forma de apoio aos alunos. Assim, por exemplo, a Sala de Estudo, que se destinava inicialmente em primeiro lugar ao 3.º Ciclo, foi "abrindo as portas" a muitos alunos do Ensino Secundário, que passaram a ser assíduos pelos mais diversos motivos. Outro exemplo tem a ver com a introdução de computadores, que alterou significativamente a frequência da Sala.

Mas vejamos como tudo se passou:

A primeira preocupação que presidiu à elaboração do horário da Sala de Estudo foi a de o conciliar com os horários das turmas do 3.º Ciclo, o que foi conseguido. Todos os alunos propostos pelos respectivos professores, bem assim como todos aqueles que o desejassem teriam no seu horário não lectivo pelo menos uma oportunidade de frequentar a Sala. Deste horário foi dado conhecimento aos Directores de Turma e, por intermédio destes, aos alunos e aos encarregados de educação dos alunos propostos. Foi também afixado um horário na sala de professores e outro na própria Sala de Estudo, com a indicação do professor presente em cada hora e da disciplina que leccionava.

Em Setembro de 1997 realizou-se a primeira reunião com os professores que, na altura, tinham horas de apoio à Sala de Estudo. Discutiram-se os objectivos da Sala de Estudo, as estratégias a pôr em prática, os recursos necessários, etc. Mais tarde, a psicóloga da Escola, Rosário Ruivo, proporcionou-nos uma sessão sobre técnicas de estudo. O dossier colocado no armário da sala foi, em grande parte, organizado com materiais gentilmente cedidos pela psicóloga. Também outro material de apoio, colocado à disposição dos alunos, teve a sua colaboração. No armário referido foi colocada também uma aparelhagem de som e diversos materiais de apoio aos alunos, entre os quais manuais e fichas de apoio de algumas disciplinas, um dicionário, um prontuário ortográfico, gramáticas, um jogo e algumas revistas. / 21 /

Em Novembro realizou-se nova reunião para fazer o ponto da situação e estudar sugestões que visassem melhorar o funcionamento da Sala de Estudo. Salientou-se a necessidade de registar no livro de ponto as presenças dos alunos e as actividades realizadas. Criou-se na altura um local acessível onde os alunos pudessem ir colocando sugestões. Destas destacam-se as seguintes: colocação de computadores na sala, de jogos e de mais livros. Os alunos faziam sentir também a necessidade de um horário mais alargado da Sala e de professores de mais disciplinas.

Em Março fez-se o ponto da situação e tentou definir-se a melhor utilização a dar aos computadores entretanto colocados na sala. Nesta reunião, que contou com a presença do responsável pela rede da Escola, Luís Pitta, delinearam-se as regras para a utilização dos computadores, bem como a ficha de registo da utilização dos mesmos pelos alunos. Posteriormente o referido professor reuniu com os professores a fim de lhes dar a conhecer o modo de funcionamento da rede na Escola.

Em meados de Maio foi feito um inquérito aos alunos que permitisse fazer o balanço do funcionamento da Sala e obter sugestões para o próximo ano lectivo. Oitenta e dois alunos responderam a este inquérito, do qual salientamos os seguintes aspectos:

I – A Sala de Estudo foi frequentada por alunos de todos os anos de escolaridade (é de salientar a elevada percentagem de alunos do 10.º ano). A maioria fê-lo por iniciativa própria, havendo no entanto bastantes que disseram que a sua frequência fora proposta por um professor.

II – Apenas dois alunos declararam que a frequência não tinha sido proveitosa, ambos porque os computadores nesse dia não estavam em rede. Já quanto à continuidade da existência da Sala de Estudo, o consenso foi geral: todos os alunos defenderam que deveria continuar a existir, nos mesmos moldes (uma elevada percentagem) ou em moldes diferentes.

III – As actividades desenvolvidas destacadas foram diversas. A maioria diz ter estudado para várias disciplinas, sobretudo em épocas de testes. Muitos procuraram o apoio dos professores presentes nas disciplinas em que sentiam mais dificuldades. Muitos ainda aproveitaram para realizar os trabalhos de casa e para fazer trabalhos escritos e pesquisas, individualmente ou em grupo. Alguns dizem que trocaram impressões com os colegas sobre as matérias estudadas, tendo ajudado os colegas nas suas dificuldades. Outros dizem ter realizado algumas das fichas de apoio/de trabalho constantes dos dossiers disponíveis no armário. Alunos há que afirmam que aproveitavam ali o tempo livre de que não dispunham em casa para estudar ou, simplesmente, ler. A partir de Março, como já se disse na introdução, a frequência / 22 / da sala foi alterada com a introdução dos computadores. Passaram a estar lá muitos alunos a navegar na Internet, a utilizar o «Hotmail.com», o programa Pascal, o Word, etc., etc.

IV – Convidados a apresentar sugestões para um melhor funcionamento da Sala de Estudo, os alunos apresentaram as seguintes:

a) deveria ter professores de todas as disciplinas e de todos os anos para dar apoio aos alunos, que os procurariam no horário afixado (7);

b) a rede dos computadores deveria estar sempre funcional (9);

c) os computadores deveriam estar mais bem equipados;

d) deveria ter mais computadores (6);

e) deveria haver algum apoio no uso dos computadores;

f) deveriam retirar os computadores para outra sala (por vezes há alguma confusão e barulho que não contribui para um ambiente propício à concentração e ao estudo) (9);

g) deveria ter mais livros (2) sobre: Informática; educação dos jovens; outros temas;

h) deveria haver mais livros (3) para ler nas horas livres (1);

i) deveria ter uma secção de livros de cultura geral (enciclopédias, revistas, jornal da escola);

j) a sala deveria ser maior, devido ao número de alunos que a frequenta (10);

k) deveria ter música ambiente calma (9);

I) o horário deveria ser mais alargado, para coincidir com os horários dos alunos (6);

m) deveria estar sempre aberta aos alunos (10), mesmo quando não está nenhum prof. (1);

n) a sala deveria ser exclusivamente para servir os alunos e não para aulas (5);

o) deveria ter jogos como: monopólio, xadrez, damas;

p) deveria ter fichas de apoio (5);

q) deveria ser pintada e modernizada;

r) a sala deveria ser mais acolhedora (3).

Reunidos no dia 15 de Junho, os professores com horas de apoio à Sala de Estudo tomaram conhecimento dos resultados do inquérito feito aos alunos e pronunciaram-se sobre o decurso deste ano de experiência do projecto, tendo finalmente apresentado algumas sugestões para o próximo ano lectivo.

O balanço das actividades foi considerado positivo, tendo-se salientado o elevado número de alunos que procuravam a Sala e que referiam o proveito que essa frequência lhes trazia. Foram / 23 / também destacadas as vantagens da existência da Sala, que permite a realização de actividades como o estudo em grupo, o ensino mútuo, o esclarecimento de dúvidas, etc. Alguns professores deram conta da dificuldade que por vezes sentiram em "acudir" a diversos alunos com diversos problemas ao mesmo tempo. Também mostraram a importância de, sempre que um aluno é proposto por um professor para a Sala de Estudo, este ter o cuidado de indicar por escrito as dificuldades do aluno, de modo a tomar mais eficaz a ajuda que lhe possa ser prestada.

Depois de relerem as propostas dos alunos, os professores apresentaram algumas sugestões para o próximo ano lectivo, que a seguir se indicam:

a) a Sala deveria ser maior devido ao número de alunos que a frequenta;

b) deveria ser exclusivamente Sala de Estudo, não havendo lá aulas;

c) deveria estar aberta, pelo menos, entre as 8h:30m e as 18h:15m;

d) professores das diversas áreas disciplinares deveriam estar representados na Sala, de molde a corresponder às solicitações dos alunos;

e) na impossibilidade de permanência de um professor, deveria estar na Sala um funcionário;

f) a sala deveria ser arranjada e pintada de modo diferente do resto da Escola, para se tomar mais acolhedora e menos "sala de aula";

g) deveria ser colocada na sala uma estante aberta, onde se poderiam dispor materiais de livre acesso para os alunos;

h) pelo menos um dos computadores da sala deveria estar ligado a um CD-ROM (o que permitiria aos alunos trabalhar com programas didácticos, enciclopédias, ec.);

i) a compatibilidade entre os horários dos professores e os horários dos alunos nem sempre é possível, mas é uma prioridade na elaboração do horário da Sala;

j) sendo possível, o desejável seria a existência de duas salas, com fins diferentes: uma, ludoteca (com os computadores, jogos, vídeo, etc.); outra, exclusivamente Sala de Estudo...

Aveiro, 15 de Junho de 1998

Alda Oliveira,

Coordenadora da Sala de Estudo
 

 

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