No
final deste ano lectivo, cumpre-nos fazer o relatório/balanço do
que consideramos ter sido o "ano 0" da Sala de Estudo na nossa
Escola. Utilizamos esta designação visto ter-se tratado de um
ano de constante experiência em que se foi verificando o que
resultava, o que não resultava e se foram descobrindo novas
potencial idades desta forma de apoio aos alunos. Assim, por
exemplo, a Sala de Estudo, que se destinava inicialmente em
primeiro lugar ao 3.º Ciclo, foi "abrindo as portas" a muitos
alunos do Ensino Secundário, que passaram a ser assíduos pelos
mais diversos motivos. Outro exemplo tem a ver com a introdução
de computadores, que alterou significativamente a frequência da
Sala.
Mas vejamos como tudo se passou:
A primeira preocupação que presidiu à elaboração
do horário da Sala de Estudo foi a de o conciliar com os
horários das turmas do 3.º Ciclo, o que foi conseguido. Todos os
alunos propostos pelos respectivos professores, bem assim como
todos aqueles que o desejassem teriam no seu horário não lectivo
pelo menos uma oportunidade de frequentar a Sala. Deste horário
foi dado conhecimento aos Directores de Turma e, por intermédio
destes, aos alunos e aos encarregados de educação dos alunos
propostos. Foi também afixado um horário na sala de professores
e outro na própria Sala de Estudo, com a indicação do professor
presente em cada hora e da disciplina que leccionava.
Em Setembro de 1997 realizou-se a primeira
reunião com os professores que, na altura, tinham horas de apoio
à Sala de Estudo. Discutiram-se os objectivos da Sala de Estudo,
as estratégias a pôr em prática, os recursos necessários, etc.
Mais tarde, a psicóloga da Escola, Rosário Ruivo,
proporcionou-nos uma sessão sobre técnicas de estudo. O dossier
colocado no armário da sala foi, em grande parte, organizado com
materiais gentilmente cedidos pela psicóloga. Também outro
material de apoio, colocado à disposição dos alunos, teve a sua
colaboração. No armário referido foi colocada também uma
aparelhagem de som e diversos materiais de apoio aos alunos,
entre os quais manuais e fichas de apoio de algumas disciplinas,
um dicionário, um prontuário ortográfico, gramáticas, um jogo e
algumas revistas.
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Em Novembro realizou-se nova reunião para fazer o
ponto da situação e estudar sugestões que visassem melhorar o
funcionamento da Sala de Estudo. Salientou-se a necessidade de
registar no livro de ponto as presenças dos alunos e as
actividades realizadas. Criou-se na altura um local acessível
onde os alunos pudessem ir colocando sugestões. Destas
destacam-se as seguintes: colocação de computadores na sala, de
jogos e de mais livros. Os alunos faziam sentir também a
necessidade de um horário mais alargado da Sala e de professores
de mais disciplinas.
Em Março fez-se o ponto da situação e tentou
definir-se a melhor utilização a dar aos computadores entretanto
colocados na sala. Nesta reunião, que contou com a presença do
responsável pela rede da Escola, Luís Pitta,
delinearam-se as regras para a utilização dos computadores, bem
como a ficha de registo da utilização dos mesmos pelos alunos.
Posteriormente o referido professor reuniu com os professores a
fim de lhes dar a conhecer o modo de funcionamento da rede na
Escola.
Em meados de Maio foi feito um inquérito aos
alunos que permitisse fazer o balanço do funcionamento da Sala e
obter sugestões para o próximo ano lectivo. Oitenta e dois
alunos responderam a este inquérito, do qual salientamos os
seguintes aspectos:
I – A Sala de Estudo foi frequentada por alunos
de todos os anos de escolaridade (é de salientar a elevada
percentagem de alunos do 10.º ano). A maioria fê-lo por
iniciativa própria, havendo no entanto bastantes que disseram
que a sua frequência fora proposta por um professor.
II – Apenas dois alunos declararam que a
frequência não tinha sido proveitosa, ambos porque os
computadores nesse dia não estavam em rede. Já quanto à
continuidade da existência da Sala de Estudo, o consenso foi
geral: todos os alunos defenderam que deveria continuar a
existir, nos mesmos moldes (uma elevada percentagem) ou em
moldes diferentes.
III – As actividades desenvolvidas destacadas
foram diversas. A maioria diz ter estudado para várias
disciplinas, sobretudo em épocas de testes. Muitos procuraram o
apoio dos professores presentes nas disciplinas em que sentiam
mais dificuldades. Muitos ainda aproveitaram para realizar os
trabalhos de casa e para fazer trabalhos escritos e pesquisas,
individualmente ou em grupo. Alguns dizem que trocaram
impressões com os colegas sobre as matérias estudadas, tendo
ajudado os colegas nas suas dificuldades. Outros dizem ter
realizado algumas das fichas de apoio/de trabalho constantes dos
dossiers disponíveis no armário. Alunos há que afirmam que
aproveitavam ali o tempo livre de que não dispunham em casa para
estudar ou, simplesmente, ler. A partir de Março, como já se
disse na introdução, a frequência
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da sala foi alterada com a introdução dos computadores. Passaram
a estar lá muitos alunos a navegar na Internet, a utilizar o
«Hotmail.com», o programa Pascal, o Word, etc., etc.
IV – Convidados a apresentar sugestões para um
melhor funcionamento da Sala de Estudo, os alunos apresentaram
as seguintes:
a) deveria ter professores de todas as
disciplinas e de todos os anos para dar apoio aos alunos, que os
procurariam no horário afixado (7);
b) a rede dos computadores deveria estar sempre
funcional (9);
c) os computadores deveriam estar mais bem
equipados;
d) deveria ter mais computadores (6);
e) deveria haver algum apoio no uso dos
computadores;
f) deveriam retirar os computadores para outra
sala (por vezes há alguma confusão e barulho que não contribui
para um ambiente propício à concentração e ao estudo) (9);
g) deveria ter mais livros (2) sobre:
Informática; educação dos jovens; outros temas;
h) deveria haver mais livros (3) para ler nas
horas livres (1);
i) deveria ter uma secção de livros de cultura
geral (enciclopédias, revistas, jornal da escola);
j) a sala deveria ser maior, devido ao número de
alunos que a frequenta (10);
k) deveria ter música ambiente calma (9);
I) o horário deveria ser mais alargado, para
coincidir com os horários dos alunos (6);
m) deveria estar sempre aberta aos alunos (10),
mesmo quando não está nenhum prof. (1);
n) a sala deveria ser exclusivamente para servir
os alunos e não para aulas (5);
o) deveria ter jogos como: monopólio, xadrez,
damas;
p) deveria ter fichas de apoio (5);
q) deveria ser pintada e modernizada;
r) a sala deveria ser mais acolhedora (3).
Reunidos no dia 15 de Junho, os professores com
horas de apoio à Sala de Estudo tomaram conhecimento dos
resultados do inquérito feito aos alunos e pronunciaram-se sobre
o decurso deste ano de experiência do projecto, tendo finalmente
apresentado algumas sugestões para o próximo ano lectivo.
O balanço das actividades foi considerado
positivo, tendo-se salientado o elevado número de alunos que
procuravam a Sala e que referiam o proveito que essa frequência
lhes trazia. Foram
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também destacadas as vantagens da existência da Sala, que
permite a realização de actividades como o estudo em grupo, o
ensino mútuo, o esclarecimento de dúvidas, etc. Alguns
professores deram conta da dificuldade que por vezes sentiram em
"acudir" a diversos alunos com diversos problemas ao mesmo
tempo. Também mostraram a importância de, sempre que um aluno é
proposto por um professor para a Sala de Estudo, este ter o
cuidado de indicar por escrito as dificuldades do aluno, de modo
a tomar mais eficaz a ajuda que lhe possa ser prestada.
Depois de relerem as propostas dos alunos, os
professores apresentaram algumas sugestões para o próximo ano
lectivo, que a seguir se indicam:
a) a Sala deveria ser maior devido ao número de
alunos que a frequenta;
b) deveria ser exclusivamente Sala de Estudo, não
havendo lá aulas;
c) deveria estar aberta, pelo menos, entre as
8h:30m e as 18h:15m;
d) professores das diversas áreas disciplinares
deveriam estar representados na Sala, de molde a corresponder às
solicitações dos alunos;
e) na impossibilidade de permanência de um
professor, deveria estar na Sala um funcionário;
f) a sala deveria ser arranjada e pintada de modo
diferente do resto da Escola, para se tomar mais acolhedora e
menos "sala de aula";
g) deveria ser colocada na sala uma estante
aberta, onde se poderiam dispor materiais de livre acesso para
os alunos;
h) pelo menos um dos computadores da sala deveria
estar ligado a um CD-ROM (o que permitiria aos alunos trabalhar
com programas didácticos, enciclopédias, ec.);
i) a compatibilidade entre os horários dos
professores e os horários dos alunos nem sempre é possível, mas
é uma prioridade na elaboração do horário da Sala;
j) sendo possível, o desejável seria a existência
de duas salas, com fins diferentes: uma, ludoteca (com os
computadores, jogos, vídeo, etc.); outra,
exclusivamente
Sala de Estudo...
Aveiro, 15 de Junho de 1998
Alda Oliveira,
Coordenadora da Sala de Estudo
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