Escola Secundária José Estêvão, n.º 22, Junho de 1998

 VISITA DE ESTUDO A UM ARRASTÃO

No dia 13 de Março, fomos até à Gafanha da Nazaré para visitar um arrastão. Este género de barco pesca peixes muito variados, como por exemplo raia, red-fish, solha, bacalhau, etc. Há dois tamanhos de redes, consoante o peixe que se quer pescar. Há portanto redes grande e pequenas, que variam com o tamanho do peixe.

Quando se atiram as redes, elas têm umas bóias que ficam à superfície para depois o barco passar pelo mesmo local e arrastar o peixe. As redes têm também umas bolas de ferro que vão pousando no chão e vão sendo arrastadas para que não haja obstáculos à frente da rede.

A rede está enrolada numa espécie de cilindro e está presa por uns cabos. Ao desenrolar a rede do cilindro, os cabos vão atirando a rede para o mar.

Há peixes que só "andam" a 100 metros de profundidade. Para esses peixes há umas redes especiais, que vão a essa profundidade. Esta rede é controlada devido à velocidade a que o barco anda. Depois de se ter lançado a rede, deixa-se algum tempo no mar, para que os peixes sejam pescados. A seguir dá-se a volta ao barco, e vai-se recolhendo a rede para dentro de uma portada, onde se vai recolher o peixe. Quando vão à pesca costumam estar fora 150 dias (5 meses), pois é o tempo do contrato e é o tempo que, normalmente, este tipo de pesca demora. Este barco costuma ir pescar para os / 16 / lados da Noruega. Temos um barco português, que é o barco Santa Joana, daqui de Aveiro, que já foi à cidade de Tjorvag.

Continuámos a nossa visita, mas desta vez entrámos no barco e descemos até ao primeiro porão. Lá faz-se a selecção dos peixes, por tamanhos e qualidades. Depois de seleccionados, os peixes vão ser congelados durante duas horas e meia a – 3º C. Quando o peixe já está congelado, vai ser demolhado em água, para formar uma espécie de vidro, de modo a que, quando se levar o peixe para o tombadilho, ele não perca peso. Depois vai-se encaixotar o peixe, para se levar para o segundo porão, que pode transportar 550 toneladas de peixe.

A seguir fomos ver os camarotes. Ficámos encantados ao reparar que todos tinham vídeo e televisão. Dentro do barco, há também um salão de convívio que tem também uma televisão e um vídeo. Fomos ainda até à sala de comandos. Aqui reparámos que este tipo de barcos tem radares para detectarem todos os pontos altos, como por exemplo a Serra da Boa Viagem, que se encontra perto da Figueira da Foz. Têm também o GPS, que é um equipamento muito importante para eles. Os VHF servem para contactar os outros barcos. Além destes instrumentos, eles têm muitos mais, através dos quais podem falar por rádio com os familiares, que falam por telefone.

Ficámos também a saber que um navio que esteja a navegar na ria tem de passar entre as bóias verdes e as bóias vermelhas.

 

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