VISITA DE ESTUDO AO
MUSEU MARÍTIMO DE ÍLHAVO
No dia 16 de Janeiro de 1998, apanhámos o
autocarro com destino a Ílhavo. Saímos de Aveiro pelas 9 horas
da manhã.
Ao chegarmos ao Museu, vimos um vídeo sobre a
pesca do bacalhau no alto-mar, utilizando "dóris".
Ficámos a saber que os "dóris" saíam do navio ao
amanhecer. Estes barcos eram dirigidos apenas por um pescador.
Os "dóris" regressavam ao navio muitas horas depois carregados
de peixe. Com a ajuda de arpões, os pescadores atiravam o
bacalhau para dentro do navio, onde era aberto do umbigo até à
barbatana. Tiravam-se as vísceras e o fígado. O peixe era
espalmado e era-lhe retirada a coluna dorsal e a cabeça. Já
dentro do barco, o bacalhau era muito bem preparado.
Preparava-se também o óleo de fígado de bacalhau.
Os navios partiam dos seguintes portos: Aveiro,
Porto, Figueira da Foz, Lisboa e Açores. Os principais destinos
eram: os mares da Gronelândia e os mares da Terra Nova. Era
assim:
Os navios partem e recebem a bênção. Ao chegarem
ao seu destino, o mestre escolhe o seu "dóri" e sorteia os
outros pelos pescadores. Preparam os instrumentos de pesca (estropos,
estralhos, zagaias, etc.). Quando chega o isco, os
pescadores arrumam-no nas câmaras frigoríficas. Às 4 horas da
manhã arreiam os "dóris". Só ficam a bordo 2 cozinheiros, 4
moços de bordo...
Os tripulantes dos navios vestem roupas quentes e
impermeabilizadas com óleo de linhaça, como o sueste
(‘chapéu’), as botas bacalhoeiras e a rabana (‘casaco’).
O pescador leva no seu "dóri" o foquim
(‘cesto’ com a seguinte comida: pão, peixe fresco, azeitonas e
água), a faca e o corno ou búzio, que servia para avisar onde se
encontravam. Os pescadores têm de limpar e renovar os seus
instrumentos com alguma frequência. Os marinheiros dormem em
beliches, desde as 24 horas até às 4 horas da manhã. Para
cozinhar utilizam-se fogões a carvão com tachos ovais. Alguns
dos instrumentos utilizados nos bacalhoeiros são: os remos, o
mostrador, o volante, as bússolas, a hélice, velas de lona, o
bitáculo e as zagaias. Quando está mau tempo, o homem do leme
tem de ser amarrado ao mesmo.
Por vezes, no percurso, há icebergues que
dificultam a viagem. Outras vezes, há nevoeiro. Quando há vento
e os "dóris" estão no mar, içam-se as velas. Os quetes do
convés, mesmo com mau tempo, são sempre enchidos.
Após o visionamento do vídeo dirigimo-nos para
uma sala, onde observámos várias partes de um navio.
Seguidamente, fomos observar uma variadíssima colecção de
conchas e outros animais marinhos. Depois fomos ver uma colecção
de barcos em miniatura. Após a observação destas colecções,
dirigimo-nos para outra sala onde estava representada a sala de
jantar
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do capitão e dos outros membros, excepto os marinheiros. Estes
membros superiores tinham um serviço de pratos muito requintado,
quando comparado com o dos marinheiros. Nesta mesma sala,
observámos também alguns dos instrumentos médicos e medicamentos
utilizados para as mais variadas doenças.
Por fim, a visita de estudo terminou.
Despedimo-nos da senhora que nos guiou e ficámos à espera do
autocarro. Esperámos cerca de 10 minutos e, em seguida, este
levou-nos à nossa Escola.
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