Escola Secundária José Estêvão, n.º 18, Fevereiro de 1997

A testemunha. O testemunho


Bob Marley foi um revolucionário da música jamaicana. Inovou quer na letra, quer na música e adaptou-a ao ouvido mundial.

Era crente na cultura Rastafari, na qual baseou muitas das suas canções. "Jah Lives" foi talvez a mais marcante canção de Bob pós morte do grande Imperador Haile Sellassie I, onde o cantor apela ao ouvinte na crença de Jah, dizendo que este está e continuará vivo! Jah, o Deus todo-poderosos, o Deus-Rasta ilumina-nos a nós rastas com o seu cálice de ganja, a nossa erva sagrada, enquanto esperamos pela rendição de África.

Enquanto esperamos, podemos ouvir Bob cantar "Africa Unite, cause the children wanna come home", ou então "Exodus, the movement of Jah people".

Ao acabar um "splif" podemos dizer que temos que ter "kaya" outra vez, e logo começamos a enrolar um pouco da nossa "little herb". Eles dizem que nos faz mal, que nos torna rebeldes, mas rebeldes contra o quê? Se nos sentimos bem com ela, se ela nos torna a vida melhor, porque havemos de viver sem ela?

Talvez porque nos faça mal e só por essa razão poderíamos viver sem ela. Toda esta contradição que surge neste pequeno desabafo aparece quando pensamos no que aconteceu ao Bob que morreu com 15 cancros. Será que queremos acabar como ele?

Podemos admirá-lo, podemos gostar da sua música, podemos até já ter experienciado a erva sagrada, mas quando coisas mais importantes ocorrem na nossa vida, verificamos que a "droga" é apenas uma fase, um atraso na nossa vida. Porque nós continuaremos a amar Jah para sempre.

Positive Vibrations.

Ivo Almeida – 11º L

 

 

Página anterior Índice de conteúdos Página seguinte

pág. 20