JORNAL
N.º 8

JUNHO
1992  Ano IV


ESCOLA SECUNDÁRIA HOMEM CRISTO - AVEIRO
COLABORA NO ENRIQUECIMENTO DO TEU JORNAL

SUMÁRIO

 

Editorial

 

Projecto
Minerva

 

Futebol
sem
computador

 

Escrita da
casa: Poesia

 

Notícias da
Escola

 

Reportagem
Visitas e
Projectos

 

Tempos
livres: Pesca

 

Cantinho
do
Português

 

Passatempos

 

Fac-símile
da 1ª página

 
 

 












O Lago

Límpido e transparente, calmo e sereno, brotou do chão, da terra, das pedras, por magia, por encanto. O Sol brilha, trespassando folhas e ramos. Toca-o suavemente. Aquece-o. Acaricia-o. Pequenos barcos flutuam sobre ele. Nenúfares, folhas, flores, fadas como passageiras. Serve-lhes de espelho, onde se penteiam e se embelezam.

O Sol está mais fraco. A tarde já caiu... No céu, um raiar púrpura. As fadas recolheram-se. Está só, silencioso, misterioso. A noite envolve-o. Os seus cantares não tardarão a enchê-lo com sons estranhos, imperfeitos, descompas­sados. Grilos, mochos, rãs, aliviam-lhe a solidão. E é a noite quem tapa e aconchega e lhe diz: - Boa noite!

(Apresentado pela primeira vez sob a forma de poema, no concurso que a escola efectuou no Dia de Árvore, foi escrito na aula por Carla Rosas, do 8º E.)


 
Uma vela por Timor

Uma vela, mais outra vela acesa.
Para que não cessem as raízes da liberdade...
Para Timor ser vida
para os pais e para os filhos
não amados;
para os presos calados, 
cujos gritos estão esgotados.
Sinto a esperança que nos une
na hora do terror.
...   ...   ...   ...   ...   ...   ...
Onde estão os defensores
dos tão proclamados
direitos humanos?

Afinal, neste mundo,
vale mais um barril de petróleo
do que uma vida humana?!..
Catarina e Susana – 8º C


Mar Imenso

Ao ver tua alma ondular
Quem dera poder mergulhar
          Ó mar azul
Nessa quantidade de mar
Quem dera lá estar
          Ó mar azul
Quem dera poder mergulhar
Nessa quantidade de mar
          Ó mar azul
Quem dera poder lá estar
Ao ver tua alma ondular
          Ó mar azul
Nessa quantidade de mar
Quem dera poder mergulhar
          Ó mar azul
Quem dera lá estar
Ao ver tua alma ondular
          Ó mar azul
Armando Duarte – 9º C


DEDICATÓRIA

                    I

País de inúmeras beldades,
e lindo como uma flor, 
só se resume nesta frase:
- Timor, meu querido Timor.

                    II

Como antes eras belo!
Ainda me lembro de ti, 
hoje deixas-me tristezas, 
como eu por ti senti.

                    III

Agora está tudo acabado,
e esses teus lindos jardins,
não passam de cemitérios,
cobertos de murchos jasmins.

                    IV

Só espero voltar a encontrar-te,
longe deste pesadelo,
tu pertences a Portugal,
não tenhas vergonha em sê-lo.

Carolina Juliana da Costa Pereira Pinto


Página anterior    Primeira página     Página seguinte