TÍTULO: XII Antologia do Círculo Nacional
d'Arte e Poesia
COORDENAÇÃO: Maria Olívia Diniz Sampaio
PREFÁCIO: Rolando Amado
CAPA: Anónimo
DESENHOS: Chagas Ramos; José Dominguez;
José Eliseu;
José Narciso, Luís Ferreira
EDIÇÃO: Círculo Nacional d' Arte e
Poesia
ISBN - 978-972-96913-9-3
MONTAGEM E IMPRESSÃO: Gráfica Guedelha,
Lda - Portalegre - 900 EX.
PREFÁCIO
Foi com satisfação que aceitei o convite para apresentar este
XII volume de Antologia do Círculo Nacional D'Arte e Poesia, na
sua missão de dar a conhecer os poetas do nosso País, qualquer
que seja a modalidade preferida.
A poesia, na antiga Grécia, de tantos e magníficos filósofos e
pensadores, assumia já o protagonismo na literatura. Baudelaire
dizia que o homem suporta três dias sem pão mas nem um só sem
sentir poesia.
A inspiração está em toda a parte, rimada ou livre. Só não a vê
quem não quer, só não a entende quem a não sente ou não pode.
Obedecendo apenas ao apelo irrecusável de uma das sete artes, os
autores presentes na forma de se expressarem à sua maneira, seja
no amor pela mãe, a saudade da terra, memórias de infância,
sonhos perdidos, ilusões, desilusões, vivências. Mas, constante,
sempre a viagem. Viagem essa que nos pode elevar perto do
infinito. Aproximarmo-nos de outro poeta, outro irmão. Porque se
a arte apenas faz versos só o coração é poeta, no entender de
André de Chénier.
Nestas composições, populares ou eruditas, existe igualmente um
refrigério e um escape, nestes tempos conturbados que correm.
Talvez o único lugar de pureza, o último reduto encontrado por
muitos de se aproximar do seu semelhante.
Pessoalmente considero a poesia a mais abrangente das artes.
Dela se pode lobrigar mais além, faz-nos ouvir mágicas melodias,
admirar telas incríveis de beleza e conforto, faz-nos voar com
as asas improváveis.
Foi Florbela Espanca quem disse que ser poeta «É ter cá dentro
um astro que flameja», «E ter fome de infinito» e «Ser mais alto
e ser maior». Acrescentarei que tudo isto deve continuar a ser
na sua humildade de sentir e transmitir muito pessoal e único de
cada poeta o mistério que é a nossa existência e o papel que nos
cabe a todos nesta função espiritual na terra.
De referir nestas linhas, com toda a justiça, uma palavra de
apreço e louvor à presidente deste Círculo Nacional D'Arte e
Poesia, que se tem batido pela divulgação da poesia nacional ao
longo de mais' de duas décadas. Bem haja,
Maria Olívia Diniz
Sampaio.
ROLANDO AMADO
|