XI Antologia do Círculo Nacional d'Arte e Poesia, Portalegre, 2011, pág. 42.

Fado foi meu sonho

 

Lá por eu cantar o fado
Chamam-me mulher perdida
O fado é do meu agrado
Não me vou dar por vencida.

Se me olham com desprezo
Por andar de xaile traçado
Fiz do meu xaile o meu terço
Gosto de cantar o fado.

Canto à minha maneira
Com a guitarra a trinar
Nasci p'ra ser cantadeira
E o fado quero cantar.

Com voz rouca e afinada
Que veio comigo do berço
Canto o fado à desgarrada
Fiz do meu xaile o meu terço.

O fado levo comigo
E a guitarra minha amiga
Esquecê-lo não consigo
Vou cantá-lo noutra vida.

                     Fernanda de Carvalho - Lisboa

 

 

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01-02-2020