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Fig. 1
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Igreja da Gafanha do Carmo em 1967. |
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Freguesia do concelho de Ílhavo, a Gafanha do Carmo, também conhecida
por Gafanha dos Caseiros, encontra-se a treze quilómetros de Aveiro,
situada junto ao canal de Mira e tendo a nascente as dunas da Gafanha.
Povoação relativamente pequena, com cerca de 350 fogos (no recenseamento
de 1960 encontram-se registados 330) e 1326 habitantes, o seu casario
estende-se ao longo da estrada, principal via de acesso. É servida por
carreiras diárias de camionetas.
Possui igreja própria, que pensam demolir para dar lugar a uma nova e
mais ampla, casa paroquial, e duas escolas, uma com dois pisos, do plano
dos centenários, e outra, mais antiga, com uma só sala.
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Não tendo designação própria, os seus habitantes são conhecidos por
Gafanhões, nome bastante amplo e que se aplica aos naturais de toda a
região.
Os habitantes da Gafanha do Carmo, como aliás os das povoações
circunvizinhas, dedicam-se essencialmente à vida agrícola, sobretudo a
geração mais velha, uma vez que os mais novos se entregam também à vida
piscatória. Podemos talvez dizer, para nos tornarmos mais precisos, que
o povo desta região tem uma vida mista, dedicando-se quer à pesca, quer
à agricultura.
Também não é difícil encontrar-se um habitante da região que,
dedicando-se à agricultura, não tenha o seu barco moliceiro, com o qual
apanha o tão necessário moliço que irá fertilizar as áridas terras da
Gafanha, e que lhe permite ainda deslocar-se de um para outro lado. Um
exemplo do que acabo de afirmar temo-lo precisamente no meu informador,
o Ti Melro, outrora possuidor do seu barquito, do qual se podem ainda
ver os últimos vestígios na fotografia que tirei quando o casal andava
entregue aos cuidados da terra. Não restando mais do que a proa, aquele
moliceiro, que outrora percorria airoso e veloz as águas da ria, serve,
nos últimos dias da sua vida, de cerca para os porcos.
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