Importāncia de uma agenda

Voltemos à minha agenda. Estou neste momento a consultá-la e, ao mesmo tempo, a avaliar a quantidade de folhas amarelas que já aqui tenho repletas de linhas. A minha contagem dá-me, neste momento, um total de onze aerogramas, todos eles com a data de hoje. Os registos da agenda são vários, o que significa que passei por muitas peripécias. Parece-me que, desta vez, vou bater o meu recorde de aerogramas. Quando virem o maço de aerogramas que envio de uma só vez, o pessoal do Serviço Postal Militar vai ter um colapso. Espero que aí, em Portugal, ao verem tantos aerogramas de uma só vez, não vos aconteça também o mesmo. Vamos então ao relato dos acontecimentos, que se faz tarde e tenho muito que contar.

Tenho a agenda aberta na página relativa ao dia 21 de Novembro de 1972, uma terça-feira. A cada página da minha agenda dupla da marca Hipocampus (tomem bem nota da marca, para me adquirirem um exemplar para o próximo ano) correspondem dois dias, tendo para cada um apenas nove linhas. Quando estas se encontram completamente preenchidas com uma letra miudinha, significa que os acontecimentos foram muitos e dignos de registo. E quando os acontecimentos ultrapassam a capacidade das linhas, resolvo o problema apertando mais a letra e aproveitando mesmo todos os espaços em branco. Tenho páginas em que reduzi o espaço entre linhas para metade, ocupando também as margens com uma letra super-miúda e com as palavras reduzidas a abreviaturas. Não é o caso do dia 21. Usei as linhas castanhas e ainda me sobraram duas. Passemos ao relato dos acontecimentos, evitando o mais possível as digressões.

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