Henrique J. C. de Oliveira, Os Meios Audiovisuais na Escola Portuguesa, 1996. |
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Perante
o rápido panorama que acabámos de apresentar, a permanente evolução tecnológica
e as potencialidades dos novos sistemas informáticos ou informatizados de tipo
multimédia, em que a interactividade é factor importante no acesso ao
conhecimento, e o facto de havermos constatado, nas diferentes escolas do
distrito de Aveiro que contactámos, que as mesmas apresentam um considerável
desfasamento tecnológico relativamente ao momento actual, pretendemos com este
trabalho alcançar três objectivos: 1º - Contribuir para o levantamento da actual situação
da escola portuguesa relativamente aos recursos educativos, com especial incidência
naqueles que privilegiam a imagem como suporte de informação e conhecimentos;
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2º - Determinar em que medida as tecnologias mais
actualizadas e avançadas conseguiram já penetrar no seio da escola portuguesa; 3º - Determinar até que ponto os professores estão já
sensibilizados para a importância dos actuais recursos educativos e quais os
que eles utilizam no processo de ensino-aprendizagem.
Hipótese A
partir da década de 1980, a evolução dos recursos educativos conheceu um
acentuado progresso. Os sistemas de gravação/leitura de imagens e sons
tornaram-se economicamente acessíveis e de fácil utilização, entrando em
casa de todos nós e permitindo um apetrechamento das escolas portuguesas. A
implementação do projecto MINERVA permitiu a entrada e divulgação dos meios
informáticos na grande maioria das escolas a partir, pelo menos, do 2º ciclo
do ensino básico. E as novas tecnologias da informação (N.T.I.) passaram a
ser uma realidade conhecida de todos. Em meados do decénio seguinte, num momento em que a
escola portuguesa passou por profundas remodelações e em que assistimos ao
aparecimento, com grande impacto ─ pelo menos ao nível da informação
mediática ─ de novos recursos tecnológicos, cremos que as escolas do
Ensino Básico do 2º e 3º Ciclo e Ensino Secundário do distrito de Aveiro se
encontram apetrechadas com os recursos educativos necessários ─ quer
audiovisuais, quer de natureza informática ─ e os respectivos professores
os utilizam na sua prática lectiva. Este estudo não constitui um trabalho inédito. Antes dele, outros similares foram já efectuados em dois momentos distintos. No final da década de 1970, António Moderno[1] apresentou o trabalho Para uma pedagogia audiovisual na escola portuguesa: ensinos preparatório e secundário, abrangendo a zona centro do País ─ litoral e interior. Quase dez anos depois, entre 1987/88, Bento Duarte da Silva[2], em Os recursos didácticos numa perspectiva de tecnologia educativa: estudo sobre a sua situação na rede escolar do distrito de Braga, efectuou o levantamento dos recursos educativos no distrito de Braga, abrangendo todos os níveis de ensino. |
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