Durante muito tempo não se manifestaram
contactos com o inimigo.
O natal foi passado com uma intensa
atividade operacional, consistindo na montagem de emboscadas em redor do
aquartelamento.
Esta atividade destinava-se a desmotivar o
inimigo dos ataques que costumavam fazer nessa quadra, pois sabiam que
os militares se concentravam nas cantinas e refeitórios para matar
saudades das festas em família, distraindo-se um pouco do inimigo que se
mantinha à espreita.
Durante esse período de grande vigilância e
ação, dia vinte e nove, o GE capturou numa operação dois maus. Um dos
quais fora já ferido anteriormente pelas nossas tropas, tendo-se
restabelecido no acampamento junto ao rio Chicului.
Mil Novencentos e Setenta e Dois chegou, sem
aparecer a rotineira flagelação da Quadra Festiva.
No dia seis, ao romper da aurora, fomos
despertados em sobressalto pelas explosões de granadas, como que o toque
de uma alvorada já nossa conhecida, por já ter servido como toque de
silêncio (eram frequentes os ataques noturnos).
Os maus presenteavam-nos pela retaguarda do quartel, utilizando as armas
pesadas do costume.
As nove granadas caídas dentro do arame
farpado, não tiveram o efeito desejado pelos maus.
Esta ação inimiga não passou somente de um
aviso de que ainda não tinham desmobilizado.
Depois da batida habitual, tudo voltou à
normalidade e todos fomos ainda desfrutar de mais umas horas de
descanso. |