Terras da Nossa Terra - Ano 21, Abril de 1985

 

Capela da Ordem de S. Francisco

Está integrada no conjunto arquitectónico do convento de Santo António, e data do séc. XVII.

A frontaria é simples, com cunhais porta rectangular, encimada por um nicho que é ladeado por duas janelas.

O interior é de uma só nave com abóbadas de aresta, decoradas com pinturas vegetalistas estilizadas. O retábulo da capela-mar é barroco, de um só corpo e remate. No corpo central vê-se um baixo-relevo, alusivo à vida de S. Francisco. Nos laterais guardam-se esculturas de nível. As paredes laterais são decoradas de talha dourada. A nave está decorada com três retábulos e painéis de azulejos azuis do séc. XVIII, representando figuras de eremitas.

 

Convento das Carmelitas

Foi edificado no séc. XVII, sob o título de S. João Evangelista, e nele se albergou uma comunidade de Carmelitas Descalças. Das antigas dependências do mosteiro, só a igreja merece ser visitada. Esta tem plano rectangular, dividido pelo arco cruzeiro. O interior do templo é revestido de talhas de três épocas diferentes. Os tectos da nave e capela-mor têm pinturas dos sécs. XVII e XVIII com cenas alusivas à vida de Santa Teresa. As paredes ostentam belos azulejos do séc. XVIII, sendo os da capela-mor (até à altura das vergas das portas) seiscentistas.

O altar-mor, de tipo plano, com camarim, é dos finais do séc. XVII. O arco cruzeiro é decorado com talhas barrocas de feição joanina, tal como as que se encontram sobre os alizares. Os retábulos dos flancos da igreja são da época de D. Pedro II.

A sacristia integra-se no corpo da capela-mor, sendo apenas separada pelo altar. Tem o tecto apainelado, decorado com belas pinturas polícromas, de acantos e flores. Ostentando a data de 1704, um belo lavabo de calcário completa o conjunto.

 

Museu de Aveiro

Está instalado nas dependências antigas do Mosteiro de Jesus. O mosteiro em si foi autorizado por bula papal de 16 de Maio de 1461, funcionando como clausura a partir de 1465. Aqui se recolheu, em 1472, a Princesa Santa Joana, filha de D. Afonso V, a qual nele veio a falecer em 1490, depois de uma vida humilde de santidade.

A recolha de património, que viria a figurar no Museu, deve-se ao notável aveirense Marques Gomes. O recheio, na sua maioria vindo de extintas casas de religião, só em 1925 ficou patente ao público.

A fachada do convento data da segunda metade do séc. XVIII, seguindo o estilo comum aos frontispícios dos palácios do tempo.

No recheio do Museu, incluem-se notáveis e valiosas colecções de escultura, ourivesaria, panejamentos e paramentaria, de talha e de mais variados elementos decorativos, constituindo extenso repositório das artes ornamentais dos sécs. XVII e XVIII.

 

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