Terras da Nossa Terra - Ano 21, Abril de 1985

VISITE NA CIDADE

Rica de história e de monumentos, beneficiando ainda dos braços da ria que lhe conferem um aspecto invulgar em Portugal, merece Aveiro uma visita prolongada e atenta, onde o visitante é atraído a cada instante para um novo pormenor característico, e certamente não desprovido de interesse.

Iniciaremos pois a sua visita, vindos das Estradas Nacionais n.º 109 e 16 e entrando pela parte sul, ou seja, a antiga zona nobre, tradicional e anteriormente muraIhada. A outra zona, a norte, está mais ligada às gentes do mar, às actividades mercantis e onde, como movimento portuário e comercial, floresceu a burguesia.

 

Igreja e Convento de Santo António

Tendo sido fundado em 1524, dele se conserva a igreja. A fachada desta é do séc. XVII, obedecendo ao traçado usado pelas igrejas franciscanas da época. É dividida verticalmente por pilastras toscanas, tendo ao centro um arco rebaixado, em asa de cesto. Sobre o átrio aberto, rasga-se uma larga janela que ilumina o coro alto, sendo o conjunto rematado por um nicho, onde se vê uma imagem em barro setecentista, representando Nossa Senhora da Conceição.

O interior da igreja é de uma só nave, coberta por uma abóbada de berço. Nas paredes laterais do corpo da igreja abrem-se arcos-altares e capelas. O coro, que possui cadeiral setecentista, ergue-se sobre o átrio da entrada. O arco cruzeiro, de estrutura setecentista, tem no entanto decoração neo-clássica. O retábulo da capela-mor é do período final do estilo D. João V, dourado, de colunas torcidas e decorações de acantos e querubins, assentando o conjunto em mísulas de pedra de Ançã.

Os altares colaterais foram alterados no final do séc. XVIII.

A sacristia tem o tecto apainelado, revestido de talhas douradas, onde se enquadram telas e nichos. O arcaz, setecentista, é em madeira exótica e tem bronzes recortados.

 

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