Terras da Nossa Terra - Ano 21, Abril de 1985

 

O grande desenvolvimento atingido por Esgueira nos passados tempos deu-lhe oportunidade a que tivesse sido cabeça de comarca, sujeitando 31 vilas e 10 concelhos e um couto à sua jurisdição, incluindo Aveiro.

A causa da sua decadência foi o afastamento progressivo da linha de maré.

A comarca de Esgueira foi criada em 20 de Dezembro de 1533, no séc. XVII estava encorporada na de Coimbra, vindo a recuperar no séc. XVIII a sua independência e a ser uma das nove comarcas que formaram a província da Beira.

É de 11 de Abril de 1759 a lei que extingue a provedoria de Esgueira. E o decreto de 6 de Novembro de 1836 extinguiu o concelho e anexou Esgueira a Aveiro, na qualidade de simples freguesia.

Existem, além do mais, dois símbolos da autoridade municipal de Esgueira: o pelourinho e o foral manuelino, que é uma possível remodelação de outro, data do séc. XVII e é constituído por uma coluna salomónica de fuste torcido, etc..

Em 14 de Julho de 1497, D. Manuel I prometeu a Esgueira que a sua jurisdição-crime jamais sairia da coroa, privilégio confirmado por D. José III em 25 de Setembro de 1528.

 

Nariz

Esta freguesia foi da apresentação da Casa de Bragança, no termo da vila de Esgueira. Pertenceu ao concelho do Eixo, extinto em 31 de Dezembro de 1853, passando ao concelho de Oliveira do Bairro, mas em 4 de Dezembro de 1872 foi anexada ao concelho de Aveiro.


Oliveirinha

Foi uma reitoria de concurso no antigo concelho do Eixo, extinto em 31 de Dezembro de 1853, do qual já havia sido desanexada em 2 de Maio de 1849. Foi sede de morgadio de Oliveirinha, com solar ainda existente, vinculado até 30 de Maio de 1860.

Nesta freguesia nasceu, em 1834, o político José Luciano de Castro, que durante tantos anos presidiu ao partido progressista e foi um dos maiores do rotativismo dos últimos tempos da monarquia. A família aparentada com os condes da Feira, tinha solar em Oliveirinha; José Luciano, porém, preferiu sempre a Anadia, onde casou e costumava receber nas férias os marechais do partido.


Requeixo

Fica situada na margem esquerda do Vouga, junto da Pateira de Fermentelos, aqui também denominada Lagoa de Requeixo. Na controvérsia que se tem travado à volta da notável cidade de Talábriga, há quem afirme que foi nesta freguesia que ela teve assento, isto depois de há muitos séculos, o território desta freguesia ter sido abandonado pelas águas marítimas, que deixaram a actual «pateira» de Fermentelos (em parte nos limites de Requeixo).

Seja, como seja, o território da freguesia constituíra, pelo menos em grande parte, nos séculos IX, X e XI, propriedade dos notáveis senhores de Marnel, a que se ligaram os grandes Sousãos no século XI por casamento – razão de esta freguesia, com outras limítrofes, ter sido da opulentíssima casa de Sousa.

D. Manuel I concedeu-lhe foral, dado em Lisboa a 2 de Junho de 1516, pelo qual constituiu um concelho, com sede em Eixo, que do mesmo foral beneficiou. Este concelho, que acabou tendo a designação de Eixo, foi chamado de Requeixo-de-Riba-Vouga. Foi extinto em 31 de Dezembro de 1853.


S. Jacinto

Até 1925, ano em que foi convertida em freguesia, S. Jacinto era um lugar e praia da freguesia de Vera Cruz.

O seu desenvolvimento deve-se, modernamente, à Instalação de uma base de aviação naval, durante a guerra de 1914-18, que passou a denominar-se Base de Aviação Naval de Gago Coutinho, mais conhecida por Base Aérea de S. Jacinto.

A ligação da cidade de Aveiro com esta freguesia é feita por uma lancha a motor, o que constitui um passeio de raro encanto turístico.

 

 

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