Terras da Nossa Terra - Ano 21, Abril de 1985

Roteiro

Aveiro, a cidade dos canais e das salinas, banhada directamente pelo oceano e cuja economia até o século passado andou sempre ligada às indústrias provocadas pela situação geográfica da vila (o mar com a navegação e a pesca e a ria com a indústria do sal) é sede dum concelho com as seguintes freguesias: Aradas, Cacia, Eirol, Eixo, Esgueira, Nariz, Oliveirinha, Requeixo, S. Jacinto e as de Vera Cruz e Glória, a que pertence a própria cidade.
 

Aradas

Freguesia que quase se pode dizer constitui o prolongamento do aglomerado citadino e cuja particularidade consiste em ser uma freguesia com imensas fábricas, entre as quais se destaca a indústria de lacticínios. Possui também as de induto plástico, carpintaria mecânica, louça de barro, etc.

Aradas já foi vila na comarca de Esgueira, e sede dum concelho extinto em 1836.


Cacia

A freguesia onde muitos geógrafos pretendem que tivesse ficado a primitiva cidade de Talábriga.

Gaspar Barreiros noticiou diversos achados arqueológicos no local e situava aí aquela perdida cidade da via militar Eminium CaIe. Em 1929 as explorações dirigidas por Alberto Souto, vieram trazer novos achados e novos elementos para o inquietante problema da Talábriga. Mas a dúvida continua a subsistir e com ela a incógnita de se garantir com precisão onde teria ficado, afinal, a inquietante Talábriga.

De certo sabe-se que foi nos campos de Cacia que existiu um importante oppidum luso-romano, situado à entrada da antiga barra do Vouga, antes da formação da ria de Aveiro; era no extremo da mancha cretácica do distrito, e a costa desenhava essa reentrância, hoje preenchida pelos aluviões e areias.

Nesta freguesia se desenrolou a acção militar de 1919 que impediu as forças monárquicas do Porto de passarem o Vouga e assegurou a vitória do regime republicano.

Cacia foi vila e pertencia ao concelho de Esgueira, extinto pelo decreto de 6 de Novembro de 1836.

É em Cacia que fica a grande fábrica de celulose, trabalhando no fabrico do papel e pasta para papel.


Eirol

Esta freguesia aproveitou do foral passado a Segadães a 20 de Março de 1516. Pertenceu ao concelho do Eixo até à data em que foi extinto em 31 de Dezembro de 1853.

Pinho Leal pretende relacionar o nome Eirol com o que existe no Alto Languedoque e este com a origem e etimologia de Águeda.


Eixo

É de origem muito antiga, segundo se deduz duma doação de 1055 feita à igreja e mosteiro de Santo IIdefonso de Eixo. O mosteiro desapareceu e da igreja matriz foi padroeira a princesa Santa Joana, por doação feita por D. João II a 9 de Agosto de 1485.

Teve foral dado por D. Manuel a 2 de Junho de 1560. E como concelho vigorou até 31 de Dezembro de 1853, ano em que foi extinto.

É tradição que em Eixo foi lavrada a escritura nupcial de D. Fernando e D. Leonor.


Esgueira

A situação geográfica de Esgueira, junto da antiga linha da maré, permitiu-lhe, até ao séc. XVII, a exploração de marinhas de sal, de que manteve comércio activo, durante séculos, bem como intensa vida marítima. Duma / 53 / e doutra actividade ficaram nos cartulários medievais, e em avulso, documentos em número elevado.

 

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