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Roteiro
Aveiro, a
cidade dos canais e das salinas, banhada directamente pelo oceano e cuja
economia até o século passado andou sempre ligada às indústrias
provocadas pela situação geográfica da vila (o mar com a navegação e a
pesca e a ria com a indústria do sal) é sede dum concelho com as
seguintes freguesias: Aradas, Cacia, Eirol, Eixo, Esgueira, Nariz,
Oliveirinha, Requeixo, S. Jacinto e as de Vera Cruz e Glória, a que
pertence a própria cidade.
Aradas
Freguesia
que quase se pode dizer constitui o prolongamento do aglomerado citadino
e cuja particularidade consiste em ser uma freguesia com imensas
fábricas, entre as quais se destaca a indústria de lacticínios. Possui
também as de induto plástico, carpintaria mecânica, louça de barro, etc.
Aradas já
foi vila na comarca de Esgueira, e sede dum concelho extinto em 1836.
Cacia
A
freguesia onde muitos geógrafos pretendem que tivesse ficado a primitiva
cidade de Talábriga.
Gaspar
Barreiros
noticiou diversos achados arqueológicos no local e situava aí aquela
perdida cidade da via militar Eminium CaIe. Em 1929 as
explorações dirigidas por Alberto Souto, vieram trazer novos
achados e novos elementos para o inquietante problema da Talábriga. Mas
a dúvida continua a subsistir e com ela a incógnita de se garantir com
precisão onde teria ficado, afinal, a inquietante Talábriga.
De certo
sabe-se que foi nos campos de Cacia que existiu um importante oppidum
luso-romano, situado à entrada da antiga barra do Vouga, antes da
formação da ria de Aveiro; era no extremo da mancha cretácica do
distrito, e a costa desenhava essa reentrância, hoje preenchida pelos
aluviões e areias.
Nesta
freguesia se desenrolou a acção militar de 1919 que impediu as forças
monárquicas do Porto de passarem o Vouga e assegurou a vitória do regime
republicano.
Cacia foi
vila e pertencia ao concelho de Esgueira, extinto pelo decreto de 6 de
Novembro de 1836.
É em
Cacia que fica a grande fábrica de celulose, trabalhando no fabrico do
papel e pasta para papel.
Eirol
Esta
freguesia aproveitou do foral passado a Segadães a 20 de Março de 1516.
Pertenceu ao concelho do Eixo até à data em que foi extinto em 31 de
Dezembro de 1853.
Pinho
Leal
pretende relacionar o nome Eirol com o que existe no Alto Languedoque e
este com a origem e etimologia de Águeda.
Eixo
É de
origem muito antiga, segundo se deduz duma doação de 1055 feita à igreja
e mosteiro de Santo IIdefonso de Eixo. O mosteiro desapareceu e da
igreja matriz foi padroeira a princesa Santa Joana, por doação feita por
D. João II a 9 de Agosto de 1485.
Teve
foral dado por D. Manuel a 2 de Junho de 1560. E como concelho vigorou
até 31 de Dezembro de 1853, ano em que foi extinto.
É
tradição que em Eixo foi lavrada a escritura nupcial de D. Fernando e D.
Leonor.
Esgueira
A
situação geográfica de Esgueira, junto da antiga linha da maré,
permitiu-lhe, até ao séc. XVII, a exploração de marinhas de sal, de que
manteve comércio activo, durante séculos, bem como intensa vida
marítima. Duma / 53 / e doutra actividade ficaram
nos cartulários medievais, e em avulso, documentos em número elevado.
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