Terras da Nossa Terra - Ano 21, Abril de 1985

 

Em Janeiro de 1887 – sendo de 40 homens o efectivo da Companhia / 41 / – a Câmara da presidência do Dr. Elias Fernandes Pereira, resolveu conceder uma pensão pecuniária aos bombeiros, alistados há mais de um ano, que se inutilizassem no serviço de extinção de incêndios, ou às suas viúvas, entregando a Câmara à Companhia os juros de 2 inscrições de 100$000 réis.

Em Fevereiro de 1888, o Dr. Joaquim de Melo Freitas foi nomeado Comandante, cargo que foi posteriormente ocupado por Carvalho Branco, em 1893, por João Bernardo Ribeiro Júnior, em 1895 e por Manuel Gonçalves Moreira, em 1897.

Conveniências da vida interna da Companhia levaram-na à dissolução, em Dezembro de 1898, transformando-a na Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Aveiro. A mesma gente, o mesmo material, iguais fins altruístas, – com novos moldes orgânicos, nova estrutura estatutária e nova designação –, numa palavra, independência da tutela municipal, embora a Câmara, como era de justiça, auxiliasse com um subsídio anual.

A nova Direcção reuniu pela primeira vez no dia 25 de Janeiro de 1899, sob a presidência do Dr. Joaquim Simões Peixinho.

A Câmara Municipal do Dr. Álvaro Moura Coutinho de AImeida d'Eça, deu facilidades e permitiu que o Quartel ficasse instalado numa antiga arrecadação camarária, na Rua de Santa Catarina, junto do Teatro Aveirense, com a condição da Associação alugar por sua conta e por 12$000 réis semestrais, um armazém onde se fizesse arrecadação. Então, pela primeira vez, contrataram um contínuo ou chaveiro, mediante concurso e fiança de 50$000 réis, o qual vencia o ordenado mensal de 9$000 réis. Nesse ano, sob um certo desafogo económico, efectuaram diversas aquisições.

Em 1909, graves desinteligências perturbaram a vida da Associação, e delas resultou a fundação, pelos elementos dissidentes, de uma nova corporação de bombeiros.

Em Novembro de 1908, a Associação comparticipou nas grandes festas de recepção ao Rei D. Manuel II e, em 19 de Dezembro de 1909, assistiu à inauguração do obelisco da Praça do Comércio.

Francisco Ferreira da Encarnação era o Comandante em 1911.

Em 1913, inteiramente debelada a crise por que passara, logo pensaram em melhoramentos. Em reunião de 10 de Setembro, foi resolvido comprar um carro de escadas «Magyrus», de modelo pequeno e barato, visto as condições das ruas da cidade não darem largura suficiente para modelo maior; e à Câmara foi pedida, entretanto, a construção de um novo quartel, visto o actual não se encontrar em condições e, a além disso não ter o espaço suficiente para arrecadar a escada «Magyrus» que iam adquirir. A escada chegou em Março de 1914, mas, como não havia onde arrecadá-la, foi levada para às ruínas da igreja de Vera-Cruz. Erradamente supunham tê-la ali, em bom abrigo, pois que, uma noite, forte ventania a fez voltar, partindo-a. Talvez por este acidente, a construção do quartel não demorou.

Em 1915 era Comandante Júlio Cabral que, abandonando o cargo dois anos depois, deixou a substitui-lo o 2.º Comandante Firmino Fernandes. Este cargo, efectivo, foi ocupado, em 1921, após algumas tentativas de fusão de ambas as Corporações, por Isaías Albuquerque.

No ano de 1925, tomou posse a Direcção da presidência de Ricardo Mendes Costa, que no ano seguinte, adquiriu a primeira moto-bomba, para substituição da antiquada e pouco rendosa bomba braçal. Os gestos de generosidade tornaram-se frequentes, de resto, as necessidades crescentes duma cidade em franco aumento impunha a urgente modernização de todo o material existente.

Uma das primeiras charretes - ►

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