Terras da Nossa Terra - Ano 21, Abril de 1985


apraz, que elles sejão privilegiados, escuzados e guardados».

Em meados de Quinhentos, Aveiro seria talvez o maior aglomerado populacional de entre Douro e Tejo (exceptuando Lisboa), o que motivou o próprio bispo-conde de Coimbra, D. João Soares, no regresso do Concílio de Trento, a repartir a única paróquia que existia em quatro, de que a de S. Miguel continuou como priorado e as outras, vigararias: Vera-Cruz, S. Gonçalo e Espírito Santo. Com efeito, segundo o rol de população mandado tirar por aquele bispo a freguesia de S. Miguel (Aveiro) tinha, no ano de 1572, 11.365 pessoas de comunhão, o que justificou a divisão referida.

Ora, partindo desse número de pessoas de comunhão, fácil seria admitir uma população global de 13.500 para 14.000, atendendo a crianças, judeus, ciganos, estrangeiros diversos e protestantes, escravos... que certamente por aqui existiam em número significativo. Isto, quando Coimbra, em 1570 se orgulhava de ter 10.000 habitantes, em comparação com os 5.200 de 1527.

Com razão Filipe lI, a 13 de Maio de 1581, como querendo agraciar a vila, face aos danos aqui praticados por tropas de D. António, Prior do Crato (que «dera voz» por aquele, quando anteriormente havia aclamado este), concedeu a Aveiro o título de «vila notável», atendendo a que se tratava de «lugar de grande povoação e trato», equiparando-a assim às melhores e mais antigas vilas e cidades do reino.
 

Rua de Coimbra, dos anos 30 a 1985 ►

 
 
 
 

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