|
apraz, que
elles sejão privilegiados, escuzados e guardados».
Em meados de
Quinhentos, Aveiro seria talvez o maior aglomerado populacional de
entre Douro e Tejo (exceptuando Lisboa), o que motivou o próprio
bispo-conde de Coimbra, D. João Soares, no regresso do Concílio de
Trento, a repartir a única paróquia que existia em quatro, de que a
de S. Miguel continuou como priorado e as outras, vigararias:
Vera-Cruz, S. Gonçalo e Espírito Santo. Com efeito, segundo o rol de
população mandado tirar por aquele bispo a freguesia de S. Miguel
(Aveiro) tinha, no ano de 1572, 11.365 pessoas de comunhão, o que
justificou a divisão referida.
Ora, partindo
desse número de pessoas de comunhão, fácil seria admitir uma
população global de 13.500 para 14.000, atendendo a crianças,
judeus, ciganos, estrangeiros diversos e protestantes, escravos...
que certamente por aqui existiam em número significativo. Isto,
quando Coimbra, em 1570 se orgulhava de ter 10.000 habitantes, em
comparação com os 5.200 de 1527.
Com razão Filipe
lI, a 13 de Maio de 1581, como querendo agraciar a vila, face aos
danos aqui praticados por tropas de D. António, Prior do Crato (que
«dera voz» por aquele, quando anteriormente havia aclamado este),
concedeu a Aveiro o título de «vila notável», atendendo a que se
tratava de «lugar de grande povoação e trato», equiparando-a assim
às melhores e mais antigas vilas e cidades do reino.
Rua de Coimbra,
dos anos 30 a 1985 ► |
|